“Clifford apresenta três argumentos principais, em seu ensaio, para afirmar que temos uma obrigação moral de acreditar responsavelmente, ou seja, apenas acreditar naquilo que testamos com suficiente cuidado e que é corroborado por um robusto conjunto de evidências”, conta o físico. “Seu primeiro argumento é que nossas crenças influenciam os nossos atos, com consequências potencialmente sérias”.
“Em seu segundo argumento sobre a imoralidade de fomentar crenças injustificadas, Clifford afirma que isso torna as pessoas excessivamente crédulas e, portanto, vulneráveis a todo tipo de charlatanice”, diz Nussenzveig. “O terceiro argumento de Clifford trata da nossa atuação como comunicadores. Ao elaborarmos crenças baseadas em evidências insuficientes, tendemos a espalhar essas falsas crenças, poluindo o ‘repositório’ de conhecimento coletivo da humanidade”.
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