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Seminário IAG-USP sobre o Caso de Brumadinho

Seminário: Uso da Geofísica para fins Humanitários: Caso de Brumadinho

Ministrante: Prof. Dr. Jorge Luís Porsani - Departamento de Geofísica - IAG/USP
Data:  11/04/2019 - 13:30
Local:  Auditório Prof. Dr. Paulo Benevides Soares - Rua do Matão, 1226, Cidade Universitária

Resumo:

Este seminário mostra os interessantes resultados de um esforço pioneiro dos pesquisadores do IAG/USP para utilizar o GPR para propósitos humanitários, orientando o resgate das vítimas na tragédia de Brumadinho. A barragem de rejeitos da mina de ferro Córrego do Feijão, localizada no complexo de Brumadinho, Minas Gerais, colapsou em 25 de janeiro de 2019. Cerca de 11,7 milhões de m 3 de lama de mineração foram derramados da barragem, soterrando corpos, equipamentos, edificações, ônibus e carros ao longo de 8,5 km até o rio Paraopeba, ocupando uma área de 270 hectares. Este trabalho mostra os resultados de uma investigação geofísica utilizando o método GPR - Ground Penetrating Radar, 17 dias após a tragédia do rompimento da barragem. Para realizar o levantamento geofísico foi utilizada uma escavadeira para compactação do solo. A aquisição dos dados foi realizada nos trilhos deixados pela esteira da escavadeira, e foram utilizadas as antenas de 200 e 270 MHz (GSSI). Os estudos GPR tiveram como objetivo mapear corpos, estruturas de concreto e equipamentos metálicos enterrados na lama. A localização dos perfis seguiu preferencialmente a borda do talude devido à maior probabilidade de encontrar corpos e objetos enterrados. Os resultados do GPR permitiram a detecção de estruturas do subsolo, como concentrações de minério de ferro e acúmulo de areia do filtro da barragem. O GPR foi efetivo porque a lama de minério de ferro no processo de mistura tornou-se porosa e os poros foram preenchidos com ar, o que proporcionou penetração e reflexão das ondas eletromagnéticas do GPR até a profundidade de 3,5 m. Os resultados foram surpreendentes. Embora não tenham sido encontrados corpos ou equipamentos no subsolo, os resultados desta pesquisa serviram para eliminar as áreas estudadas de futuras escavações, redirecionando as equipes de resgate e otimizando o processo de busca. Esses resultados  podem servir como uma motivação adicional para o uso do GPR em futuros trabalhos humanitários em áreas de tragédias.
 
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Equipe da USP leva tecnologia geofísica a Brumadinho para otimizar buscas - https://jornal.usp.br/ciencias/equipe-da-usp-leva-tecnologia-geofisica-a-brumadinho-para-otimizar-buscas/

 

Término: 
11/04/2019

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