Você está aqui

Grandes Projetos da Astronomia Brasileira - Diadema

 

Sobre o evento

No dia 26 de outubro, os quatro maiores projetos da Rede Paulista de Astronomia (SPANet) estarão juntos no evento "Grandes Projetos da Astronomia Brasileira" que acontece no Observatório Municipal Astronômico de Diadema. O evento reunirá astrônomas e astrônomos dos projetos BINGO Telescope, CTA, GMT e LLAMA que contarão um pouco sobre os projetos, suas pesquisas e dia-a-dia na ciência. 

O evento faz parte da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

A entrada é gratuita. 

 


 

Programação

 

16:00 - 16:30

A nova era da astronomia de raios gama com o observatório CTA

Reinaldo Santos de  Lima

O CTA (Cherenkov Telescope Array) será um observatório terrestre de raios gama de altíssimas energias (> 100 GeV), projetado para superar todos os instrumentos atuais em sensibilidade (até uma ordem de magnitude mais alta no intervalo de energia de 100 GeV a 10 TeV) e resolução angular, além de cobertura total do céu. Já em fase avançada de desenvolvimento, o CTA será capaz de revelar um novo Universo em altas energias com precisão sem precedentes. Terá um enorme potencial para fazer descobertas fundamentais relacionadas aos processos de aceleração dos raios cósmicos e sobre a natureza da matéria escura. Mais de 200 institutos em 31 países (incluindo o Brasil) participam do planejamento e construção do observatório, que consistirá de dois arranjos de telescópios Cherenkov, sendo um no hemisfério Norte e outro no Sul. Nesta palestra apresentarei uma visão geral do CTA, as questões científicas que serão investigadas com este instrumento, e como o Brasil está contribuindo com o seu desenvolvimento.

 

16:30 - 17:00

O papel do Telescópio Gigante Magalhães para a Astronomia brasileira

Augusto Damineli

O Telescópio Gigante Magalhães (GMT) será o primeiro da próxima geração de ELTs (Extremely Large Telescopes) a ser inaugurado (2024-2028). Com seu diâmetro de 25 metros, captará 100 vezes mais luz e produzirá imagens 10 vezes mais nítidas que o Hubble. Isso permitirá ver objetos muito fracos e distante, inacessíveis aos instrumentos atuais. Os dois temas mais importantes serão as estrelas de primeira geração, distante 13,5 bilhões de anos-luz de nós e planetas rochosos em torno de outras estrelas vizinhas, que são muito escuros e pequenos. A FAPESP é sócia em 4% do custo e do tempo de acesso ao GMT (custo total 1,3 bilhões de U$). Engenheiros e pesquisadores do Estado de São Paulo já estão engajados na construção de equipamentos do GMT. Estudantes de Astronomia já começaram a se preparar para usar esse instrumento que colocará a Astronomia Paulista na linha de frente da Astronomia mundial.

 

17:00 - 17:30

BINGO Telescope e a busca pelo lado escuro do Universo. 

Karin Fornazier e Alessandro Marins.

O radiotelescópio BINGO (BAO from Integrated Neutral Gas Observations) tem como objetivo detectar essas oscilações de bárions na faixa de rádio e produzir mapas tridimensionais da distribuição de Intensidade de Hidrogênio (HI), contribuindo de forma direta para a caracterização da energia escura. 

De acordo com o modelo padrão ΛCDM a  expansão acelerada do Universo teria uma possível explicação a partir da  energia escura, responsável por cerca de 70 % da densidade de energia total do universo. Uma das formas de compreender a energia escura e, por consequência a expansão acelerada é a partir da observação das oscilações acústicas de bárions Essas oscilações podem ser detectadas no óptico e podem também ser rastreadas em diversas faixas de rádio, incluindo a linha de emissão em 21 cm do HI, que é a proposta do radiotelescópio BINGO.

As medidas obedecem a técnica conhecida como mapeamento de intensidade, aplicada à linha de emissão em 21 cm do HI (corrigida pelo redshift), feita sobre grandes áreas do céu. O sinal captado pelo  BINGO será uma combinação de emissões "contaminantes" de origem atmosférica, galáctica e extragaláctica - conhecida como Foregrounds - juntamente com o sinal de interesse, o mapa de 21 cm. Essa soma de informação pede um processo de separação de componentes eficiente, com parâmetros bem ajustados, de forma a garantir a recuperação do sinal de HI medido. Esse processo de separação e recuperação de sinal se dá a partir de uma pipeline - conjunto de programas que tratam de simulação e análise, um dos temas tratados na nossa apresentação. 

 

17:30 - 18:00

Rádio Observatório LLAMA: a aventura da astronomia brasileira nos Andes argentinos

Tânia Dominici

O LLAMA (Large Latin America Milimeter Array) é um novo rádio observatório que está sendo construído numa colaboração entre Brasil e Argentina. Ele será constituído por uma antena de 12m de diâmetro que está sendo instalada a 4800m de altitude nos Andes Argentinos. A importância de construir essa infraestrutura de pesquisa em um local tão alto justifica-se pelas frequências de operação: as ondas eletromagnéticas com comprimentos milimétricos e sub milimétricos. A observação do Universo nestas baixas frequências é altamente comprometida pelo conteúdo de vapor d'água na atmosfera que, por sua vez, diminui com a altitude. Assim, é essencial selecionar um sítio alto e de clima seco na maior parte do ano. Entre as principais áreas científicas que serão beneficiadas estão o estudo dos buracos negros e seus discos de acréscimo, a evolução molecular do Universo e sua conexão com a astrobiologia, e a estrutura espiral da nossa Galáxia - a Via Láctea. Nesta palestra vamos falar sobre o que compõe o LLAMA e os desafios para a sua construção e operação.

 

18:00 - 18:30 

Mesa: As conquistas e os principais desafios da astronomia brasileira

Reinaldo Lima, Augusto Damineli, Tânia Dominici, Karin Fornazier e Alessandro Marins. Mediação: Graciele Almeida de Oliveira

 

 


 

Sobre os palestrantes

 

 

 

Alessandro Marins é graduado em Física pela Universidade de São Paulo. Durante o mestrado, Alessandro estudou sobre as oscilações acústicas de bárions a partir do comprimento de onda de 21 cm, relacionadas com o espectro do hidrogênio, um dos elementos mais abundantes do universo. Atualmente ele trabalha na pipeline do projeto do Radiotelescópio BINGO.

 

 

 

 

 

 

 

Augusto Damineli faz parte da equipe do projeto de construção do Telescópio Gigante Magalhães. Foi o coordenador do Ano Internacional da Astronomia 2009, presidente da SAB, coordenador do programa de pós-graduação de Astronomia do IAG/USP.

 

 

 

 

 

Karin Fornazier é física com mestrado em física pelo Instituto de Física da USP e doutora em Física pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Atualmente é pesquisadora no BINGO Telescope em que desenvolve a parte computacional da pipeline, especialmente a geração de mapas e estudo da não-gaussianidade. Ela é uma das responsáveis pelo gerenciamento de software no projeto BINGO. 

 

 

 

 

 

 

Reinaldo Lima é Professor Doutor no Departamento de Astronomia do IAG-USP. Pesquisa na área de Plasmas Astrofísicos, com ênfase em simulações numéricas magneto-hidrodinâmicas com aplicações ao meio interestelar e meio intergaláctico e é um pesquisador do CTA.

 

 

 

 

 

 

 

Tânia Dominici é doutora em Astronomia pela Universidade de São Paulo. Trabalha com Instrumentação Astronômica, Astronomia Extragaláctica e Patrimônio de C&T. É membro da colaboração LLAMA (Large Latin American Millimeter Array) e Pesquisadora Titular do MCTIC, atualmente lotada no Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST).

 

 

 

 

 

 


Local

Observatório Municipal Astronômico de Diadema

Av. Antonio Sylvio Cunha Bueno, 1322 - Jardim Inamar, Diadema - SP, 09970-160

 


Ingressos

Ingressos aqui

 


Comitê de Organização

Graciele Almeida de Oliveira - BINGO Telescope/IF-USP

Giovanna Alves Leão - BINGO Telescope/IF-USP

Meghie Rodrigues - GMT Telescope/IAG-USP

Pedro Paulo Bonetti Beaklini - IAG/USP

Tânia Dominici - LLAMA Telescope

Victor Rondon - Observatório Municipal Astronômico de Diadema