Estudo descobre quais princípios físicos estão por trás do chamado ‘darwinismo quântico’

Estudo descobre quais princípios físicos estão por trás do chamado ‘darwinismo quântico’Na escala atômica e subatômica, os objetos exibem comportamentos que desafiam a visão de mundo clássica, baseada nas interações cotidianas com a realidade macroscópica.
Por: Revista Pesquisa FAPESP.
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Um exemplo bastante conhecido, entre vários, é o fato de o elétron poder se comportar tanto como uma partícula quanto como uma onda, dependendo do contexto experimental em que é observado. Para explicar esses dados, que pareciam colocar em xeque a física herdada dos séculos anteriores, modelos autoconsistentes, mas que carregam interpretações contraditórias, foram propostos por cientistas da estatura de Louis de Broglie (1892-1987), Niels Bohr (1885-1962), Erwin Schrödinger (1887-1961), David Bohm (1917-1992) e outros.
Porém, os grandes debates que acompanharam a formulação da teoria quântica, protagonizados principalmente por Einstein e Bohr, não levaram a resultados conclusivos. E a maioria dos físicos das gerações posteriores passou a utilizar equações muitas vezes decorrentes de arcabouços teóricos conflitantes sem se preocupar muito com os conceitos filosóficos subjacentes. As equações “funcionavam” e isso pareceu suficiente. Vários artefatos tecnológicos hoje triviais foram produzidos a partir de aplicações práticas da teoria quântica.
Mas é da natureza humana questionar. E um questionamento importante que se apresentou posteriormente foi o porquê de os comportamentos estranhos e contraintuitivos dos experimentos quânticos não se manifestarem no mundo macroscópico. Para responder a essa pergunta, ou contorná-la, o físico polonês Wojciech Zurek (nascido em 1951) desenvolveu o conceito de “darwinismo quântico”. Saiba mais...

Imagem: Apesar de a teoria quântica ser probabilística e em geral permitir diferentes resultados para uma medição (figura à esquerda), observadores independentes, monitorando o mesmo sistema, veem o mesmo resultado (figura à direita). O “darwinismo quântico” foi proposto para explicar isso. Quando todos os observadores concordam com o que veem, tendem a considerar isso como o conhecimento objetivo de uma característica intrínseca do sistema. Mas as coisas podem não ser bem assim (imagem: Roberto Baldijão/Unicamp)

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