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Planetário do Ibirapuera reune os grandes projetos de astronomia brasileiros

 

Os quatro grandes projetos de astronomia da SPANet se reuniram no evento "Megatelescópios: Tecnologia impulsionando a ciência" que aconteceu no dia 24 de outubro no Planetário do Ibirapuera em comemoração da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2019. 

A proposta do evento foi a de reunir pesquisadores dos projetos BINGO Telescope, CTA Observatory, GMT e LLAMA para falar sobre as propostas de pesquisa, equipamentos, avanços e desafios presentes nos projetos. 

O Prof. Elcio Abdalla, coordenador geral do Projeto BINGO, apresentou as linhas de pesquisa e desenvolvimento do BINGO Telescope , associadas ao desenvolvimento do equipamento, pesquisa, ensino, inovação e divulgação de científica. O BINGO é um radiotelescópio que está sendo desenvolvido no Brasil em parceria com pesquisadores de diversos países, e que será instalado na Serra do Urubu, no Sertão da Paraíba. De acordo com Abdalla, um dos principais desafios do projeto são os relacionados às verbas para o desenvolvimento da pesquisa. 

Já para Juan Carlos Ramirez-Rodriguez, pesquisador no Cherenkov Telescope Array (CTA) Observatory, existem vários desafios relacionados à pesquisa em astronomia, como a busca por um bom modelo que reflita os dados obtidos a partir da observação e mesmo os associados a logística e política em um consórcio científico grande como o CTA. Fazem parte deste consórcio cerca de 200 institutos em mais de 30 países, que participam do planejamento e construção do observatório. O CTA consistirá de dois arranjos de telescópios, um localizado no hemisfério Norte e outro no Sul. O Brasil participa do consórcio em um grupo liderado pela Profa. Elisabete Gouveia Dal Pino do IAG/USP. 

O LLAMA, Large Latin American Millimeter Array  é um rádio observatório que está será instalado nos Andes Argentinos e fruto de uma parceria entre pesquisadores do Brasil e da Argentina. O projeto é coordenado pelo Prof. Jacques Lepine do IAG/USP, que também estava presente no evento do Planetário do Ibirapuera e mostrou um panorama geral do projeto. De acordo com o Prof. Lepine, um dos grandes desafios da sua equipe é pensar a parte computacional e o gerenciamento remoto do rádio observatório, como o movimento da antena e a frequência do receptor. 

O Professor do IAG/USP Augusto Damineli, membro do GMT - Telescópio Gigante de Magalhães, é mais otimista e destaca que um dos primeiros desafios já foi vencido pelo Brasil e está relacionado a formação de astrônomos. De acordo com Damineli, o segundo desafio relacionado a produção científica foi a produção de artigos, também superado. Outro, mais recente foi trabalhar com dados observacionais, que começou a ser superado com a entrada do Brasil no GEMINI SOAR. "Há uma última etapa que os países desenvolvidos têm que o Brasil não tem que é a produção industrial da ciência. O engajamento da indústria é o nosso principal problema", conclui Damineli.

 

Elcio Abdalla durante a apresentação sobre o Projeto BINGO no Planetário do Ibirapuera

Juan Carlos Ramirez-Rodriguez faz parte da equipe do CTA Observatory

O Prof. Augusto Damineli faz parte do GMT.

O Prof. Jacques Lepine, do IAG, é coordenador do LLAMA, um rádio observatório que será instalado nos Andes argentinos.