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MCTI destaca construção do radiotelescópio BINGO

Inpe lidera a construção de radiotelescópio para investigar a energia escura do universo

Equipamento pode trazer informações valiosas sobre a composição do universo, além de estimular a formação de pesquisadores e engenheiros e o desenvolvimento da indústria nacional. Radiotelescópio é desenvolvido por um consórcio formado por pesquisadores do Brasil, Reino Unido, Suíça e Uruguai terá dois espelhos de 40 metros de diâmetro. A chamada "energia escura" representa cerca de 70% da composição do universo.

Por Ascom do MCTIC

Publicação: 06/02/2017 | 10:41

Última modificação: 06/02/2017 | 11:24

Imagem mostra como vai funcionar o equipamento desenvolvido sob a liderança do Inpe.

Crédito: Inpe

 

 

 

Um radiotelescópio projetado para medir as oscilações na distribuição de matéria no universo, as chamadas Oscilações Acústicas de Bárions (em inglês, BAO), será construído no Brasil sob a liderança do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os resultados poderão trazer informações valiosas sobre a chamada "energia escura", que representa cerca de 70% da composição do universo. 

"Será um radiotelescópio com dois espelhos de 40 metros de diâmetro que deverá ser instalado no noroeste do Uruguai, devido à localização geográfica. O objetivo é medir as oscilações acústicas de baríons quando o universo era muito jovem. Queremos entender, investigar a energia escura na tentativa de caracterizar essa componente desconhecida", explica o pesquisador do Inpe Carlos Alexandre Wuensche, responsável pela construção da instrumentação do projeto no Brasil. 

O projeto é desenvolvido por um consórcio internacional formado por pesquisadores do Brasil, Reino Unido, Suíça e Uruguai. O Inpe participa diretamente da construção, desenvolvimento, calibração, testes e análises de dedados, bem como do comitê gestor do projeto. Já a coordenação-geral do lado brasileiro está sob a responsabilidade do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).

O desenvolvimento dos componentes para módulos receptores e a construção e montagem de antena têm o apoio de cerca de R$ 12 milhões da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) no âmbito do projeto temático O telescópio BINGO: a nova janela de 21cm para exploração do universo escuro e outras questões astrofísica. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) oferece como contrapartida recursos humanos, com pesquisadores, técnicos e engenheiros e a infraestrutura do Laboratório de Integração e Testes de Satélites do Inpe, o principal centro capaz de realizar testes de antenas no país.

O radiotelescópio Bingo (da sigla em inglês para Oscilações Acústicas de Bárions em Observações de Gás Neutro) fará a medição da distribuição de hidrogênio neutro a distâncias cosmológicas, utilizando uma técnica chamada Mapeamento de Intensidade. Ele foi concebido por cientistas do Reino Unido, Suíça, Uruguai, China e Brasil para fazer a primeira detecção de BAO nas frequências de rádio. Operando na faixa de frequência que vai de 0,96 GHz a 1,26 GHz, o equipamento contará com dois espelhos de 40 metros que iluminarão cerca de 50 cornetas de 4,7 metros de comprimento e 1,90 metros de abertura. O custo estimado é de US$ 4,9 milhões.

As Oscilações Acústicas de Bárions são utilizadas em astrofísica para entender os processos de formação de aglomerados de galáxias, medir a expansão do universo e a quantidade de matéria escura. A escala de BAO é uma das sondas mais poderosas para investigar parâmetros cosmológicos, incluindo a energia escura. "A energia escura é certamente um dos principais temas de pesquisa na física do século 21", diz Wuensche.

"Além de estar diretamente envolvido na investigação científica de um dos principais problemas da física do século 21, possibilitando a formação de recursos humanos e envolvimento de engenheiros e técnicos de alto nível do Inpe, a construção de parte desse projeto no país contribui para estimular a indústria a construir peças que ela nunca fez antes. Nossa ideia é trabalhar com as empresas envolvidas para qualifica-las a construir partes de um instrumento singular. A importância desse consórcio para o Brasil e a indústria é fazer com que o setor se envolva no desafio de construí-las", ressalta o pesquisador. 

Fonte da notícia: MCTIC

 

Término: 
28/02/2017

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