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Como divulgar a ciência em tempos difíceis

Como divulgar a ciência em tempos difíceis

06 de outubro de 2017

Noêmia Lopes  |  Agência FAPESP – Contrariando o consenso científico, certos grupos questionam a eficácia das vacinas, a existência das mudanças climáticas, a validade da teoria da evolução. A lei da gravitação universal de Newton, para os chamados terraplanistas, é uma falácia. Nenhum desses discursos é novo. O que tem causado espanto é o seu recrudescimento, aliado ao poder de dispersão das redes sociais e, por vezes, ao apoio de grupos fortes econômica e politicamente.

Implicações desse cenário e o papel da divulgação científica na construção de uma sociedade informada e democrática foram discutidos durante o I Seminário Internacional Scientific American Brasil, realizado no dia 3 de outubro, em São Paulo.

Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP), defendeu a importância de pesquisadores e jornalistas não se calarem diante dos ataques à ciência.

“É preciso confrontá-los, mas a questão é como fazer isso. Muitas reportagens se ocupam apenas de apresentar argumentos negacionistas. Sem posicionamento crítico, elas acabam prestando um desserviço à ciência e reforçando ainda mais o negacionismo”, disse.

Especificamente sobre mudanças climáticas, Artaxo elencou uma série de tensões que precisam ser melhor consideradas: na área energética, entre a indústria de combustíveis fósseis e a de renováveis; desta para a área política – em particular, a norte-americana –, com a extinção de programas voltados ao estudo das alterações no clima global; chegando às relações internacionais, com os Estados Unidos perdendo terreno para a China em termos de ações voltadas a um futuro mais sustentável.

“Enquanto isso, no Brasil, há um movimento anticientífico muito forte em andamento, de desmonte de universidades e institutos de pesquisa estaduais e federais”, disse Artaxo. Ele defende que não se trata de uma questão de disponibilidade orçamentária, mas de mudança de paradigma: troca-se avanços no conhecimento científico por investimentos no setor financeiro.

“2018 será um ano extremamente difícil para a ciência, mais ainda do que 2017. Precisamos nos preparar e continuar esse tipo de mobilização – ou seja, discutir como chegar melhor à mídia para que o pensamento científico prevaleça”, disse Artaxo.

A matéria completa pode ser lida no link abaixo:

http://agencia.fapesp.br/como_divulgar_a_ciencia_em_tempos_dificeis/26348/

Término: 
13/10/2017

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