Semeando nuvens: pesquisa do Lab. de Física Atmosférica do IFUSP aprofunda compreensão sobre a formação de nuvens na Amazônia

O trabalho “Occurrence and growth of sub-50nm aerosol particles in the Amazonian boundary layer” foi publicado em acesso livre pela revista Atmospheric Chemistry and Physics. O estudo tem como autor principal o pesquisador Marco Aurélio Franco do Lab. de Física Atmosférica da USP em colaboração internacional.

Por: Comunicação IFUSP.


 
"Este trabalho envolveu a colaboração de pesquisadores brasileiros e alemães, que trabalharam com o mesmo propósito: entender a dinâmica de aerossóis na camada limite planetária. Esta tarefa nos levou a entender características do ciclo de vida dessas partículas na Amazônia que ainda não tinham sido exploradas, em particular, a relação entre eventos de crescimento de partículas e características meteorológicas e diurnas. Descobrimos que os aerossóis crescem principalmente durante o dia, quando há disponibilidade de radiação solar, e próximo a períodos com chuva, o que está relacionado com o transporte dessas partículas da alta troposfera para a superfície. Entretanto, verificamos também que quantidades significativas desses eventos de crescimento ocorrem tanto em condições não relacionadas à processos convectivos quanto durante a noite. Esses casos precisam ser avaliados com mais detalhes em estudos futuros" - comenta o pesquisador Marco Aurélio Franco.
 
O estudo foi realizado com dados do ATTO (Amazon Tall Tower Observatory), onde a atmosfera é comparativamente limpa e em grande parte livre de poluição antropogênica. O pesquisador Marco Aurélio e co-autores analisaram uma longa série temporal da distribuição do tamanho do número de aerossóis e também mediram parâmetros meteorológicos para identificar possíveis conexões com eventos de crescimento de aerossóis. Compreender melhor os processos de formação de nuvens é muito importante para poder prever como as mudanças climáticas podem impactar as florestas amazônicas, já que a formação de nuvens essencial para a chuva e, portanto, para a manutenção das florestas tropicais. 
 
 

Foto: © Oliver Lauer / MPI-C

 

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