Laboratório de análise de materiais é fonte de diversas pesquisas na universidade

Através do exame detalhado por feixes iônicos, laboratório ajuda em abundantes pesquisas dos mais diferentes campos

O Lamfi (laboratório de análise de matérias por feixes iônicos), situado atualmente no edifício Van der Graff, foi um laboratório criado em 1992 para auxiliar pesquisas que necessitavam esquadrinhar, em um nível atômico, amostras de materiais diversos. Criado a partir da junção de vários grupos de pesquisas, o Lamfi tem como seu cerne uma máquina importada dos Estados Unidos e montada aqui no Brasil que opera com o bombardeamento da amostra em questão com íons, partículas dotadas de carga elétrica, seja ela negativa ou positiva. A partir disso, é possível delinear um exame minucioso do que compõem o objeto posto sobre a bandeja de amostras.

O Prof. Dr. Manfredo Harri Tabacniks, um dos líderes por trás do Lamfi, explica que esse, condiz com uma espécie de “fonte de pesquisas”, fornecendo dados essenciais para a condução de muitos estudos. Manfredo ainda esclarece que o escopo de dados fornecidos é realmente amplo, contando que o feixe de íons já foi utilizado, por exemplo, para se detalhar a composição de uma medalha do período de Dom Pedro II. Além disso, é importante registrar que os estudos em andamento com a cooperação da “fonte de pesquisas” por muitas vezes fogem do que é entendido como “ciências exatas”, sendo que o Lamfi é utilizado, novamente, a título de exemplo, para dar base a pesquisas no campo da arte, analisando atomicamente obras que são postas para o seu sensível bombardeamento iônico. 

Apesar da clara importância do Lamfi no meio acadêmico da USP, membros da equipe especializada do laboratório relatam que a burocracia de financiamento da universidade por várias vezes acaba por confinar o progresso acadêmico que envolve os estudos com a máquina, dizendo que as últimas gestões administrativas têm tomado a perspectiva “facilityzadora”- neologismo com o termo “facility” do inglês - para com o Lamfi, vendo o laboratório como não mais que um provedor de serviços: “o Lamfi não é um laboratório Fleury”.

Fonte: MATÉRIA PUBLICADA PELA AUN - AGÊNCIA UNIVERSITÁRIA DE NOTÍCIAS

Texto de autoria de João Diaz

 

Desenvolvido por IFUSP