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Resultado final da etapa brasileira do Falling Walls Lab

PROJETOS COM FOCO EM SAÚDE VENCEM ETAPA BRASILEIRA DO FALLING WALLS LAB 

Por: DWIH São Paulo

Publicado em 04.10.2018.

Um amazonense e uma mineira, ambos doutorandos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foram os grandes vencedores da etapa final do concurso Falling Walls Lab Brazil, que aconteceu dia 2 de outubro em São Paulo. O engenheiro Marcus Lima e dentista Renata Pereira vão disputar a final mundial na Alemanha e participar da Falling Walls Conference, em Berlim, nos dias 8 e 9 de novembro. A final brasileira aconteceu no espaço Ahoy! Berlin São Paulo e foi aberta ao público. O terceiro lugar ficou com o iraniano Mohammad Sadreian, pós-graduando da Universidade de São Paulo (USP).

Lima levou o primeiro lugar com o eyeTalk, um aplicativo destinado a pessoas que não conseguem se comunicar nem verbalmente nem por gestos: só pelo olhar e pelas expressões faciais. “Eu estava realizando entrevistas para conceber uma ideia inovadora na área médica, estava no hospital. E conversei com uma mulher, que tinha um filho chamado José com quem só conseguia se comunicar por meio do olhar. Então tive um ‘click’ e a ideia surgiu”, resume ele.

No eyeTalk as teclas são acionadas com piscadas e o usuário pode, assim, “digitar”. Durante sua apresentação, realizada em um excelente inglês, Lima foi questionado sobre a diferença entre sua ideia e os produtos já existentes no mercado. “Os produtos já existentes, além de caros, são desconfortáveis. Capacetes, tablets grandes. Queríamos uma opção mais barata, acessível e confortável.” Segundo ele, cerca de 18 milhões de pessoas no mundo não conseguem se comunicar apropriadamente.

Já Pereira propôs uma ideia para evitar o que se chama de cárie secundária – aquela que se forma em um dente já restaurado, resultado de defeitos como microinfiltrações na interface entre o dente a restauração – e lembrou que a cárie é a segunda doença mais comum no mundo.

“Eu sugiro a aplicação de grafeno no adesivo usado nas restaurações de cárie secundária. O grafeno é fino, flexível, antimicrobiano e à prova d’água. É capaz de proteger a interface entre o dente e a restauração”, explicou a pesquisadora, que morou um ano na Alemanha.

Participaram da final nacional 15 candidatos pré-selecionados entre 94 inscritos, um recorde no Brasil e o mais alto número registrado em uma etapa do FWL 2018 em todo o continente americano. Cada um fez uma apresentação de três minutos, em inglês, mostrando para o júri e uma plateia de cerca de 40 pessoas a relevância e o poder de transformação de sua ideia.

No júri, além de representantes dos parceiros – Martina Schulze (diretora do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico – DAAD,  e Carlos Pereira (diretor de Operações da Embrapii) – estavam também Vânia Zuin (professora de tecnologias verdes no Departamento de Química da UFSCar); Carolina Bajarunas (Builders Consulting/Food Tech Movement); Luiz Catalani (professor do Instituto de Química da USP e diretor da Innova USP); e Thomaz Gomes (editor da Pequenas Empresas, Grandes Negócios, da Editora Globo). Eles avaliaram os concorrentes com base em três critérios: o quanto a ideia é inovadora, a relevância e o potencial de impacto dela, e a capacidade do candidato de relatar, na apresentação, que essa ideia era inovadora e impactante.

“Essa dinâmica de apresentação em três minutos é interessante porque é preciso ser sucinto e ter poder de persuasão. Creio que, apesar dos candidatos terem um pouco de dificuldade de qualificar o grau de inovação de suas ideias, a maioria deles se saiu bem”, avaliou o diretor de operações da Embrapii e um dos jurados. Para Vânia Zuin, da UFSCar, este ano, os projetos estavam bem relacionados a preocupações sociais, o que lhes conferiu mérito. Ela assistiu ao evento na edição passada, mas não como jurada. “No caso dos dois primeiros colocados, achei que houve inclusive certo equilíbrio: a Renata focou em um problema mais ‘profundo’, mas invisível ao leigo; e o Marcus focou em uma questão mais fácil de se ‘ver’ e igualmente relevante.”

Martina Schulze afirmou que a decisão foi relativamente rápida. “A decisão dos jurados foi rápida no sentido de selecionar quais seriam os projetos premiados com a viagem à Alemanha. Difícil foi escolher, entre os dois, quem ficaria em primeiro lugar. Já com relação ao terceiro lugar demoramos um pouco, pois havia um quarto projeto no páreo.”

A proposta do terceiro colocado, Mohammad Sadreian, também está relacionada à área de saúde: ele propõe um método que combina a injeção de um medicamento à aplicação de luz para identificar células cancerígenas. “Estamos em vias de depositar uma patente”, afirmou Sadreian.

Esta é a quinta edição do concurso realizada no Brasil. A organização foi do DWIH São Paulo em parceria com a Ahoy! Berlin São Paulo, a Universidade de São Paulo (USP), a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e o DAAD. Em nível mundial, o concurso é uma iniciativa da Falling Walls Foundation.

Estiveram presentes, ainda, Paul Leonhardt, representando o Consulado Geral da Alemanha, e Emma Otta, pró-reitora adjunta de Pesquisa da USP.

Término: 
12/10/2018

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