Parceria na conservação preventiva de obras de arte

Parceria entre o IFUSP e o MAC auxilia a conservação preventiva das principais obras do Museu

 

Foto: Mariane Roccelo

 

Técnica de Raio-X permite análise das características internas das obras e identificação de danos estruturais

 

Texto: Mariane Roccelo

Uma parceria entre pesquisadoras do IFUSP (Instituto de Física da USP) e o MAC (Museu de Arte Contemporânea), da USP, permitiu a análise em raio-x de três das principais obras do acervo do museu. “A Negra”, de 1923, da pintora Tarsila do Amaral (http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo2/modernismo...), uma das mais reconhecidas obras do modernismo brasileiro, e as versões em gesso e bronze da obra futurista “Formas Únicas da Continuidade do Espaço”, do Italiano Umberto Boccioni (http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo1/construtiv...).

Foto: Mariane Roccelo

Segundo Márcia Rizzuto - professora do IFUSP, especialista em arqueometria no estudo e caracterização de objetos de arte e patrimônio cultural através de técnicas não destrutivas com Feixes Iônicos, Fluorescência de Raios X, Raman e Imageamento - a técnica consiste em tirar uma chapa da obra e colocá-la em um equipamento que permite a leitura digital da imagem obtida. O objetivo do procedimento “é olhar a estrutura interna, os pontos de restauro, se tem alguma trinca, alguma região mais sensível”, explica Márcia. A técnica é chamada de conservação preventiva, e tem como objetivo a prevenção de possíveis danos futuros às obras de arte.

Na pintura de Tarsila do Amaral, foi possível identificar a distribuição dos pigmentos da tintura, os craquelados e um pouco de perda de policromia (variação de cor), conta Ana Magalhães, historiadora de arte e Prof. da Divisão de Pesquisa em Arte, Teoria e Crítica do MAC. Segundo a pesquisadora, com o raio-x também seria possível encontrar pinturas ou desenhos subjacentes feitos na mesma tela anteriormente a obra final.

Na escultura de Boccioni, as descobertas foram ainda mais significativas. Segundo Ana, a equipe de pesquisa encontrou “informações que podem dizer como essa peça foi feita, qual o histórico de restaurações e quantos processos de produção ela pode ter passado”. Os dados coletados também confirmam que o exemplar que integra o acervo do MAC é o original, a primeira das três versões da obra. Graças a descoberta, o estudos acerca a obra do escultor italiano poderão ser ampliados internacionalmente.

Entretanto, os resultados da pesquisa são obtidos após meses de estudo e trabalho. “Esse é um projeto que leva algum tempo, que exige muitas análises”, conta Ana,“a gente começou a trabalhar sobre a história dessa obra (Formas Únicas da Continuidade do Espaço) em 2012”, quando foram feitas as primeiras imagens ultra-violetas da peça. Uma das principais dificuldades é o deslocamento dos objetos, que exige um equipamento de armazenagem apropriado.

 

Data Publicação: 
quarta-feira, 16 Novembro, 2016
Data de Término da Publicação da Notícia: 
quarta-feira, 30 Novembro, 2016

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