Colóquio sobre Métodos Teóricos de Grupos aplicados à Física

Grandes nomes da física e da matemática estarão no Rio de Janeiro a partir deste domingo (19) para o 31º Colóquio Internacional sobre Métodos Teóricos de Grupos aplicados à Física, o encontro mais importante de pesquisadores que estudam a simetria desde 1972. Sem essa ferramenta matemática, não haveria a Teoria da Relatividade do físico Albert Einstein ou um conhecimento mais apurado sobre o átomo e a antimatéria. A "partícula de Deus", como é chamada a partícula subatômica detectada em 2012, também não teria sido descoberta pelos cientistas. "O mundo seria diferente", resume o pesquisador José Abdalla Helayël-Neto, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), instituto de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Nos últimos cem anos, segundo Helayël, a noção de simetria tem sido fundamental para o entendimento das leis e dos fenômenos da natureza. Ela é fundamental para que os físicos entendam a estrutura dos sólidos – diamantes, rochas, grafites, plásticos e metais. Dos objetos do nosso cotidiano, o famoso cubo mágico e as cadeiras de escritório, cuja estabilidade só é atingida com um mínimo de cinco pés, têm tudo a ver com simetria. O conceito de simetria também está presente nas artes, na música e na geometria. Mas o que é simetria?

"É quando qualquer interferência sobre um sistema é incapaz de alterá-lo, e ele permanece imutável. Para a física, isso tem uma consequência muito profunda", explica o pesquisador, antecipando a palestra que fará no Museu do Amanhã para o grande público no sábado (25).

O pesquisador Helayël-Neto ressalta que o Colóquio Internacional sobre Métodos Teóricos de Grupos aplicados à Física será realizado pela primeira vez na América do Sul. "Um reconhecimento de que os estudos sobre simetria estão ganhando as universidades e institutos de pesquisa do Brasil."

Medalhas

Junto com os 150 físicos e matemáticos esperados para o Colóquio estão os cientistas que serão agraciados com dois prêmios de alto prestígio. A Medalha Wigner será entregue ao norte-americano Bertram Kostant, de 88 anos, professor emérito do Departamento de Matemática do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. A medalha é uma homenagem ao Nobel de Física Eugene Wigner (1902 – 1995), também conhecido pela autoria de um texto clássico sobre popularização da matemática: A implausível eficácia da matemática nas ciências naturais.

Já o Prêmio Weyl será dado ao russo Vasily Pestun, 36 anos, professor do Instituto de Altos Estudos Científicos de Paris. Pestun venceu a Olimpíada Internacional de Física com apenas 17 anos e agora ganha o Weyl, prêmio que homenageia o matemático alemão Hermann Weyl (1885 – 1955). 

Fonte: MCTIC

 
 

 

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