Pesquisa desenvolvida em conjunto entre o Instituto de Física, a RMIT University, da Austrália e o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) visa aprimorar o uso de micro-tecnologia no campo da biomedicina

Da Assessoria de Comunicação do IFUSP

A FAPESP anunciou recentemente o resultado da primeira chamada conjunta para projetos de intercâmbio entre pesquisadores do Estado de São Paulo e a Australian Technology Network of Universities (ATN), no âmbito do acordo de cooperação científica firmado entre as duas instituições.

Das 06 propostas selecionadas, uma será desenvolvida pelo Prof. Dr. Adriano Mesquita Alencar, docente do Instituto de Física da USP, em parceria com a Dra. Luciana Ramos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e com o Prof. Dr. Arnan Mitchell, da RMIT University e pesquisará a fabricação de plataformas microfluídas para pesquisas biomédicas utilizando cerâmicas sinterizadas em baixa temperatura (LTCC).

A FAPESP financiará em reais o equivalente a até AU$20,000 (vinte mil dólares australianos) anuais por proposta e a ATN financiará até AU$20,000 (vinte mil dólares australianos) anuais por proposta, pelo período de vigência estabelecido na concessão, para cobrir despesas de mobilidade (passagens, diárias e seguro-saúde).

Segundo o Prof. Adriano Alencar, a parceria de pesquisa estabelecida entre o Instituto de Física da USP, a RMIT University, da Austrália e o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), visa explorar o uso de micro-tecnologia para o estudo de fenômenos biomédicos. Essa tecnologia de microfluídica integrada a estruturas de microeletrônica permite, por exemplo, estudar a separação e manipulação de partículas com volumes da ordem de picolitros, ou seja, hoje, quando se realiza um experimento com reagentes, usualmente, existe uma quantidade mínima de reagente que uma pessoa pode utilizar para fazer uma mistura de por exemplo: 1/3 de um reagente A com 2/3 do reagente B.  Essa quantidade mínima está vinculada com a precisão que se tem para medir essas quantidades. Usualmente as unidades utilizadas são mililitros (1/1,000 do litro. Com a microfluídica, consegue-se gotas da ordem de picolitro 1/1,000,000,000,000 do litro. Dessa forma, pode-se multiplicar a velocidade de reação dos reagentes e a precisão, com enorme economia de materiais.  - Para o Prof. Adriano, é esperado que os resultados finais deste projeto permitam a criação de dispositivos em miniatura capazes de manipular e selecionar células e fluídos biológicos para pesquisas, completamente embalados em dispositivos microscópicos, com alta confiabilidade e uso a longo prazo. Este projeto também irá focar no desenvolvimento de plataformas microfluídicas para o estudo das propriedades reológicas de células vivas, um ramo da ciência denominado “órgão em um chip”.

O alcance da pesquisa com a microfluídica está relacionado com a sua aplicabilidade imediata, algumas empresas farmacêuticas já utilizam essa tecnologia para fazer medicamentos com maior precisão. Nesse caso, para a empresa há redução de custos, pois diminui o desperdício de matérias primas e para o paciente, existe a diminuição a exposição ao risco de ingerir mais medicamento do que precisa. Para exemplificar, o Prof. Adriano comentou o caso do indivíduo que precisa ingerir 1 miligrama de um medicamento qualquer, se o equipamento que empacota a droga no comprimido tem um erro de 10% (levando-se o raciocínio ao extremo), a empresa tem que produzir cada comprimido contendo 1.12 miligramas da droga (1.12 menos 10% igual a aproximadamente 1.0). Ora, essa é a única forma da empresa garantir que em cada comprimido contenha pelo menos 1 miligrama da droga. Isso é crucial em alguns casos. Aumentar a precisão, portanto, permite que o paciente tome exatamente o que ele precisa para se tratar, reduzindo sua exposição a droga, e a empresa economiza  0.12 miligramas para cada comprimido produzido.

Mais informações:

Assessoria de Comunicação do IFUSP

11 – 3091-6965 – e-mail: noticias@if.usp.br

 

Data Publicação: 
segunda-feira, 9 Fevereiro, 2015
Data de Término da Publicação da Notícia: 
terça-feira, 31 Março, 2015

Desenvolvido por IFUSP