Relato da XIX Escola de Verão de Física Experimental

Da Assessoria de Comunicação do IFUSP:

A OBSERVAÇÃO PRÁTICA DAS GRANDEZAS FUNDAMENTAIS DA NATUREZA

A XIX Escola de Verão Jorge André Swieca de Física Experimental realizada no IFUSP no período de 11 a 22 de janeiro, além de complementar a formação prática dos físicos brasileiros, intensificou o contato com pesquisadores de renome internacional e estimulou parcerias fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa no Brasil.

A construção narrativa pode ser entendida na chave da alegoria do período Renascentista, mas quando o Papa Bento XI estava recolhendo amostras de grandes oficinas de arte visando selecionar artistas que pudessem adornar a basílica de São Pedro, o seu emissário pediu ao pintor Giotto di Bondone uma obra que retratasse com perfeição a natureza, Giotto desenhou à mão livre com tinta vermelha uma esfera e a entregou ao portador. Intrigado, o emissário perguntou ao pintor se aquilo era o que ele tinha para oferecer ao pontífice e Giotto sem titubear disse que “aquilo era suficiente, mais do que suficiente”. Bento XI quando recebeu a pintura não teve dúvidas, Giotto era a pessoa indicada para o trabalho.

Com a física ocorre algo semelhante, o conhecimento das grandezas fundamentais da natureza não se dá somente nos livros ou em sala de aula, é preciso experimentar. Para tanto, a cada dois anos, desde 1986, com patrocínio da SBF (Sociedade Brasileira de Física), além do financiamento da FAPESP e de outras agências de fomento, ocorre a Escola de Verão Jorge André Swieca de Física Nuclear Experimental, que neste ano realizou a sua XIX edição, no Instituto de Física da USP, no período de 11 a 22 de janeiro de 2016.

Nessa edição, a Escola de Verão ofereceu aos 18 estudantes matriculados a oportunidade de estudar a interação de elétrons com a matéria usando o acelerador Microtron do Instituto de Física, instalado no campus Butantã da Universidade de São Paulo. Segundo a Profa. Nora Lia Maidana, coordenadora da escola e docente do IFUSP, “os participantes tiveram a oportunidade de determinar experimentalmente o espectro de energia e fluxo de elétrons espalhados em diferentes ângulos por alvos finos, bem como as seções de choque de bremsstrahlung e de ionização de camadas internas de átomos por impacto de elétrons, grandezas consideradas fundamentais para o entendimento da interação de partículas, carregadas ou não, com a matéria”.

Os alunos trabalharam em uma das duas linhas de feixe do acelerador: a de corrente contínua, com energias que podem ser fixadas entre 10 e 100 keV. Um dos objetivos da Escola foi propiciar que os alunos pudessem realizar uma experiência completa, desde a etapa inicial do planejamento, passando pela partilha de recursos comuns, a coleta de dados, análise e relato formal dos resultados, em um laboratório de pesquisa compartilhado com outras equipes.

Foram usados detectores semicondutores de alta resolução, convenientemente acoplados às câmaras de irradiação em vácuo, que possuem janelas de espectroscopia em determinados ângulos. Em todas as etapas do curso, o acompanhamento dos alunos foi realizado por docentes do próprio Instituto de Física da USP.

Pesquisadores brasileiros e estrangeiros de reconhecida experiência ministraram cursos. Segundo o Prof. Marcos Martins, diretor do IFUSP e um dos palestrantes, “em decorrência da participação dos docentes estrangeiros e do contato que eles tiveram com a pesquisa que está sendo realizada no Brasil será possível estabelecer parcerias fundamentais nessa área”.   

Mais informações sobre o Laboratório do Acelerador Linear do Instituto de Física da USP:

http://portal.if.usp.br/microtron/

Data Publicação: 
quarta-feira, 27 Janeiro, 2016
Data de Término da Publicação da Notícia: 
quarta-feira, 3 Fevereiro, 2016

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