Barreiras começaram a ser quebradas na academia

Barreiras começaram a ser quebradas na academia

Na sua 4ª edição, a etapa brasileira da competição global Falling Walls Lab, realizada no Instituto de Física da USP, no último dia 19 de setembro, contou com 94 inscritos e 14 finalistas. O desafio era apresentar ideias inovadoras em várias áreas do conhecimento, em apenas três minutos cronometrados e na língua inglesa, para um júri de notáveis.

O Falling Walls Lab é um fórum, uma plataforma internacional e interdisciplinar única durante a qual estudantes, acadêmicos e profissionais apresentam projetos e ideias que possam gerar impacto positivo na sociedade. É tradicionalmente realizado na Alemanha pela entidade sem fins lucrativos The Falling Walls Foundation, com apoio do Ministério Alemão de Educação e Pesquisa e de diversas organizações.

No Brasil é realizado pela A.T. Kearney em parceria com o Centro Alemão de Ciência e Inovação – São Paulo (DWIH-SP) e a Universidade de São Paulo (USP), por intermédio do Instituto de Física (IF-USP).

Da Assessoria de Comunicação do IFUSP:

Na noite da última segunda-feira, 19 de setembro, quem chegava distraído ao auditório Abrahão de Moraes do Instituto de Física não podia deixar de notar uma cena inusitada, no palco havia um protótipo de bicicleta pronto para entrar na água e uma boneca.

A boneca já pode ser utilizada nas aulas dos futuros cirurgiões, substituindo o uso de corpos reais para o aprendizado de cirurgias cranianas em crianças; e a bike boat, quem acompanhou as apresentações soube que ela já foi testada por seu inventor nas águas da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

Esses dois protótipos foram alguns dos 14 projetos apresentados. Da demonstração de um aplicativo que visa ajudar a população local a organizar as demandas sobre melhorias que deveriam ser feitas em praças públicas e, neste sentido, tornar mais eficiente e econômico o trabalho dos órgãos públicos responsáveis pela reforma; passando pela exposição de uma pesquisa sobre  miniórgãos que podem ser obtidos através de células- tronco pluripotentes; do uso de bactérias para melhorar a eficiência de produção de combustíveis como o butanol até a ideia de um equipamento portátil para examinar o fundo dos olhos com precisão e transmitir os dados para centros oftalmológicos distantes, com o objetivo de tratar populações carentes que moram em regiões que não dispõem de oftalmologistas.

Em frente aos candidatos, um monitor que mostrava a contagem regressiva dos minutos e segundos, e uma plateia, que, se não chegava a lotar todo o auditório Abrahão de Moraes, mostrava-se ávida por conhecer um formato de evento que não é usual no meio acadêmico. Tudo isso se constituía numa boa novidade para os físicos presentes, acostumados com seminários acadêmicos mais longos. Talvez também para os internautas que acompanhavam o evento, contados até o início das apresentações na casa dos 1.370 acessos. O apresentador prepara os candidatos: “os senhores têm 3 minutos”: - “prestem muita atenção para não superar esse tempo”, orienta. Os estudantes presentes, muitos deles do curso de graduação em física, observavam atentamente as apresentações.

Os candidatos tinham que demonstrar que suas ideias eram inovadoras. Perguntas sobre a viabilidade ou não da pesquisa, ou sobre um ponto específico do projeto eram feitas em inglês por um ou mais membros do júri, e as respostas também não podiam durar mais do que um minuto.

Esse clima de competição e as expectativas por parte dos candidatos contagiavam também o público. Ao final das apresentações, o júri se deslocou para a sala de deliberação. Foram trinta minutos de intervalo e, entre um salgadinho e outro que estavam sendo servidos no saguão do auditório, os candidatos puderam ter contato direto com a plateia.

Luan, aluno do último ano do bacharelado em física, conversou com um dos candidatos que tinha acabado de apresentar um dispositivo de controle do consumo de oxigênio em hospitais. Luan procurou saber como o dispositivo funcionava e se ele já tinha sido testado em hospitais.

Para Luan, eventos como o Falling Walls Lab também são muito importantes para motivar os alunos e o público em geral a tomarem gosto pela ciência. “Eu fui bolsista de um projeto de extensão universitária aqui do Instituto de Física, que buscava levar o conhecimento produzido na universidade para o público externo de uma forma que as pessoas não fossem meras espectadoras, mas partícipes do conhecimento produzido”.

Essa também é a expectativa do diretor do Instituto de Física, Prof. Marcos Martins que, na abertura do evento, disse esperar que a vinda da seletiva do Falling Walls Lab para o IFUSP pudesse contribuir para que os estudantes se sentissem estimulados a participar mais de eventos como este.

Do resultado final:

O júri retornou para o auditório e o apresentador, antes de proclamar o resultado, disse que os membros do júri foram unânimes em afirmar que a disputa foi acirrada em função da alta qualidade dos projetos apresentados, mas que houve consenso sobre a escolha dos três finalistas. Os dois primeiros colocados irão concorrer na etapa global em Berlim, a ser realizada no dia 08 de novembro, com todas as despesas pagas, momento em que repetirão suas apresentações no mesmo formato e dinâmica. A candidata que foi escolhida em terceiro lugar não tem assegurado o direito de ir para a Alemanha, porém, caso ocorra algum imprevisto e algum dos dois primeiros colocados não possa ir, ela será convidada para representar o Brasil na próxima etapa.

Nome completo

Breaking the wall of ...

Campo do conhecimento

Projeto

1.       José Augusto Stuchi

Blindness Cases Due To Retinal Diseases

Saúde

Retinógrafo portátil acoplado a smartphone

2.       Diogo Biagi

Drug Development

Saúde

Utilização de células-tronco para testes de medicamentos

3.       Giselle  Coelho

Neurosurgical Education

Saúde

Simulador para treinamento de cirurgias cranianas

 

Data Publicação: 
terça-feira, 27 Setembro, 2016
Data de Término da Publicação da Notícia: 
segunda-feira, 3 Outubro, 2016

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