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Biossensor que detecta preditivamente o HPV-16

Pesquisadores do IFSC/USP e seus parceiros criam biossensor que detecta preditivamente o HPV-16

Imagem: Assessoria de Comunicação do IFSC-USP.

Pesquisadores do IFSC/USP, em estreita parceria com colegas do Hospital de Câncer de Barretos, da Universidade Estadual de Maringá (PR) e da Escola de Saúde da Universidade do Minho (Portugal), desenvolveram um biossensor que é capaz de detectar o denominado HPV-16 no corpo humano.

O HPV - Vírus do Papiloma Humano - é responsável por um elevado número de infecções, que normalmente são assintomáticas e de regressão espontânea, enquanto outros tipos de HPV têm sido associados a câncer nos órgãos genitais, quer em homens como em mulheres. Estes casos são considerados de “alto risco”, podendo evoluir para câncer de cabeça e pescoço, que aparece na garganta, traqueia, faringe, laringe, boca, língua etc., cuja gênese começa com a mutação de células.

Foto: Andrey Soares - Arquivo da Assessoria de Comunicação do IFSC-USP. 

Andrey Coatrini Soares, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (USP), é o autor principal do artigo científico publicado recentemente na revista ACS Applied Materials and Interfaces e que aborda a criação do citado biossensor. “Toda a equipe trabalhou de forma diligente nas diversas frentes de uma pesquisa multidisciplinar, tendo em vista o resultado final”, relata Andrey. “Uma das contribuições mais importantes originou do Hospital de Câncer de Barretos, que, através de amostras extraídas de pacientes com o HPV-16, conseguiu construir uma sequência de DNA, fundamental para o resto do trabalho”, pontua nosso entrevistado.

O novo biossensor é constituído por um filme nanoestruturado que possui dois polímeros naturais biocompatíveis e biodegradáveis – a quitosana e o sulfato de condroitina, sendo que este último é um dos componentes do tecido cartilaginoso presente nos seres humanos. “Esse filme  também é composto por uma sonda, que é uma sequência de bases nitrogenadas complementares à sequência de DNA acima descrita. Quando o filme entra em contato com uma célula infectada com o HPV-16 é gerado um sinal elétrico, a partir do qual se detecta que a pessoa tem altíssimas chances de desenvolver algum câncer de cabeça/pescoço no futuro. Esse diagnóstico serve de alerta para o paciente fazer um tratamento e evitar esse tipo de câncer”, elucida Andrey, que acrescenta que essa detecção pode acontecer muitos anos antes de o câncer se manifestar.

A ideia é que este biossensor possa fazer parte, no futuro próximo, do conjunto de equipamentos tradicionais que existem em hospitais e consultórios médicos para utilização cotidiana. O resultado de um exame feito com este novo biossensor demora cerca de dez minutos, prevendo-se que tenha um custo muito baixo.

FOTO: Prof. Osvaldo Oliveira Jr. - Arquivo da Assessoria de Comunicação do IFSC-USP.

Segundo o Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Jr, o processo de patenteamento deste biossensor, junto da Agência USP de Inovação, será iniciado em breve. O próximo passo da equipe é desenvolver outro biossensor para detecção preditiva do HPV-18, vírus muito agressivo que é responsável pelo aparecimento de câncer nos órgãos genitais femininos.

O artigo publicado pela equipe de pesquisadores na ACS Applied Materials and Interfaces está em anexo. 

FONTE DA NOTÍCIA: Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

Término: 
30/11/2018

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