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Sensor detecta mutação e possibilidade de câncer na mama

Foto: banco de imagens do IFSC-USP

Sensor detecta mutação que facilita aparecimento de câncer de mama

Pesquisadora ganha menção honrosa no “Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia”

Fonte: banco de imagens do IFSC-USP 

Há quase cinco anos, a atriz Angelina Jolie tomou uma decisão que gerou ibope e muita polêmica: retirou os seios para prevenir câncer de mama. Para tomar tal decisão, radical e equivocada sob o ponto de vista de muitos, a atriz se baseou em um mapeamento genético, através do qual foi possível detectar o mau funcionamento do gene BRCA1, que pode levar a uma pré-disposição maior para o desenvolvimento de câncer de mama e ovários.

Testes, como os feitos por Jolie, para buscar alterações/mutações nos genes não são triviais, mas já existem diversos pesquisadores trabalhando sobre eles, tentando, inclusive, melhorar sua eficiência. Esse é o caso de Laís Ribovski, pesquisadora do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do Instituto de Física de São Carlos (GNaNo- IFSC/USP).

Parte de sua pesquisa de mestrado, orientada pelo docente Bruno Campos Janegitz* (UFSCar), em parceria com o coordenador do GNaNo, Valtencir Zucolotto, consistiu no aprimoramento de um sensor de DNA para detecção de uma mutação específica relacionada à pré-disposição ao câncer de mama. “Essa mutação, encontrada no gene BRCA1, está fortemente relacionada a casos que acontecem dentro de uma mesma família de câncer de mama”, explica Lais. “Criamos um sensor que detecta se existe essa mutação, indicando uma maior chance de câncer de mama no organismo que a possua”.

Embora testes para detecção dessa mutação já existam, conforme já mencionado, a proposta dos pesquisadores do GNaNo foi simplificar o teste, por meio da redução de um dos passos mais complicados e trabalhosos do processo. “Agora, precisamos trabalhar na simplificação de outro passo desse teste, chamado PCR, que consiste na amplificação do DNA fazendo várias cópias dele. Feito isso, conseguimos detectar em nosso sensor se a cópia é mutada ou não”, elucida a pesquisadora.

O sensor construído pelos pesquisadores do GNaNo consistiu em um bastão de polímero (plástico), dentro dele passando um condutor elétrico e na ponta uma superfície de ouro, sobre a qual é depositada parte do DNA e sua cópia, originadas de uma amostra de sangue ou saliva do paciente. “Se as fitas de DNA forem complementares, elas formarão uma fita dupla e o sinal será mais elevado. Se elas não foram complementares, não se juntam, então não há formação da dupla fita e o sinal é menor. Dessa forma, se elas formarem a dupla fita,há a presença de mutação”, explica Laís.

Os frutos da pesquisa

Tratando de um tema tão relevante e notório, a pesquisa não passou despercebida. Pelo contrário: recebeu uma menção honrosa na categoria “Jovens Pesquisadores” na 13ª edição do Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia, cujo tema foi “Tecnologias para a Economia do Conhecimento”. O prêmio foi entregue a Bruno que, em matéria publicada no portal da UFSCar, afirmou que o grande diferencial do método em relação a alguns semelhantes já existentes é justamente o baixo custo- em torno de R$70,00, de acordo com o docente.

A construção do sensor já foi finalizada e, inclusive, patenteada. No entanto, para estar disponível comercialmente, será necessária uma base laboratorial mínima para sua distribuição em hospitais e outros centros de saúde.

*Á época da pesquisa, Bruno era aluno de pós-doutorado do GNaNo, sendo atualmente docente do Departamento de Ciências da Natureza, Matemática e Educação, da Universidade Federal de São Carlos (DCNME-UFSCar).

FONTE DA NOTÍCIA: Rui Jorge Sintra - Assessor de Comunicação do IFSC-USP

 

 

Término: 
30/06/2018

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