A construção do Sirius e o pioneirismo brasileiro

Da Assessoria de Comunicação do IFUSP:

Palestra sobre a construção do Sirius durante as atividades do IFUSP na Virada Científica destacou os avanços da ciência brasileira

"A geração de luz síncrotron de quarta geração e o pioneirismo brasileiro"

O público que visitou o Instituto de Física no último sábado durante as atividades programadas para a Virada Científica tomou conhecimento do Sirius, um acelerador de partículas de última geração que está em construção em Campinas, no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron. Esse é um dos projetos da ciência brasileira que mais se destaca no cenário internacional e mostra a nossa capacidade e pioneirismo em algumas áreas do conhecimento.

A palestra do professor Antonio José Roque da Silva, docente do IFUSP e diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) mostrou que o Brasil se tornará um dos poucos países a ter até 2020 um acelerador de partículas de quarta geração, capaz de identificar estruturas celulares muito complexas como as de mamíferos e também realizar estudos que podem ser aplicados em diversas áreas como, por exemplo, a agricultura e a indústria do petróleo.

O acelerador que está em funcionamento no LNLS é de segunda geração e já permite a análise em 3D de amostras através de tomografia de raios X, com resolução micrométrica, porém, segundo o professor José Roque, com a construção do Sirius, o Brasil entrará para o seleto grupo de países que, ou já detém essa tecnologia de última geração, como é o caso da Suécia, que terá o Max IV Laboratory (MaxLab), ou que estão fazendo upgrade de aceleradores de terceira geração como é o caso do Japão, dos Estados Unidos e da França.

Para o físico, quando o Brasil resolveu construir o Sirius ele o fez com o objetivo de projetar o que havia de mais moderno e avançado em termos tecnológicos, aprendeu com os erros dos outros países que já possuíam geradores de luz síncrotron de terceira geração e saiu na frente, pois essa tecnologia possibilitará, entre outras aplicações, o entendimento mais aprofundado da biologia celular. Hoje, por exemplo, os síncrotrons mais modernos em operação não permitem a identificação das estruturas subcelulares e, segundo o professor José Roque, isso dificulta o avanço das pesquisas sobre o câncer.

Com essa tecnologia de quarta geração, o Brasil poderá se tornar pioneiro na pesquisa em uma série de áreas em que o país já se destaca, como a biologia, química, física, agricultura, nanotecnologia, entre outras. Durante sua palestra, o Prof. José Roque destacou também que a construção do Sirius está possibilitando o incremento e a transferência tecnológica para empresas brasileiras que são parceiras na consecução desse projeto.

Data Publicação: 
quinta-feira, 22 Outubro, 2015
Data de Término da Publicação da Notícia: 
sábado, 31 Outubro, 2015

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