Foi com uma ajudinha dos amigos que o célebre físico americano David Bohm escapou da perseguição macartista e veio dar aulas na USP. Einstein, seu amigo, escreveu a Abrahão de Moraes, Getúlio Vargas e outras autoridades, ajudando a articular a recepção de Bohm no país e na Universidade. Outros colegas físicos que se empenharam em sua vinda foram Mário Schenberg, José Leite Lopes e Jayme Tiomno.
Rememora: “Quando fui para o Brasil, estava trabalhando numa nova interpretação da teoria dos Quanta [...] Tendo terminado minha pesquisa sobre plasma, estava pensando em seguir mais além, pois estava muito interessado na questão filosófica. Acho que minha ida para o Brasil me deu oportunidade de prosseguir essa discussão, primeiro com Tiomno e Schiller, depois com Walter Schützer e, também, com Mário Schenberg… tudo isso me interessou muito, no sentido de ajudar a dar prosseguimento a meu trabalho".
O físico chegou ainda a obter a nacionalidade brasileira.
Fotos: David Bohm, ao centro (Wikimedia commons), à esquerda Leite Lopes e Mario Schenberg; à direita, Abrahão de Moraes e Jayme Tiomno (arquivo IFUSP).