Homenagem a Luciano Portante

Homenagem a Luciano Portante
Do Departamento de Física Experimental, por Marcos N. Martins.
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Perdemos o Luciano (Periquito, ou ainda Piri, para os mais íntimos, provavelmente por conta do saliente nariz adunco, que portava com orgulho). 

Luciano foi contratado no Instituto como mecânico (mecânico de veículos, não torneiro mecânico), numa época em que isso ainda era possível e a improvisação era norma. Não sei bem como ele foi parar no Laboratório do Acelerador Linear, nem como foi a transição de mecânico de automóveis (que ele nunca deixou de ser) para torneiro mecânico, mas isso é irrelevante. O importante é saber, e lembrar, que Luciano era um artista, capaz de conceber e executar, com acabamento impecável, peças metálicas de grande complexidade. Sua habilidade nos vários tipos de solda também era notória, o que o fazia muito requisitado por vários laboratórios, quando precisavam soldar peças para alto vácuo. Mas, como muitos artistas, Piri tinha um temperamento bastante volátil, que, como muitos compostos voláteis, entrava em combustão com facilidade. Um preço módico a ser pago por sua disposição em ajudar e sua enorme habilidade em encontrar soluções para problemas mecânicos difíceis. 

Só para nos contrariar, Luciano se foi sem alarde, discretamente. Vamos sentir sua falta.

 


Foto: Luciano "Periquito" e seu filho. Acervo familiar.

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