Detectores gasosos microestruturados de radiação e suas aplicações
Os detectores gasosos de radiação sempre desempenharam um papel vital no desenvolvimento da física nuclear. A recente tecnologia de Detectores Gasosos Micro-Estruturados (MPGDs, do inglês) tornou-se amplamente adotada nos experimentos de física de alta energia devido à sua relação custo-benefício para medidas de áreas grandes, baixo custo de material e alta resistência à radiação. Uma comunidade internacional tem trabalhado para melhorar a resolução espacial e temporal, além de estender a capacidade de taxa de eventos dos MPGDs. A verdade é que nenhuma outra tecnologia de detector oferece uma diversidade semelhante de usos. Recentemente, o grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Nottingham (UoN) começou a trabalhar para viabilizar a prototipagem rápida com manufatura aditiva (impressão 3D), visando flexibilidade de projeto na busca de novas geometrias que otimizem o sensor. Este projeto pretende dar continuidade a este esforço inovador. Além disso, com as técnicas analíticas avançadas para caracterização de materiais e superfícies do National Physical Laboratory (NPL), um nível de precisão e sensibilidade sem precedentes favorecerá um profundo entendimento do envelhecimento e da degradação do sensor. Otimização e longevidade são duas restrições para a tecnologia de MPGDs que, se não forem abordadas, impedem parcial ou totalmente os futuros experimentos em física de altas energias.Além disso, a segunda fase do projeto inclui a transferência de tecnologia. A ideia é construir um protótipo e estudar formas de introduzir a tecnologia MPGDs no mercado. O possível benefício é a redução de custos de equipamentos radiográficos e tomográficos, impactando áreas como agricultura com inspeção de qualidade de grãos, segurança com radiografia de sacolas, veterinária com radiografia e tomografia de pequenos animais, bem como na geologia e petróleo por microtomografia de rochas e sedimentos.