
Publicado por intranet em sex, 22/03/2024 - 23:10
Com a titulação, o país se torna o primeiro entre os países da América
O anúncio da nomeação veio após a notificação oficial da conclusão dos procedimentos internos de aprovação em relação ao acordo assinado em março de 2022. Este que lhe concede esse status e ao Protocolo sobre Privilégios e Imunidades da Organização. A data de início do status do Brasil como Estado Membro Associado é 13 de março de 2024.Com a entrada, o Governo Brasileiro passa a pagar anuidade para contribuir com a infraestrutura do CERN.
De acordo com o professor do IFUSP Marcelo Munhoz, isso abre a possibilidade da ampliação da contratação de brasileiros para a pesquisa no CERN. “Para física de altas energias isso é muito importante, pois fortalece o vínculo dos pesquisadores com o Governo e permite a criação de oportunidades para o desenvolvimento de instrumentação com empresas brasileiras”, destaca o professor.
Na última década, a comunidade experimental de física de partículas do Brasil dobrou de tamanho. Somente nos quatro principais experimentos do Large Hadron Collider (LHC), cerca de 200 cientistas, engenheiros e estudantes brasileiros colaboram em áreas que vão desde hardware e processamento de dados a análise física.
Em entrevista, Marcelo comenta que foi preponderante a participação de brasileiros nesses experimentos, pois faz com que o CERN compreenda como fundamental a presença destes, pois são eles que fazem a comunicação e a interlocução com empresas e o Governo Brasileiro.
Atualmente, os institutos brasileiros participam de todos os principais experimentos do LHC – ALICE, ATLAS, CMS e LHCb e suas atualizações contínuas e planejadas – bem como do ALPHA no desacelerador antipróton.
Além disso, estão envolvidos em experimentos no ISOLDE, ProtoDUNE na Plataforma Neutrino e em projetos de instrumentação como o Medipix. Após sua participação na colaboração RD51, as equipes brasileiras também estão contribuindo para estabelecer as colaborações de P&D DRD1 e DRD3 para futuros detectores. Os cidadãos brasileiros também participam ativamente dos programas de treinamento e extensão do CERN.Além da física de partículas, o CERN e o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) do Brasil também cooperam formalmente desde dezembro de 2020 em P&D de tecnologia de aceleradores e suas aplicações.
Como Estado Membro Associado, o Brasil tem o direito de nomear representantes para participar das reuniões do Conselho do CERN e do Comitê de Finanças. Os seus cidadãos são elegíveis para se candidatarem a cargos de duração limitada e aos programas de pós-graduação do CERN, e a sua indústria tem o direito de concorrer a contratos do CERN, aumentando as oportunidades de colaboração industrial em tecnologias avançadas.