Após cuidadosa análise sobre a situação das falsas seringueiras (Ficus elastica) no IFUSP, chegamos a este momento: 9 árvores terão de ser retiradas do espaço do Instituto. A conclusão foi refletida e judiciosa: a remoção deveria ter sido feita no passado, quando as árvores ainda eram pequenas. Agora é inadiável: urgente para proteger a comunidade, os visitantes, os edifícios no entorno e o planejamento ambiental do campus.
Como gestores do espaço público, temos a responsabilidade pelo zelo e pela segurança da comunidade do Instituto de Física. Entenda as razões legais, sociais e ambientais que orientaram a decisão.
FALTA DE PLANEJAMENTO, CONHECIMENTO E INVESTIMENTO → DETERIORAÇÃO E PERIGO
► QUAL O PROBLEMA?
As árvores foram introduzidas isoladamente na década de 70, por ação humana irregular e não planejada. O porte e o tipo das raízes das Ficus são incompatíveis com a evolução dos espaços do IFUSP e do entorno. Podas de limpeza vêm ocorrendo desde 2008, mas não têm sido suficientes para compatibilizar o ambiente natural com o construído. Além do constante risco da queda de galhos, as raízes provocam danos às edificações e redes de infraestrutura próximas do IFUSP, representando constante perigo e impedindo uma melhor configuração do nosso espaço. Os danos causados são graves, permanentes e ainda dinâmicos.
► ESPÉCIE INVASORA
Originária da Ásia, esta espécie é exótica para o Brasil e está na Lista de Espécies Vegetais Exóticas Invasoras de São Paulo. Com sua constituição robusta, raízes aéreas e raízes superficiais agressivas, troncos curtos e galhos que se desenvolvem diagonalmente ao tronco, a Ficus elastica necessita de grandes espaços para se desenvolver. Assim, além dos sérios impactos econômicos - devido aos danos à infraestrutura adjacente - causam também impactos ambientais, devido à dificuldade de desenvolvimento de espécimes nativos em seu entorno (note que não há fauna nem flora em coexistência). A reposição ambiental após a retirada das Ficus usará espécies nativas, melhorando a integração com o ambiente, flora e fauna do campus.
UMA QUESTÃO DE SEGURANÇA
► TARDE DEMAIS...
Atualmente, as Ficus representam grande perigo à comunidade do IFUSP e a todos os visitantes. Há um risco iminente de queda de galhos velhos, doentes ou mortos, e o perigo aumenta a cada ano. Por desconhecimento dos fatores funcionais dos espécimes e falta pontual de recursos, investimentos em poda de formação e de condução não ocorreram oportunamente e a falta de manejo apropriado resultou em um desenvolvimento incompatível para o espaço físico disponível.
► UMA MULTIDÃO EM PERIGO
As árvores a serem retiradas ficam ao longo do calçadão da Física, onde se dá o acesso às salas de aulas, Biblioteca, Lanchonete e o Bandejão. O local tem grande fluxo de transeuntes, chegando a cerca de 5 mil pessoas por dia. Muitos permanecem em fila para o "Bandejão", detendo-se logo abaixo das árvores. Lembrando que algumas destas falsas seringueiras já têm cerca de 20 metros de altura, uma queda de galho sobre um indivíduo resultaria certamente em grave contusão ou mesmo golpe fatal.
► UM DESASTRE RECENTE
Em 2013, uma estudante morreu após ser atingida na cabeça pelo galho de uma árvore no campus da USP em São Carlos, ao lado de uma lanchonete. Além da perda trágica da aluna e o choque sofrido pela comunidade, a Universidade foi condenada a pagar 394 mil reais de indenização aos pais da vítima. Na sentença, o juiz afirmou a responsabilidade objetiva da Universidade, indicando que a correta avaliação, podas e supressão de árvores impediriam o evento.
A JORNADA PELA APROVAÇÃO E RECURSOS
► ATUAÇÃO DA CIPA, PROVIDÊNCIAS DO IFUSP
Em 2018, a Comissão Interna para Prevenção de Acidentes (CIPA) do IFUSP comunicou - e solicitou providências ao Instituto - sobre o aumento de queda de galhos que já comprometia a segurança de funcionários, docentes, alunos, visitantes e prestadores de serviços. A partir de então, o IFUSP realizou registro e estudo das condições das árvores para verificar o melhor encaminhamento da questão. Em maio de 2018, o Instituto iniciou contato com a Prefeitura do Campus para solicitar a autorização para retirada das Ficus.
► FORMALIZAÇÃO
Após trâmites formais e técnicos juntos aos órgãos administrativos e ambientais competentes da Universidade e da Prefeitura, o IFUSP recebeu a autorização final da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente para a retirada de 9 árvores em 17/09/2021. Após a aprovação e considerando a situação premente - especialmente aproximando-se o retorno presencial às aulas -, a Universidade liberou os recursos necessários para a remoção das Ficus e para o projeto de requalificação dos espaços, que inclui a reposição ambiental das árvores.
► NOVA PAISAGEM
As novas árvores que integrarão os espaços do Instituto de Física serão escolhidas a partir de opções nativas do município e de acordo com o porte adequado para a reposição das Ficus retiradas. Já há alguns projetos paisagísticos em análise e, em breve, a comunidade será consultada sobre ideias e preferências.
O IFUSP é nosso ambiente de trabalho, estudo, nossa segunda casa. Contamos com o apoio e participação da comunidade para ajudar a reconstruir nossos espaços de vivência em busca de um ambiente funcional, acolhedor e seguro para todos.
Acompanhe alguns registros das situações de perigo apresentadas pelos galhos das falsas seringueiras e alguns exemplos da agressividade no avanço das raízes, realizando danos nas estruturas físicas das edificações do Instituto.
► Acesse AQUI o parecer da Engª Veronica Espinosa sobre a remoção das falsas seringueiras do IFUSP. (em breve!)