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Resultados iniciais do projeto AmazonFACE

Cientistas brasileiros apresentam primeiros resultados do AmazonFACE no BID

Executado por meio de uma parceria entre o MCTIC e o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o projeto investiga a resiliência da floresta amazônica num cenário de gás carbônico em níveis elevados na atmosfera. "Queremos saber se o CO2 é o fiel da balança", dizem os pesquisadores. Inpa e Inpe participam da iniciativa.

Por Ascom do MCTIC

Publicação: 06/06/2017 | 10:26

Última modificação: 06/06/2017 | 10:32

Cientistas brasileiros vão apresentar em Washington, nos Estados Unidos, os resultados iniciais do projeto AmazonFACE, que propõe a oferta extra de gás carbônico na atmosfera da floresta amazônica para medir os efeitos das mudanças climáticas. Um workshop na sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), principal financiador do experimento científico, vai reunir representantes do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa); do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); do Met Office, no Reino Unido; da Nasa, nos Estados Unidos; e de universidades do Brasil e do exterior. Durante dois dias, os cientistas vão discutir os resultados da primeira fase do projeto e traçar perspectivas para o futuro.

O AmazonFACE começou em 2012 a partir de uma parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e o BID. Submetendo a floresta durante 10 anos ao cenário do futuro, em que o nível de CO2 na atmosfera será mais elevado, os cientistas esperam encontrar resposta para uma questão considerada decisiva para entender os impactos das mudanças climáticas sobre a Amazônia. Em que medida o CO2 ajuda a floresta a resistir ao aquecimento do planeta?

O pesquisador David Lapola explica que o dióxido de carbônico absorvido da atmosfera é o "alimento básico" para que as plantas façam a fotossínteses. Se a oferta desse alimento aumenta, as plantas produzem mais biomassa, o que compensaria o aumento da temperatura e as alterações no regime de chuvas, provocados pelas mudanças climáticas.

"Queremos saber se o CO2 é o fiel da balança. Mas, se essa compensação não existir, teremos o pior cenário, que é aquilo que chamamos de ‘savanização' da Amazônia. Isso significa que grande parte da floresta dará lugar à vegetação seca e de menor porte, como é a do Cerrado", afirma o pesquisador, que lidera o estudo.

Na primeira fase do AmazonFACE, os cientistas fizeram a caracterização de uma área de floresta amazônica ao norte de Manaus (AM) usando equipamentos de última geração, capazes de gerar um raio X das plantas e raízes. Na segunda fase, os cientistas vão erguer a infraestrutura para "injetar" gás carbônico nesta área de floresta e realizar o monitoramento dos seus efeitos. Por fim, serão analisados os impactos socioeconômicos.

Para o BID, o objetivo da cooperação é avançar na resposta à mudança do clima. "O AmazonFACE é uma aposta na importância da ciência, da tecnologia e da inovação na preservação e uso sustentável da maior floresta tropical do planeta e na melhoria das condições de vida das populações amazônicas, com preservação da funcionalidade dos ecossistemas e da biodiversidade. O BID considera que os resultados desta pesquisa são centrais aos argumentos para a conservação do bioma amazônico e aos esforços para controlar a desestabilização do clima em nível global", diz o representante do BID no Brasil, Hugo Flórez Timorán.

Fonte da notícia: MCTIC

 
 
Término: 
12/06/2017

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