Artigo | Oxidative Stress and Lipid Profile During Acute Phase of COVID-19 Infection and After Recovery: Evidence of a Sequel in LDL

Dos autores Zahra Lotfollahi, Luana dos S. Neres, Andressa F. Mathias, Maria C. P. de Freitas, Flávia de C. Cartolano, Ana C. Varella, Paulo A. Lotufo, Alessandra C. Goulart, Nágila R. T. Damasceno, Juliana B. de Andrade, Ricardo A. Fock e Antonio M. Figueiredo Neto.
Publicado em Brazilian Journal of Physics.
Comentários do pesquisador Antonio M. Figueiredo Neto.
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Estresse oxidativo e perfil lipídico durante a fase aguda da infecção por COVID‑19 e após a recuperação: evidência de uma sequela na LDL

Este estudo teve como objetivo investigar a aterogenicidade das partículas de LDL (do Inglês, Low-Density Lipoprotein) em pacientes com infecção aguda e recuperados da COVID-19. O trabalho é uma colaboração multidisciplinar no âmbito do INCT de Fluidos Complexos, com sede no IFUSP, no qual físicos, nutricionistas, médicos e bioquímicos investigaram, por meio de diferentes técnicas experimentais, as LDLs de pacientes durante a infecção e após a sua recuperação. Uma interessante comparação é feita com pessoas que nunca tiveram contato com o vírus. Os participantes eram adultos, com 18 anos ou mais, de ambos os sexos. Aqueles com resultados positivos de RT-PCR na linha de base foram incluídos no grupo COVID-19 aguda, e aqueles com RT-PCR negativo seis meses após a infecção aguda, foram incluídos no grupo COVID-19 recuperado. A qualidade do LDL foi avaliada usando três métodos validados:

Varredura-Z (ou Z-Scan - ZS), espectroscopia UV-visível e sistema Lipoprint. O grupo COVID-19 recuperado apresentou números significativamente maiores de partículas grandes de LDL (menos aterogênicas) do que o grupo COVID-19 aguda. Também descobrimos que a infecção por COVID-19 foi associada à modificação oxidativa das partículas de LDL. Os níveis de dímero D e PCR foram correlacionados com os resultados de ZS e a estimativa da quantidade de antioxidantes. Além disso, notamos que a infecção deixou uma sequela na qualidade da LDL, mesmo após seis meses de recuperação, tornando-a mais aterogênica. A qualidade das partículas de LDL em pacientes com COVID-19 melhorou após a recuperação. O aumento significativo nos parâmetros físicos após a recuperação de pacientes com COVID-19 e o aumento da grande subfração de LDL observada pelo experimento Lipoprint apoiam essa descoberta. Apesar disso, comparando nossos resultados atuais de pacientes recuperados com os de experimentos anteriores por nós realizados, com pacientes que nunca tiveram contato com o vírus da COVID (portanto, LDLs de pacientes analisadas antes de 2019) notamos que a infecção deixou uma sequela na qualidade do LDL, mesmo após 6 meses de recuperação. Essas descobertas destacam a importância do monitoramento de lipídios durante e após a recuperação da infecção por COVID-19. Seu potencial efeito deletério no perfil do LDL pode estar correlacionado com a progressão da aterosclerose e resultados clínicos ruins em exames de sangue.
 
Apoio: INCT-FCx, CNPq, FAPESP, CAPES
 
 


Imagem: Montagem sobre figura original do artigo.
 

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