Quando a física ajuda a aliviar a dor

Da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP:

Quando a física ajuda a aliviar a dor

 

Pesquisa na área de física médica e fotomedicina que recebeu menção honrosa da CAPES concluiu que a iluminação transcraniana, com uso do laser de comprimento de onda adequado, reduz a dor em várias situações, em diversas partes do corpo. As pesquisas sobre fotoneuromodulação da dor resultaram na criação de um produto que pode ser aplicado à pele e bloqueia a dor através da produção de analgésico endógeno.

 

No final do ano passado, por ocasião do Prêmio Capes de Tese de 2015, a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) atribuiu menção honrosa à tese de doutorado defendida pelo Dr. Marcelo Victor Pires de Sousa, intitulada “Interação de laser com neurônios: óptica de tecidos e fotoneuromodulação da dor”.

O Programa de Pós-Graduação em Física da USP também foi homenageado e recebeu menção honrosa pela excelência no trabalho de formação que vem empreendendo ao longo dos anos.

Marcelo de Sousa fez a graduação na Universidade Federal do Ceará e continuou seus estudos de mestrado e doutorado no Instituto de Física da USP. Com orientação da professora Elisabeth Mateus Yoshimura e coorientação do professor Carlos Amilcar Parada, o doutor Marcelo realizou suas pesquisas na área de física médica e fotomedicina. Uma parte dos experimentos da tese foi realizada no Wellman Center for Photomedicine – Massachusetts General Hospital, da Harvard Medical School.

A tese, com pesquisa feita em pequenos animais, concluiu que a iluminação transcraniana, com laser de comprimento de onda adequado, reduz a dor em várias situações, em diversas partes do corpo. Também foi comprovada a alteração da produção de analgésico endógeno e de neurotransmissor ligado à condução do sinal doloroso. Esse estudo realizado com roedores não verificou efeitos colaterais.

Nas técnicas de fotomedicina que já são empregadas em humanos também não foram observados efeitos adversos, segundo a Professora Elisabeth Yoshimura, orientadora da pesquisa, “de tudo que já se estudou nessa área de fotomedicina, com as potências e energias empregadas, e nos comprimentos de onda usados, é possível dizer que em humanos não há efeitos colaterais. Essa técnica já é empregada em fisioterapia, odontologia e em medicina, principalmente como anti-inflamatório, cicatrizante e analgésico, em aplicações locais”. 

Os conhecimentos da óptica e os estudos do laser combinados com as pesquisas sobre a fotoneuromodulação da dor resultaram não só numa tese premiada pela CAPES, mas também, na criação da empresa Bright Photomedicine, que atualmente desenvolve o “Light-Aid”, um tipo de curativo aplicado à pele que visa bloquear a dor por meio de reações fotoquímicas.

O equipamento está sendo desenvolvido a partir das pesquisas realizadas durante o mestrado e doutorado e já foi patenteado pelo pesquisador. A ideia é que ele seja uma solução simples, na forma de um curativo, que possa ser aplicado às várias partes do corpo e, ao mesmo tempo, que apresente alto desempenho. Ele foi projetado para ser pequeno e flexível, e descartável após o uso. Utiliza fonte de luz e bateria flexíveis envoltos por uma biomembrana. Além desses aspectos foram desenvolvidos um software e aplicativo para dispositivos móveis, que permitem adequar a melhor dose possível ao tratamento levando em conta as características pessoais do paciente.

A proposta é que esse curativo promova a redução e bloqueio da dor através de doses precisas de aplicação e isso, segundo os pesquisadores, é a chave do tratamento com a fototerapia.

Mais informações sobre as pesquisas desenvolvidas pelo Grupo de Dosimetria das Radiações e Física Médica do IFUSP:

Laboratório de Dosimetria da Radiação e Física Médica

http://www.dfn.if.usp.br/pesq/dosimetria/index.htm

Data Publicação: 
quinta-feira, 21 Janeiro, 2016
Data de Término da Publicação da Notícia: 
quinta-feira, 31 Março, 2016

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