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Ensaio aberto e gratuito da OSUSP (06.10, às 12h30, no CDI)

Na próxima sexta-feira, 06 de outubro, às 12h30, a Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo-OSUSP realiza mais um de seus tradicionaisEnsaios Abertos no auditório do Centro de Difusão Internacional da USP-CDI e apresenta-se no sábado, 07 de outubro, às 21h, na Sala São Paulo.
 
A OSUSP tem a honra de receber novamente a maestrina Ligia Amadio, regente titular do grupo de 2009 a 2011, e como solista dos concertos o clarinetista e atual Chefe do Departamento CMU-ECA-USP, Luis Afonso Montanha que interpretará o Concerto para Clarinete de Aaron Copland.
 
A OSUSP apresenta ainda a Abertura Concertante de Mozart Camargo Guarnieri e a Sinfonia Nº 1 em Dó Menor Op. 68  de Johannes Brahms.  
 
O Ensaio Aberto na cidade universitária é gratuito e os ingressos na Sala São Paulo variam entre R$20,00 e R$70,00.
 
Ligia Amadio
 
Ligia volta à casa depois de ter sido regente titular da OSUSP de 2009 a 2011. Por seu desempenho na orquestra, ganhou o Prêmio “Carlos Gomes” de regência em 2012. É uma destacada regente brasileira, premiada no Concurso Internacional de Tóquio (1996) e no II Concurso Latino-Americano para Regentes de Orquestra, em Santiago (1998). Foi eleita a melhor regente do ano, em 2001, pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Esteve na Orquestra Sinfônica Nacional de 1996 a 2009, havendo sido nomeada cidadã niteroiense em 2003. De 2000 a 2003, foi regente titular da Orquestra Sinfônica da Universidade de Cuyo.
 
Também assumiu a direção artística da Orquestra Filarmônica de Mendoza entre 2010 e 2014, da Orquestra Filarmônica de Bogotá em 2014 e regeu, em 2016, as Orquestras Sinfônica de Santa Fé e Filarmônica de Montevidéu. É bacharel em música e possui mestrado em Artes pela UNICAMP.
 
Luis Afonso Montanha
 
Natural de Americana –SP, foi Primeiro Clarinetista da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo (1992 a 2014). Integrou também as Orquestras Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo e Orquestra Sinfônica de Campinas, entre outras.
 
Foi integrante dos grupos: Camerata Aberta (Prêmio APCA 2010 e Prêmio Bravo 2012), Opus Brasil Ensemble, Tetralogia e Grupo QuartaD. Integra o quinteto Sujeito a Guincho (Prêmio Eldorado de Música 1995 e Sharp 1997), o Duo Clarones (com o Prof. Henri Bok – Holanda) e Quinteto Pierrot.
 
Fez especialização em Clarinete/Clarone no Conservatório de Rotterdam - Holanda. É Doutor em Performance pela Unicamp e, desde 1992, Professor de Clarinete/ Clarone e Música de Câmara no Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da USP. Atualmente é Chefe do Departamento CMU-ECA-USP.
 
Tem grande atuação como solista e camerista, apresentando-se no Brasil, Europa e Estados Unidos, destacando importantes estreias do repertório dos séculos XX e XXI para clarinete e clarone. Vencedor, como solista, do Prêmio Eldorado de Música e do Prêmio Esso de Música (Holanda), entre outros.
 
É artista apoiado pela Selmer-Paris.
 
NOTAS SOBRE O PROGRAMA:
 
Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993) destaca-se como um dos mais relevantes compositores brasileiros do séc. XX. Dono de uma técnica composicional esmerada, foi aluno de Charles Koechlin e Nadia Boulanger em Paris. Em 1922, durante a Semana de Arte Moderna, Guarnieri travou contato com Mário de Andrade – ligação que perduraria até a morte do segundo, em 1945. Em Ensaio sobre a música brasileira, o poeta e ensaísta discorre sobre as características de uma música genuinamente brasileira e estabelece os elementos que deveriam estar presentes nas composições, assegurando às mesmas um cunho nacional. Estas proposições de Mário de Andrade foram fundamentais para a definição do estilo de Guarnieri. A influência do poeta se reflete, ainda, na oposição ao compositor vanguardista Hans-Joachim Koellreuter, publicamente assumida por Guarnieri em 1950.
 
Além de sua relevância para a música brasileira em geral, Guarnieri é uma importante referência artística para a OSUSP: Ele foi o regente titular da orquestra desde sua criação, em 1975, até 1993, ano da morte de Guarnieri. Em merecida homenagem, o Anfiteatro da Universidade de São Paulo leva o seu nome. Desta forma, a audição de obras de Guarnieri com essa orquestra é uma experiência não apenas de elevada qualidade artística, mas ainda de forte conteúdo emotivo, por colocar em cena essa ligação histórica.
 
A Abertura Concertante foi composta por ocasião de um convite recebido por Guarnieri para reger suas obras nos EUA. A peça foi dedicada ao compositor americano Aaron Copland, sendo estreada em São Paulo em 1942 e nos Estados Unidos em 1943. Trata-se de uma obra vigorosa e rica em nuances, que associa a densidade prescrita pelo próprio gênero sinfônico da abertura à filigrana instrumental sugerida pela ideia de concerto, fazendo com que os instrumentos da orquestra também sejam ouvidos em textura solista.
 
O concerto para Clarinete de Aaron Copland (1900-1990) resultou de uma encomenda, realizada em 1947 pelo lendário clarinetista Benny Goodman (1909-1986). A obra foi rascunhada durante uma viagem de Copland ao Rio de Janeiro, e a peça foi finalizada em 1948, tendo sido estreada pelo famoso clarinetista em uma transmissão radiofônica pela NBC Symphony Orchestra.
 
A obra incorpora diversos elementos jazzísticos. O concerto, cujo acompanhamento consiste apenas de instrumentos de cordas, utiliza efeitos interessantes para suprir a falta da percussão. A peça está escrita em dois movimentos, ligados por uma cadência que introduz vários, dentre os temas latino-americanos que aparecem no segundo movimento. O próprio Copland relata o uso de um tema brasileiro, imbricado no material secundário deste segundo movimento, que foi concebido de acordo com o perfil jazzístico de Benny Goodman. Entretanto, a enorme dificuldade técnica, em especial o uso de passagens com notas sobreagudas, representou um desafio, mesmo para um instrumentista do calibre de Goodman. A partitura original mostra várias alterações, especialmente no que se refere à escrita da passagem final, que exibia arpejos agudíssimos. Em uma indicação, escrita a lápis, Copland escreve: “primeira versão da coda (muito difícil para Benny Goodman)”. Luís Eugênio Afonso “Montanha”, o excelente solista do presente concerto junto à OSUSP, lembra que o domínio das notas sobreagudas constituía a especialidade de Artie Shaw, clarinetista contemporâneo de Benny Goodman e tão conhecido quanto este. A reconstituição do manuscrito original de Copland foi gravada pela primeira vez no ano 2000 pelo clarinetista Charles Neidich. Entretanto, o concerto consagrou-se na versão ajustada por Benny Goodman, que será ouvida no presente concerto. Desde sua estreia, esta peça formidável passou a fazer parte do repertório essencial do instrumento.
 
Em 1854, Johannes Brahms (1833-1897) ouviu pela primeira vez a Nona Sinfonia de Beethoven. Impressionado pela obra, o jovem compositor pôs-se também a trabalhar em uma sinfonia na mesma tonalidade, ré menor. Contudo, a obra não foi finalizada no formato inicialmente imaginado: o material principal foi transformado em um Concerto para Piano (op. 15), também em ré menor, enquanto o último movimento do rascunho inicial foi reaproveitado posteriormente por Brahms, compondo parte de seu Réquiem Alemão (op. 45).
 
Oito anos mais tarde, em 1862, Brahms retomou o projeto de escrever uma sinfonia. Entretanto, a obra só veio a ser estreada em 1876. O hiato de mais de 20 anos, decorridos entre sua primeira iniciativa sinfônica e a efetiva estreia da Primeira Sinfonia, deve-se tanto ao agudo senso crítico de Brahms, quanto à sombra exercida pela comparação com a magnífica produção beethoveniana. Mesmo após a estreia, o manuscrito só foi de fato entregue para publicação (pela casa de Fritz Simrock) após diversos concertos que atestaram a aprovação do público e da crítica. O empenho de Brahms foi bem recompensado e resultou em uma obra de grande dramaticidade. Nela, o compositor revela um controle absoluto do desenvolvimento harmônico, assim como do colorido orquestral, comparáveis às melhores obras de Beethoven. Esta qualidade altíssima faz com que as sinfonias de Brahms sejam consideradas como verdadeiras sucessoras da herança do mestre de Bonn.
 
Notas sobre o programa escritas por Mônica Lucas
Bacharel em Música pela Universidade de São Paulo (1990), Doutorado em Música pela Universidade Estadual de Campinas (2005) e Pós-Doutorado pela Universidade de São Paulo (2008). Especializou-se como instrumentista (flauta-doce e clarinetes históricos) no Conservatório Real de Haia (Holanda). Atualmente ministra as disciplinas História da Música I e II e coordena o Conjunto de Música Antiga no Departamento de Música da ECA-USP. Como instrumentista, dedica-se aos clarinetes do século XVIII e à flauta doce. Como pesquisadora, dedica-se ao estudo da concepção poético-retórica da música setecentista. É autora de "Humor e Agudeza em Joseph Haydn: os quartetos de cordas op. 33" (Annablume/Fapesp, 2008). 
 
Fonte da notícia:
Sandra Alonso de Oliveira Caixeta
Assistente Técnica de Direção -  OSUSP
Rua do Anfiteatro, 197 - Favo 16
CEP: 05508-060 - São Paulo/SP
Fone: +55 (11) 3091-2392/Cel: +55  (11) 99116.7595
 
Término: 
06/10/2017

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