Plano de Metas do Departamento de Física Nuclear

1. Descreva qual é a missão do Departamento, ou seja, quais as expectativas e solicitações da sociedade a que ele deve atender ?

A missão do FNC continua sendo o desenvolvimento de pesquisa de alto nível, acoplado à formação de recursos humanos, tanto na Graduação como na Pós-Graduação, e ao desenvolvimento de Física Nuclear Aplicada e Instrumental. Estas atividades têm uma importância junto à sociedade brasileira que, aperfeiçoado pelas metas propostas neste plano, poderão melhor atender às expectativas da sociedade.

2. Relacione, a exemplo dos objetivos e metas da Gestão Reitoral, os principais objetivos e metas de médio e longo prazos (5 e 10 anos) do Departamento. Recomendamos que sejam agrupados por atividade-fim.

1. objetivos e metas nas atividades de pesquisa e pós-graduação

Aprimorar constantemente o trabalho de pesquisa · científica, e a produtividade dela decorrente;
Concluir o· projeto LINAC;
Instalar o Separador de Isótopos RIBRAS, · constituído por dois solenóides supercondutores, para a produção de feixes de núcleos radioativos, atualmente instalado na linha 45B do Acelerador Pelletron, numa das linhas de feixe do LINAC, assim que o LINAC entrar em funcionamento;
Apoiar· novas linhas de pesquisas em Física Aplicada com aceleradores;
Instalar outras linhas experimentais do LINAC;·
· Transformar o Laboratório Aberto de Física Nuclear num Laboratório Nacional.

2. objetivos e metas nas atividades de ensino de graduação
Participar de forma efetiva na · formação dos estudantes de graduação, dando particular contribuição nas áreas que o Departamento tem competência específica.

3. objetivos e metas nas atividades de extensão
Manter as tradicionais atividades de extensão de· proteção radiológica e tecnologia do vácuo, e ampliar as atividades de extensão associadas às pesquisas do Departamento;
Ampliar a participação de docentes do Departamento em · projetos institucionais de extensão, particularmente os relativos à divulgação científica e de formação de professores de física do ensino médio;
Estimular a produção de livros · didáticos, paradidáticos e de divulgação científica.

3. Comente as ações propostas para alcançar estes objetivos e metas.

Ampliar o · quadro de docentes do Departamento através da contratação de jovens pesquisadores, com título de doutor;
Adequar a · infra-estrutura operacional do departamento aos projetos de pesquisa propostos;
Promover as áreas de atuação do · Departamento por meio de oferta regular de programas de iniciação científica, de mestrado e doutorado, e de disciplinas no curso da Pós- Graduação;
Participar na proposta e · implementação dos novos cursos de bacharelado em física aplicada, em particular no bacharelado em ciências e tecnologia nucleares e no bacharelado em física médica e biofísica, se aprovados no âmbito do IFUSP;
Apoiar os projetos de · extensão dos membros do Departamento, e a participação em projetos institucionais extra-departamentais;
Valorizar na · avaliação docente as atividades de extensão de qualidade, sempre que associadas às atividades de pesquisa e/ou ensino.

4. Comente a evolução acadêmica do Departamento desde a última avaliação departamental.

O Departamento evoluiu na direção das metas propostas em 98:
1. Manteve uma produção científica de qualidade;
2. Ampliou os intercâmbios e colaborações científicas com grupos nacionais e internacionais, participando inclusive de projetos na fronteira da física;
3. Implementou a estrutura de Laboratório Aberto, visando um futuro Laboratório Nacional, com comitê internacional para avaliação de projetos;
4. Está concluindo seus projetos experimentais prioritários no planejamento de 98: o projeto LINAC e a implantação dos solenóides supercondutores para a produção de feixes radioativos, que está em teste;
5. Implementou várias linhas novas de pesquisa relacionadas à Física Aplicada com aceleradores;
6. Contratou dois novos docentes (os únicos claros que obteve entre 98 e 2002) para atuação nas áreas priorizadas no planejamento de 98: um para o programa de núcleos exóticos dentro do projeto RIBRAS, e outro na área de Física Aplicada com Aceleradores;
7. Aumento considerável do número de mestrados e doutorados concluídos: em toda a década de noventa foram defendidos 23 mestrados e 28 doutorados, ao passo que entre os anos 1998 e 2002 o número de mestrados foi 34 e o de doutorados 26;
8. Trabalhou no sentido de diminuir o tempo de conclusão dos mestrados e doutorados. O tempo médio de conclusão dos mestrados permanece praticamente o mesmo, ainda um pouco alto: 40 meses; o tempo médio para a conclusão do doutorado vem caindo: 66 meses na década de noventa, 59 meses no final dos noventa, e 56 meses nos anos 2000 a 2002.
9. Aumentou a conexão de sua pesquisa com a graduação, através de propostas de novas disciplinas no curso de bacharelado em física, e propostas de novos cursos dentro das especialidades científicas do Departamento.

5. "Como o Departamento se compara aos congêneres nacionais e internacionais. Faça uma análise crítica do ""estado de arte"" nas áreas em que atua."

O Laboratório Aberto de Física Nuclear é o centro mais importante de sua área na América Latina. Gravitando em torno do acelerador Pelletron, que em breve concretizará sua expansão através do LINAC-supercondutor, os laboratórios de apoio e demais instalações experimentais constituem um complexo dedicado à realização de pesquisas na área de física nuclear de baixas energias. Embora atuando em outra área da física, apenas o Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS) pode, no plano nacional, ser comparado ao Laboratório Aberto de Física Nuclear quanto ao porte das instalações, com a diferença marcante que o LNLS tem significativo apoio de verbas da União para sua manutenção, ao passo que o Laboratório Aberto de Física Nuclear é ainda um laboratório universitário. Apesar disso, são oferecidas condições ao desenvolvimento de pesquisas de ponta na área de física nuclear, acolhendo pesquisadores e projetos de outras instituições. Como conseqüência, a comunidade internacional manifestou interesse explícito para que as atividades do Laboratório Aberto de Física Nuclear continue se desenvolvendo, mantendo-o no cenário mundial como um importante centro de pesquisa em física nuclear de baixas energias.
Na área aplicada, somos referência nacional em dosimetria e proteção radiológica.
Quanto ao grupo teórico, embora numericamente pequeno e com diversas áreas de atuação, deve-se enfatizar que é nacional e internacionalmente reconhecido pela excelência da pesquisa que realiza, e tem conexão com a pesquisa experimental do Departamento.

6. Comente as mudanças do ambiente externo que têm exigido alteração dos padrões de atuação do Departamento.

O entendimento que a Universidade deve estar preparada para suprir as demandas sociais por maiores e mais imediatas aplicações da ciência financiada com recursos públicos, produziu um maior envolvimento do FNC em áreas de pesquisa com pontos de contato com a sociedade. Adicionalmente, ocorreu nos últimos anos uma maior valorização de aspectos multidisciplinares da ciência; a isso, o FNC respondeu atuando em áreas de pesquisa em temas multidisciplinares.
Sob os mesmos influxos, o Departamento engajou-se intensamente na proposta de novos cursos de física aplicada, dois dos quais: bacharelado em física médica e biofísica e bacharelado em ciência e tecnologia nucleares, são áreas de expertise do Departamento. O FNC está buscando também condições de parceria com um Instituto de Pesquisa (IPEN) para uma vertente mais tecnológica no curso de ciência e tecnologia nucleares. Paralelamente o Departamento iniciou uma participação na formação de professores e elaboração de material didático para o ensino de física no nível médio.

7. Relacione as dificuldades encontradas para a elevação dos padrões acadêmicos do Departamento e o que tem sido feito para superá-las.

Dentre as maiores dificuldades apontamos:
1.Um laboratório de grande porte, sediado em uma grande Universidade, demanda recursos que extrapolam o somatório dos obtidos através de projetos individuais ou mesmo temáticos de pesquisa. A manutenção da infraestrutura comum esbarra, por vezes, em dificuldades gerenciais devido à pulverização dos recursos pelos diversos subgrupos. O Departamento tenta contornar essa dificuldade através da gestão pelo Coordenador do Laboratório de uma parcela da reserva técnica recebida pelos diversos projetos; essa medida, entretanto, não é suficiente e outras alternativas têm que ser buscadas.
2. A oferta e a manutenção de recursos de informática a um grupo de mais que uma centena de pesquisadores e funcionários técnicos e administrativos exige, além de um gerenciamento eficiente, condições de efetiva implementação de uma política dinâmica de informática. Isso demanda a aquisição de equipamentos de uso comum e/ou gerencial, o que é feito com dificuldades em um horizonte de múltiplos projetos de pesquisa com finalidades específicas. O Departamento dispõe de um setor de informática centralizado que carece, entretanto, de recursos próprios para a implementação de políticas comuns de informática.
3. Apesar da bem sucedida política de Iniciação Científica praticada pelo FNC, o número de estudantes interessados em prosseguir seus estudos em nível pós-graduado nas linhas de pesquisa do Departamento está aquém das necessidades dos grupos de pesquisa experimentais. Uma das razões possíveis é que os prazos de conclusão das dissertações e teses ainda são longos. E isto é quase que inevitável: trabalhos experimentais em um laboratório de grande porte localizado em um país em desenvolvimento são afetados por dificuldades triviais de infra-estrutura - e.g., um detetor quebrado é, nos países desenvolvidos, facilmente substituído - que contribuem para um alongamento do tempo necessário para a obtenção do grau almejado. O Departamento tem envidado esforços para diminuir esses prazos através de medidas como o envio de estudantes para obter - parte dos - seus dados em laboratórios de outros países. A pressão dos prazos das agências financiadoras é, sob esse ponto de vista, prejudicial em algumas situações específicas. Cabe ressaltar que é impar a formação experimental propiciada aos jovens pesquisadores através de pesquisas em laboratórios deste nível de complexidade e sofisticação técnica.

8. Dentro da realidade orçamentária da USP, como os Órgãos Centrais podem contribuir para a superação destas dificuldades?

1. Apoio dos Órgãos Centrais para a manutenção da infra-estrutura de sistemas multiusuários (experimentais e computacionais), uma vez que a soma dos auxílios individuais que tem mantido a pesquisa e a infra-estrutura acadêmica mais geral, não é congruente com uma infra-estrutura voltada para o coletivo
2. Dada a importância nacional do Laboratório Aberto de Física Nuclear, o porte deste Laboratório, e o investimento de organismos de fomento à pesquisa na sua instalação, o Departamento espera um maior apoio dos Órgãos Centrais para a manutenção da infra-estrutura e instalações complementares;
3. Apoio, manifesto através da concessão de claros e vagas, para permitir a inclusão de jovens pesquisadores no seu corpo docente;
4. Interferência dos Órgãos Centrais junto às agências de fomento no sentido de reverter a estagnação (e mesmo diminuição em algumas ocasiões) do número de bolsas de mestrado e doutorado ocorrida nos últimos anos;
5. Interferência dos Órgãos Centrais junto às agências de fomento no sentido de aumentar o valor das bolsas.

9. Explicite os principais indicadores que devem ser utilizados para o acompanhamento das ações, dos objetivos e metas do Departamento.

1. Número e qualidade das publicações em revistas de divulgação internacional e com árbitro;
2. Número e qualidade das contribuições apresentadas em conferências internacionais, destacando-se as palestras convidadas;
3. Incremento no número de mestrados e doutorados defendidos, sem perda de qualidade, bem como no número de alunos de iniciação científica;
4. Real inserção da pesquisa no ensino, através do oferecimento de novas disciplinas na graduação e pós graduação, bem como de novos cursos de graduação, particularmente dentro das competências específicas do departamento;
5. Alcance dos projetos de extensão e serviços na sociedade;
6. Nível de participação nos cursos, conferências e projetos de formação pelo setor social ao qual se destinam;
7. Produção de livros, textos didáticos ou paradidáticos, e de material didático.
 

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