
Publicado por intranet em qui, 26/09/2024 - 13:42
No último dia (14), o evento realizado pelo IFUSP "Física para Todos"ganhou mais um capítulo dos seus ciclos de palestras. Na oportunidade, a professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Marisilvia Donadelli, palestrou sobre o tema “Explorando o bóson de Higgs: uma visão extraordinária do nosso Universo”.
A existência deste campo trabalhado por Marisilvia é um dos grandes temas que envolvem a Física de Partículas com a origem do Universo. Isso porque as estrelas, os planetas e a vida só puderam surgir porque as partículas obtiveram massa de um campo fundamental associado ao bóson de Higgs, partícula que teve sua existência confirmada em 2012, no CERN.
Após a palestra, a comunicação do HEPIC teve a possibilidade de conversar com a professora e pesquisadora, que trouxe uma linha histórica do estudo, guiado por ela e outros pesquisadores, entre a publicação do artigo sobre pares de HIggs usando os dados de Run 2 e o atual momento. De acordo com ela, houve uma grande coleta de dados entre o período, o que impacta a forma como o estudo realiza a discriminação do sinal de interesse, que tem como objetivo realizar a busca por pares de higgs.
De acordo com ela, há um delay entre o estado atual da pesquisa e a publicação do resultado. "Quando esse paper saiu. Nós já estávamos trabalhando nessa nessa nova etapa da análise. Sempre tem entre uma publicação e outra uma atualização.
Colaborações nacionais e internacionais são fundamentais para a evolução das pesquisas
Mesmo que lidere a pesquisa pela UERJ, em entrevista com a comunicação do HEPIC, a pesquisadora ressalta que existem outros grupos envolvidos no tema do Bóson de Higgs. Para além da sua universidade, ela cita os importantes trabalhos realizados sobre o tema na Universidade de São Paulo e na Universidade Federal da Bahia. "Aqui no Brasil, os grupos de pesquisa formam uma colaboração", ressalta.
Além disso, a pesquisadora também comenta sobre os próximos desafios em relação ao estudo sobre a produção de pares de higgs, que é publicar um artigo em 2025, pois o grupo deve juntar todos os dados coletados no Run 2 que está nessa publicação de julho de 2023 e os dados do Run 3.
Ela ressalta, "ou seja, eu tenho 140 fb-1 do Run 2 e 60 fb-1 do Run 3. Com isso, o desafio é fazer toda análise de novo juntando esses dois dados e essas novas técnicas, até metade do ano que vem. O tempo para isso é muito curto, mas tem uma boa equipe para isso . Eu tenho por exemplo um aluno de doutoramento sobre minha supervisão e os grupos também têm professores com outros estudantes", completa.
Em tempo, ela reforça que essa análise é importante porque representa uma das questões ainda não respondidas dentro do setor Eletrofraco. "Isso tem implicações bastante significativas com relação às teorias que preconizam como é a cosmogênese do nosso universo. Então as implicações dela direcionam para a questão da história do nosso universo", finaliza Marisilvia.