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A conquista do Hexa: pesquisa em destaque

A CONQUISTA DO HEXA

Equipe conquista o emaranhamento de seis campos luminosos com um único laser.

O emaranhamento é uma propriedade física que envolve correlações quânticas entre sistemas distintos. Estas correlações podem levar à superioridade dos computadores quânticos na realização de certas tarefas, como simulações e sistemas físicos ou fatoração de números primos (sendo esta uma questão fundamental para a segurança de dados no mundo moderno). Por conta disso, a geração de sistemas com múltiplos componentes emaranhados é um desafio relevante para a implementação das ideias advindas da teoria quântica de informação.

Pensando em termos de tamanho, conseguimos demonstrar que uma fonte simples de luz laser, conhecida como oscilador paramétrico ótico, pode gerar um conjunto de seis modos emaranhados. Mesmo em sua configuração mais básica, composta por um cristal entre dois espelhos, ele apresenta uma rica dinâmica de produção de pares de fótons e de troca de fótons entre os modos associados a diferentes frequências de operação.

Ainda que trabalhos anteriores tenham mostrado o emaranhamento entre dois ou três modos nestes osciladores, a estrutura que mostramos agora acaba por dobrar o espaço disponível para o processamento de informação. As novas ferramentas apresentadas podem ser adicionadas a outros sistemas mais elaborados, aumentando sua capacidade de processamento, ou no desenvolvimento de novas fontes de luz emaranhada.

O trabalho foi realizado com apoio de recursos da FAPESP, do CNPq, além de bolsas da CAPES.

Exploring six modes of an optical parametric oscillator - PRA, AQ11578

Hexapartite entanglement in an above-threshold optical parametric oscillator - PRL, LQ16089

Processos FAPESP associados:

15/18834-0: Auxílio à Pesquisa – Temático

13/00958-0: Bolsa de Pós-doutorado (Felippe A. S. Barbosa)

10/19486-2: Bolsa de Pós-doutorado (Alessandro S. Villar)

10/08448-2: Auxílio à Pesquisa – Temático

08/58297-0: Bolsa de doutorado (Antônio S. Coelho)

08/58431-9: Bolsa de Doutorado (Felippe A. S. Barbosa)

Mais informações:

Prof. Marcelo Martinelli

E-mail: mmartine@if.usp.br  - Telefone: 3091-6678 

Prof. Paulo Alberto Nussenzveig

E-mail: nussen@if.usp.br - Telefone: 3091-6639 

 

Six for the price of one

Entanglement consists of quantum correlations between distinct subsystems (or modes). This physical property may lead to the superiority of quantum information processors over their classical counterparts to perform certain tasks, like performing physical simulations and prime number factoring. Therefore, the production of large entangled states is a relevant challenge for possible implementations of the ideas issued by the quantum information theory.

Looking for the matter of size, we have shown that a simple laser source, known as the optical parametric oscillator, can generate a set of six entangled modes. Even in its most basic configuration, consisting of a single crystal placed between two mirrors, it presents a rich dynamics of photon pair generation and photon exchange between modes associated to different frequencies of the electromagnetic field. Although previous works have shown entanglement between two or three modes on these oscillators, the structure we have demonstrated doubles the available space for information processing. The new tools we present can be further applied in more elaborated systems, extending their computational power, and on the development of new entangled sources in the optical domain.

Exploring six modes of an optical parametric oscillator - PRA, AQ11578

Hexapartite entanglement in an above-threshold optical parametric oscillator - PRL, LQ16089

Information:

Prof. Marcelo Martinelli

E-mail: mmartine@if.usp.br  - Telefone: 3091-6678 

Prof. Paulo Alberto Nussenzveig

E-mail: nussen@if.usp.br - Telefone: 3091-6639 

 


    

 

 

Data Publicação: 
terça-feira, 3 Julho, 2018
Data de Término da Publicação da Notícia: 
terça-feira, 31 Julho, 2018

Atualização no Portal de Periódicos da CAPES

PORTAL DE PERIÓDICOS

Opção de pesquisa “Buscar livro” no Portal de Periódicos da Capes passa por atualização

Link da notícia: clique aqui


Qua, 13 de Junho de 2018

Opção de pesquisa “buscar livro” passa por atualização (Ícone: Google Imagens)

Após as recentes mudanças nas opções de pesquisa da página inicial do Portal de Periódicos, chegou a vez de uma atualização na página “Buscar livro”. O layout da tela de consulta aos e-books disponíveis na biblioteca virtual da CAPES foi simplificado e agora segue o mesmo padrão gráfico da página “Buscar periódico”. 

Dessa forma, os usuários encontram um design homogêneo. A partir dele, é possível localizar as obras pelo título ou pelo código ISBN (International Standard Book Number). Também há a possibilidade de buscar títulos inserindo nome (ou iniciais) e sobrenome do autor ou selecionando o editor/fornecedor responsável pela publicação.

Colocamo-nos à disposição para esclarecimentos, sempre que necessário.
-- 

Elisabeth Adriana Dudziak

Help Desk Capes-USP
Divisão de Gestão de Desenvolvimento e Inovação

Departamento Técnico do Sistema Integrado de Bibliotecas - DT/SIBi
Universidade de São Paulo - USP

elisabeth@usp.br
Fone: (5511) 3091-157
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Física e primeira mulher a presidir o IPT em 118 anos

Da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP:
 
Foto: Assessoria de Imprensa do IPT
 
1. Onde (local) você se criou? Onde estudou antes de entrar na USP? Conte um pouco sobre sua família, que formação tem/tinham seus pais? Fale um pouco sobre sua origem, formação inicial, etc.
 
R: Nasci em Beirute, Líbano, numa comunidade armênia. Não me sinto libanesa, mas sim armênia. Falo armênio fluentemente. Vim para o Brasil com 6 anos. Morei alguns meses em Santana na Rua Voluntários da Pátria e depois no Bom Retiro onde passei o resto da infância e toda a adolescência. Fiz o primário na escola armênia Externato José Bonifácio na avenida Tiradentes e depois o ginásio no Santa Inês na rua Três Rios.
Como minha família precisa de apoio financeiro, fui estudar na escola técnica em química do Liceu Eduardo Brado que fica nos Jardins.
 
2. Como foi a decisão de prestar vestibular para USP? Por que Física?
 
R: Ainda na escola de técnica química, comecei a trabalhar de dia e estudar a noite. Nessa escola, fiquei sabendo que tinha a USP, escola gratuita. Como não tinha condições de pagar uma faculdade, resolvi prestar vestibular na USP.
 
3. Como / por que foi a decisão / oportunidade de completar seus estudos no exterior? O que e onde você estudou? Há quanto tempo está no (país, local atual)?
 
R: Nunca estudei no exterior. Toda a minha formação foi no Brasil.
 
4. No contexto dos seus estudos/trabalho no (local onde estuda/trabalha) como você avalia a formação obtida no IFUSP?
 
R: Excelentíssima qualidade. Apesar de não trabalhar diretamente na física, os conhecimentos fundamentais e o raciocínio lógico que desenvolvi na IFUSP abriram todas as portas.
 
5. Quais são os principais temas de pesquisas/estudos que você está realizando atualmente? Onde?
 
R: Corrosão de armaduras de concreto, corrosão no setor de óleo e gás, especialmente no transporte de petróleo e derivados em dutos e corrosão por CO2  que é relacionado com pré-sal.
 
6. Há colaboração entre a instituição em que está atuando e a USP? Se sim, por favor, descreva.
 
R: Sou professora convidada do departamento de Metalurgia e Materiais da Poli, escola com a qual atuo muito e também atuo com o grupo de corrosão do IPEN e do Departamento de Engenharia Química.
 
7. Quais são os seus projetos para 2018? E na área em que você atua quais são as inovações que você consegue antever?
 
R: Estou atuando nos temas listados no item 5.
 
8. Avaliando a sua experiência quais são as vantagens e desvantagens de trabalhar e realizar pesquisas no exterior?
 
R: Parcerias com instituições internacionais são relevantes e muitas vezes estratégicas, agregando competências e experiências diversas que potencializam o desenvolvimento da pesquisa cientifica e tecnológica.

9. Pretende continuar realizando suas pesquisas no Brasil? Por quê?

R: Sim, no Brasil, porque trabalho com pesquisa aplicada (tecnológica) e acho que na minha área tem muito o que fazer no Brasil.
 
Leia também, no link abaixo, matéria produzida pelo Jornal da USP:
 
Data Publicação: 
sexta-feira, 22 Junho, 2018
Data de Término da Publicação da Notícia: 
terça-feira, 31 Julho, 2018

Ex-aluno é selecionado para bolsa na Alemanha

Da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP:

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) divulgou no dia 29.05.2018, o resultado da 12º chamada do Edital nº 36/2017 referente ao programa CAPES/Humboldt.

O programa Capes/Humboldt, por meio de seu Edital nº 36/2017, selecionou oito candidatos para a modalidade de pós-doutorado e seis para pesquisador experiente.

O programa é uma parceria entre a CAPES e a Fundação Alexander Von Humboldt (AvH) da Alemanha, que tem como objetivo conceder bolsas para pesquisadores altamente qualificados para realizar estudos em cooperação com os anfitriões acadêmicos em instituições na Alemanha.

O pesquisador do IFUSP, Ricardo César Giorgetti Landim, foi um dos oito candidatos selecionados para realizar o pós-doutoramento na Alemanha, na área de Física/Astronomia.

Abaixo, a entrevista que ele concedeu para a Assessoria de Comunicação:

Foto: arquivo pessoal

Onde (local) você se criou? Onde estudou antes de entrar na USP? Conte um pouco sobre sua família, que formação tem/tinham seus pais? Fale um pouco sobre sua origem, formação inicial, etc.

R: Nasci em São Paulo e estudei quase metade da minha vida em escola pública. Na época do vestibular minha família morava em Rio Claro, cidade do interior paulista. Por não ter condições financeiras e nem saber que as universidades maiores possuem sistemas que auxiliam alunos com baixa renda (como, por exemplo, as moradias estudantis), acabei prestando Física na UNESP de Rio Claro. Fiz Bacharelado e Licenciatura e depois ingressei no mestrado em Física na UNICAMP. Minha mãe cursou letras em uma universidade particular e meu pai fez técnico de eletricista.

Como foi a decisão de prestar vestibular para USP? Por que Física?

R:  Desde criança queria ser ou arqueólogo ou astrônomo. Como comentei, acabei prestando Física na UNESP, pois morava em Rio Claro. Depois do mestrado, entrei no programa de doutorado na USP.

Como / por que foi a decisão / oportunidade de completar seus estudos no exterior? O que e onde você estudou? Há quanto tempo está no (país, local atual)?

R: Na área acadêmica, especialmente em Física, é imprescindível ter uma experiência no exterior. Já havia participado de conferências e colaborações em curto prazo no exterior, mas necessitava de uma experiência á longo prazo. Acabei me inscrevendo para diversas oportunidades de bolsas financiadas pelas agências de fomento brasileiras. Antes de sair o resultado da CAPES-Humboldt, fui aprovado para uma bolsa de pós-doutorado nos Estados Unidos, pelo CNPq, no SLAC. A bolsa começou em junho.

No contexto dos seus estudos/trabalho no (local onde estuda/trabalha) como você avalia a formação obtida no IFUSP?

R: Achei de suma importância a autonomia que adquiri durante o doutorado. Devo isso em grande parte ao meu orientador Elcio Abdalla, que me deu liberdade o suficiente e sugestões interessantes de pesquisa, de modo que eu consegui trilhar o caminho da pesquisa de maneira independente.

Quais são os principais temas de pesquisas/estudos que você está realizando atualmente? Onde?

R: Estou estudando modelos de matéria escura e dimensões extras no SLAC (Stanford Linear Accelerator Center), nos Estados Unidos.

Há colaboração entre a instituição em que está atuando e a USP? Se sim, por favor, descreva.

R: Não diretamente, que eu conheça.

Quais são os seus projetos para 2018? E na área em que você atua quais são as inovações que você consegue antever?

R: Pretendo adquirir experiência tanto na área teórica como experimental em modelos que procuram inserir a matéria escura em teorias além do modelo padrão.

Avaliando a sua experiência quais são as vantagens e desvantagens de trabalhar e realizar pesquisas no exterior?

R: As vantagens são inúmeras, pois vão desde a experiência pessoal quanto profissional de se trabalhar em um grande centro de pesquisa. A desvantagem é a adaptação em um lugar novo, com culturas diferentes.

Pretende continuar realizando suas pesquisas no Brasil? Por quê?

R: A área acadêmica está muito competitiva, de modo que todo tipo de tentativa de emprego, tanto no Brasil quanto no exterior, é necessária.

 

Data Publicação: 
quarta-feira, 20 Junho, 2018
Data de Término da Publicação da Notícia: 
terça-feira, 31 Julho, 2018

Artigo de ex-alunas do IFUSP em destaque

Da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP:

ENTREVISTA COM A EX-ALUNA DO IFUSP, LOUISE GIANSANTE, QUE RECENTEMENTE PUBLICOU ARTIGO IMPORTANTE EM REVISTA CIENTÍFICA INTERNACIONAL, EM PARCERIA COM O GANHADOR DO PRÊMIO MARIE CURIE DE 2018, PROF. KWAN HG.

Foto: arquivo pessoal

Onde (local) você se criou? Onde estudou antes de entrar na USP? Conte um pouco sobre sua família, que formação tem/tinham seus pais? Fale um pouco sobre sua origem, formação inicial, etc.

R: Cresci em Osvaldo Cruz, uma cidade de 30 mil habitantes no interior de São Paulo. Cursei o ensino médio em Adamantina, uma cidade vizinha. Posteriormente, fiz o curso pré-vestibular no Rio de Janeiro, mas sempre quis estudar na USP.

Minha mãe é advogada e sempre teve uma escola de inglês. Meu pai, hoje falecido, foi delegado de polícia em Osvaldo Cruz. Tenho um irmão mais velho que é psicólogo. Meu padrasto é engenheiro e meu noivo, criminólogo.

Minha família é bem grande, mas não há nenhum físico ou qualquer outra pessoa que trabalhe na área acadêmica. A maioria das pessoas que eu conheci, que estudaram comigo eventualmente, optaram por Medicina, Direito ou Engenharia. Por esse motivo, a decisão de sair da minha cidade para estudar Física foi minha, sabendo que dificilmente voltaria a morar por lá.    

Como foi a decisão de prestar vestibular para USP? Por que Física?

R: Sempre estudei em colégios particulares, então o incentivo e a pressão para cursarmos uma universidade pública eram muito grandes. A USP, em particular, tinha um prestígio enorme. Porém, era o vestibular mais difícil e a maioria dos cursos ficava em São Paulo, muito longe da região que eu morava enquanto adolescente. Não era a escolha óbvia – em geral, meus colegas buscavam a faculdade em cidades mais próximas.

A minha escolha no vestibular em um primeiro momento era Astronomia. Somente duas universidades ofereciam o curso: a USP e a UFRJ. Acabei passando e optando pela USP.

Morando em uma cidade de 30 mil habitantes, minha escolha obviamente causou um estranhamento enorme. Não era comum uma menina buscar carreira nas exatas, ainda mais em um curso como Astronomia/Física, que não é aplicado como são as Engenharias. Ninguém entendia do que se tratava, o que eu ia fazer, como ia trabalhar ou como ia “ganhar dinheiro”. Nem mesmo meu professor de física do ensino médio apoiava essa escolha. Apesar disso, escolhi Astronomia porque sempre gostei de estudar física e matemática e gostaria de trabalhar com pesquisa.

Eventualmente, decidi trocar a Astronomia pela Física Médica e comecei o mestrado no IFUSP. Apesar da mudança de área, minha intenção sempre foi continuar como pesquisadora, por isso fui fazer o mestrado.

Como / por que foi a decisão / oportunidade de completar seus estudos no exterior? O que e onde você estudou? Há quanto tempo está no (país, local atual)?

R: Durante o mestrado no IFUSP, tive a oportunidade de participar de dois eventos no exterior, um na Itália e outro na Alemanha. O grupo em que fiz meu mestrado no IFUSP também sempre contou com muita colaboração internacional. Com isso, acabei tendo contato com pesquisadores de várias partes do mundo. Um dos professores que nosso grupo recebeu em 2016 foi o Prof. Kwan-Hoong Ng, da Universidade de Malaya, que se tornou um grande colaborador e sempre me incentivou a buscar a continuidade dos meus estudos no exterior.

Atualmente, fui aceita para o doutorado em duas instituições no Reino Unido, porém nesse contexto de crise financeira em que a Ciência brasileira se encontra atualmente, a dificuldade de conseguir algum tipo de financiamento é imensa. Para as poucas bolsas disponíveis, tenho me deparado com processos seletivos burocráticos e pouco transparentes. Minha expectativa é conseguir algo diretamente no Reino Unido, seja uma bolsa ou um emprego na minha área de pesquisa.

No contexto dos seus estudos/trabalho no (local onde estuda/trabalha) como você avalia a formação obtida no IFUSP?

R: Acredito que temos uma formação bastante sólida no IFUSP e saímos de lá com um currículo muito competitivo. A estrutura dos nossos cursos de mestrado, em que cursamos disciplinas e desenvolvemos um projeto de pesquisa, é um diferencial com relação ao que se faz em outros países. Ainda, a possibilidade de desenvolver um projeto de iniciação científica logo na graduação é mais uma vantagem que não encontramos em outros lugares.

Quais são os principais temas de pesquisas/estudos que você está realizando atualmente? Onde?

R: Atualmente, tenho trabalhado nos artigos decorrentes da minha dissertação de mestrado na área de Física Médica. Esses artigos tratam da otimização de protocolos de Tomografia Computadorizada a partir de dados experimentais tomados em uma instituição clínica na cidade de São Paulo. A ideia é otimizar os protocolos no sentido de buscar reduzir a exposição do paciente à radiação, sem comprometer a qualidade diagnóstica do exame.

Há colaboração entre a instituição em que está atuando e a USP? Se sim, por favor, descreva.

R: Não se aplica.

Quais são os seus projetos para 2018? E na área em que você atua quais são as inovações que você consegue antever?

R: Estou saindo do Brasil e espero continuar mantendo contato com a minha área de pesquisa, já que gostaria de continuar trabalhando na área de Física Médica. Essa é uma área que evolui muito e muito rapidamente, em particular nesse momento em que é possível tirar muita vantagem da tecnologia. Como é uma área que está intimamente ligada à Medicina, ambas evoluem ao mesmo tempo. Em particular, acredito que atualmente os maiores avanços sejam ligados ao diagnóstico e tratamento do câncer. Cada vez mais grupos de pesquisa desenvolvem diversas técnicas de diagnóstico que acabam por gerar uma grande quantidade de dados que requerem, por exemplo, o conhecimento e uso de diversas ferramentas computacionais para serem analisados. Também vejo uma integração cada vez maior entre profissionais de diversas áreas: físicos, médicos e biólogos trabalhando em conjunto para oferecerem resultados ainda melhores à população.

Avaliando a sua experiência quais são as vantagens e desvantagens de trabalhar e realizar pesquisas no exterior?

R: Não se aplica.

Pretende continuar realizando suas pesquisas no Brasil? Por quê?

R: Sim! Claro que estou insegura com relação ao cenário em que se encontra a ciência no Brasil atualmente, mas minha expectativa é que essa situação de crise financeira que afetou tanto a ciência seja algo passageiro. Apesar de estar envolvida em pesquisas somente desde 2011, eu me lembro que o Brasil tinha boas condições para o desenvolvimento de pesquisa: além de haver financiamento para cursos inteiros no exterior, também era possível realizar estágios e participar de cursos e eventos. Infelizmente, essa não é a realidade atual. Muitas instituições estão restringindo a verba destinada não somente para essa finalidade, mas também para o pagamento das bolsas de novos estudantes de graduação e pós-graduação. Como consequência, a pesquisa nas mais diversas áreas tem sido muito prejudicada. Espero ver esse cenário melhorar, pois há não muito tempo tínhamos boas condições para conduzir pesquisas no Brasil.  

 

Data Publicação: 
terça-feira, 19 Junho, 2018
Data de Término da Publicação da Notícia: 
terça-feira, 31 Julho, 2018

Série de entrevistas com ex-alunas(os) do IFUSP

Da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP:

ENTREVISTA COM A EX-ALUNA DO IFUSP, JOSILENE CERQUEIRA SANTOS, QUE RECENTEMENTE PUBLICOU ARTIGO IMPORTANTE EM REVISTA CIENTÍFICA INTERNACIONAL, EM PARCERIA COM O GANHADOR DO PRÊMIO MARIE CURIE DE 2018, PROF. KWAN HG.

    Foto: arquivo pessoal

Onde (local) você se criou? Onde estudou antes de entrar na USP? Conte um pouco sobre sua família, que formação tem/tinham seus pais? Fale um pouco sobre sua origem, formação inicial, etc.

R: Nasci em 1987 numa fazenda de cacau em Ibirataia (Fazenda Floresta Negra), interior da Bahia. Meus pais tiveram 6 filhos e eu sou a quinta deles. Nascidos no sertão da Bahia, meus pais nunca foram à escola. Aprenderam somente a escrever o nome e outras poucas palavras com curso Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização). Meu pai defendia a ideia que filhos deveriam ajudar os pais no trabalho no campo desde cedo, tal como ele fez. A família dele nunca acreditou na educação, costumavam dizer “escola não é para filhos de pobre”. Por outro lado, a minha mãe insistia que tínhamos que estudar. Meus irmãos mais velhos começaram a estudar em uma escola rural numa fazenda vizinha, porém era muito distante. Por conta disso mudamos para a cidade quando eu tinha quase 7 anos. Na cidade, meu pai passou a trabalhar como Gari até se aposentar recentemente enquanto minha mãe sempre cuidava da casa e dos filhos. Sempre estudei em escola pública em Ibirataia-Ba. Tive a sorte de ter muitos professores inspiradores desde da minha formação inicial até o fim da pós-graduação.  Hoje, da minha família inteira somente eu e mais dois irmãos tem nível superior completo. 

Como foi a decisão de prestar vestibular para USP? Por que Física?

R: Não fiz graduação na USP. Não tinha condições de fazer uma graduação fora do estado da Bahia.

Depois do ensino médio fui selecionada para uma bolsa integral através do PROUNI para cursar Administração na Faculdade de Ilhéus (Ilhéus-BA), e comecei a cursar em 2007. Semanas depois fui também aprovada no vestibular para o curso de licenciatura em Física na Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC em Ilhéus. Troquei de curso sem hesitar. Me apaixonei pela Física no ensino médio. Tive um professor de Física que nos ensinava a consertar eletrodomésticos que levávamos de casa para a escola e nos orientava a fazer diversos experimentos de baixo custo. Ficava fascinada ao ver as aplicações da Física em coisas do cotidiano. Ao iniciar o curso de Física, a minha meta era me tornar professora do Ensino Básico. Trabalhei durante toda a graduação. Durante os dois primeiros anos ensinei Matemática e Ciências no ensino fundamental de uma escola pública de Ilhéus e nos dois últimos anos, como professora de Física em cursinho pré-vestibular, além de fazer iniciação científica. Ao longo do curso, com a iniciação científica, descobri que gostava de fazer pesquisa e que queria estudar Física aplicada.  Escolhi Física Médica e decidi tentar fazer o mestrado na USP ou UFMG.   Fui aprovada somente na USP. Numa colocação ruim, não consegui bolsa inicialmente. Dois meses depois consegui bolsa CAPES de mestrado e 4 meses depois meu projeto foi aprovado pela FAPESP e troquei de bolsa

No início foi difícil a mudança de uma cidade do interior para uma grande capital. Foi difícil ficar longe da família e acompanhar as disciplinas do curso de pós-graduação. Mas me adaptei a tempo de não ter o rendimento prejudicado com isso.  Tive o importante apoio do serviço de assistência social da USP que me forneceu alojamento e, em seguida, moradia no CRUSP.

Como / por que foi a decisão / oportunidade de completar seus estudos no exterior? O que e onde você estudou? Há quanto tempo está no (país, local atual)?

R: Durante o mestrado e doutorado no IFUSP, ambos com bolsa FAPESP, tive várias oportunidades de participar de cursos e eventos no exterior. Meu orientador, Paulo Roberto Costa, sempre incentivou seus alunos a participarem desse tipo de evento, para conhecer pesquisadores experientes, divulgar o trabalho etc. Durante meu mestrado e doutorado participei de eventos e cursos em Portugal, Itália, Alemanha, México, Canadá e Estados Unidos. Além disso, nosso grupo de pesquisa (Grupo de Dosimetria das Radiações e Física Médica) sempre recebeu cientistas do exterior, o que me proporcionou a interação com importantes pesquisadores em atividades como palestras, apresentação da minha pesquisa, reuniões individuais para discussão de problemas específicos relacionados ao meu projeto e até mesmo em atividades fora da universidade.  Foi por meio de uma dessas visitas que conheci o professor Kwan H. Ng, uma referência em Física Médica mundial que acabou de receber o prêmio Marie Sklodowska-Curie. Com ele publicamos recentemente o artigo Women in physics: pioneers who inspire us. Dos contatos com outros grupos de pesquisa internacional, recebi o convite de pesquisadores na minha área de pesquisa para tentar uma bolsa de pós-doc na UNAM (Cidade do México, México) e UC-Davis (Califórnia, USA), no entanto, por razões pessoais, decidi adiar o projeto de fazer pós-doc no exterior. Atualmente estou fazendo um pós-doc no IRD (Instituto de Radioproteção e Dosimetria) com bolsa CAPES.

No contexto dos seus estudos/trabalho no (local onde estuda/trabalha) como você avalia a formação obtida no IFUSP?

R: Acredito que recebi uma boa formação do IFUSP e foi notável a minha evolução desde que iniciei o mestrado até o fim do doutorado. A minha formação foi um processo bastante produtivo com a publicação de 11 artigos no período, incluindo uma publicação na Medical Physics que é uma das mais importantes revistas da área. Acredito que saí do IFUSP com um ótimo currículo e me tornei uma pesquisadora independente capaz de seguir a carreira desenvolvendo os próprios projetos de pesquisa, orientando alunos e ensinando. Atualmente estou fazendo um pós-doutorado no IRD (Instituto de Radioproteção e Dosimetria) e acredito que obtive no IFUSP experiência suficiente desenvolver o projeto proposto.

Quais são os principais temas de pesquisas/estudos que você está realizando atualmente? Onde?

R: Atualmente sou pós-doutoranda do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD) e estou trabalhando num projeto para confeccionar um simulador radiográfico da mama em 3D para aplicações em mamografia. Na fase atual do projeto já conseguimos imprimir o objeto simulador a partir da segmentação de imagens de tomografia da mama. Porém, para que esse objeto seja radiologicamente equivalente à uma mama, ele deve ser impresso com materiais para os quais os processos de interação da radiação com um de feixe de raios X de mamografia ocorram de modo semelhante às interações do mesmo feixe com os tecidos da mama. A minha função é estudar materiais comercialmente disponíveis para impressão 3D, ou outras soluções alternativas como o uso de ceras vegetais, buscando àqueles que mais se assemelham com os tecidos mamários em termos de interação dos raios X de mamografia. Como resultado espera-se produzir um objeto simulador da mama para aplicações em controle de qualidade de imagens em sistemas de mamografia e tomossíntese da mama.

Também faço parte do grupo MEDICAL PHYSICS: LEADERSHIP AND MENTORING formado por doze jovens profissionais ou estudantes de pós-graduação na área de Física Médica de vários países (Brasil, Perú, Japão, Vietnam, Indonesia, Malasia, etc) e quatro mentores (orientadores informais) a saber:      Prof., Dr. Kwan-Hoong Ng (University of Malaya, Prof.  Dr. Robert Jeraj (University of Wisconsin), Prof.  Dr. Tomas Kron (Peter MacCallum Cancer Centre, Melbourne) e Prof. Dra. Eva Bezak (University of South Australia). O grupo foi criado pelo professor Kwan Ng com o objetivo de encorajar e orientar esses jovens na sua formação e na carreira em Física Médica como cientista/pesquisador.  Segundo o professor Kwan “Há mudanças profundas ocorridas na medicina. Tecnologia e ciência estão se desenvolvendo a uma velocidade incrível. O físico médico não pode estagnar. Devemos estar abertos a mudanças. Devemos evoluir para enfrentar os desafios de hoje.” Temos trabalhado em temas como a participação da mulher na Física Médica, competências e habilidades de líderes em Física Médica e a atuação de jovens cientistas na Física Médica.

Há colaboração entre a instituição em que está atuando e a USP? Se sim, por favor, descreva.

R: Não existe atualmente colaboração formal, mas tenho espaço para isso caso tenha necessidade. Além disso, mantenho contato com meu ex-orientador do IFUSP, com o qual tenho discutido algumas questões relacionadas ao meu projeto atual. 

Quais são os seus projetos para 2018? E na área em que você atua quais são as inovações que você consegue antever?

R: Meus projetos para 2018 são finalizar o pós-doutorado e passar num concurso para professor de Física para adquirir experiência como docente. Meu projeto de vida é me tornar professora e pesquisadora numa universidade onde possa trabalhar com Física Médica. No entanto, os concursos para Física Médica estão escassos. Enquanto não surge a vaga desejada pretendo melhorar meu currículo com alguma atividade docente temporária. Fazer um pós-doutorado no exterior também é uma opção considerada e que agrega valor ao meu currículo.

Avaliando a sua experiência quais são as vantagens e desvantagens de trabalhar e realizar pesquisas no exterior?

R: Não se aplica

Pretende continuar realizando suas pesquisas no Brasil? Por quê?

R: Sim! Gostaria de poder contribuir para desenvolvimento científico do país ao realizar minhas pesquisas e ao passar adiante o que aprendi por meio do ensino. Com o trabalho na área de Física Médica, espero realizar pesquisas que tenham também uma relevante contribuição social, com impacto direto ou indireto na vida das pessoas que precisam de serviços de radiognóstico.

 

Data Publicação: 
terça-feira, 19 Junho, 2018
Data de Término da Publicação da Notícia: 
terça-feira, 31 Julho, 2018

Das Neurociências às Novas Fronteiras

Permissionless Innovation: das Neurociências às Novas Fronteiras de Negócios para a Inteligência Artificial será realizado no dia 14 de junho de 2018 na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).

O evento reunirá “inovadores acadêmicos e agentes do mercado para tecer um panorama de tendências disruptivas, à luz de temas como a inovação nos conselhos gestores, a reformulação das práticas corporativas por meio do aprendizado de máquina e das neurociências, a revolução tecnológica no mercado imobiliário e o impacto dos novos algoritmos de inteligência artificial no futuro dos negócios”.

“Quando a ciência encontra o mercado”, por Moacir de Miranda Oliveira Júnior, “Como as neurociências e inteligência artificial podem melhorar dramaticamente o ensino e a medicina e como tudo isso deve ser incorporado às empresas”, por Álvaro Machado Dias, e “Extreme makeover no andar de cima: assertividade dos conselhos em contextos disruptivos”, por Cláudio Antônio Pinheiro Machado Filho, são algumas das apresentações programadas.

O evento ocorrerá na Sala da Congregação da FEA-USP das 17h às 20h30.

Mais informações:

https://www.sympla.com.br/permissionless-innovation-neurociencias-e-fronteiras-de-negocios-para-a-inteligencia-artificial__297354/

FONTE DA NOTÍCIA:

Agência USP de Inovação

Brasileiros na 2ª Olimpíada Europeia de Física

Da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP:

Foto: Arquivo pessoal dos participantes

Participação brasileira na 2ª Olimpíada Europeia de Física                                             

O Brasil participou, como país convidado, da Segunda Olimpíada Europeia de Física. Participaram 23 países, com 3 países asiáticos convidados, além do Brasil, único da América. Participaram cinco estudantes brasileiros, que obtiveram excelentes resultados:

Vinícius de Alcântara Névoa (Colégio Arena - Goiânia) - medalha de prata

Luciano Rodrigues Saraiva Leão (Colégio Christus - Fortaleza) - medalha de prata

Rafael Timbó (Colégio Antares - Fortaleza) - medalha de prata 

Gabriel Trigo (Colégio Etapa - São Paulo) - medalha de bronze

Victor Hugo de Oliveira Bastos (Colégio Ari de Sá - Fortaleza) - medalha de bronze

O exemplo dado pelos estudantes e pelas suas escolas demonstra que, onde se procura a excelência no ensino, os alunos brasileiros respondem com resultados espetaculares.

FONTE DA NOTÍCIA:

Prof. Dr. Airton Deppman (IFUSP) – E-mail: deppman@usp.br – Telefone: 3091-7010

 

 

Data Publicação: 
segunda-feira, 4 Junho, 2018
Data de Término da Publicação da Notícia: 
sábado, 30 Junho, 2018

Série de entrevistas com ex-alunos do IFUSP

Da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP:

JOVENS CIENTISTAS

(Foto: arquivo pessoal)

ENTREVISTA COM A EX-ALUNA DO IFUSP, CAMILA SAMPAIO MACHADO, PESQUISADORA DA ÁREA DE FÍSICA DE PARTÍCULAS.

Camila Sampaio Machado - Possui bacharelado em Física pela Universidade de São Paulo (2010), mestrado em Física pela Universidade de São Paulo (2013) e doutorado pelo Instituto de Física Teórica da UNESP (2017), com um ano de estágio no CERN (2016). Atualmente, ela faz pós-doutorado na Universidade Johannes Gutenberg de Mainz. Atua na área de Física de Partículas, com enfoque em Extensões do Modelo Padrão.

Onde você se criou? Onde estudou antes de entrar na USP? Conte um pouco sobre sua família, que formação tem/tinham seus pais? Fale um pouco sobre sua origem, formação inicial, etc.

R: Nasci em Lorena, interior de São Paulo, mas passei boa parte da minha vida em São José dos Campos. Minha mãe é engenheira química e meu pai é jornalista.

Como foi a decisão de prestar vestibular para USP? Por que Física?

R: Desde criança sempre me interessei por ciências e sempre tive mais facilidade nas disciplinas de exatas. A escolha por física foi fortemente influenciada por livros de divulgação científica. Em particular, os livros do Hawking foram muito importantes nesse aspecto. Apesar de não entender muito do que estava escrito, eles despertaram minha curiosidade e fizeram com que eu me interessasse cada vez mais pelo assunto. A partir daí, a escolha de prestar física foi natural e tive a sorte de sempre ter tido o apoio dos meus pais. Gostaria de enfatizar que esse é o caminho de muitos estudantes, o que mostra a importância da divulgação científica, que é muitas vezes deixada de lado por pesquisadores no Brasil.

Como / por que foi a decisão / oportunidade de completar seus estudos no exterior? O que e onde você estudou? Há quanto tempo está no (país, local atual)?

R: Eu fiz a graduação e mestrado na USP e o doutorado no Instituto de Física Teórica da UNESP. Como tinha bolsa FAPESP havia a oportunidade de passar até um ano fora do país durante o doutorado e com isso optei por ir para o CERN, localizado em Genebra. Foi uma experiência muito enriquecedora, o que me motivou a realizar o pós-doutorado fora do Brasil. Recebi algumas propostas e escolhi vir para a Universidade de Mainz, na Alemanha, após a defesa do meu doutorado no final de 2017.

No contexto atual dos seus estudos/trabalho, como você avalia a formação obtida no IFUSP?

R: Acredito que tive uma boa formação no IFUSP. Tive a sorte de contar com professores que sempre me motivaram. Foram professores que sempre estiveram dispostos a discutir novas ideias, como os professores Alexandre Suaide, Fernando Navarra, Jorge Noronha e Gustavo Burdman.

Quais são os principais temas de pesquisas/estudos que você está realizando atualmente? Onde?

R: Conseguimos descrever as partículas e suas interações de maneira muito eficiente usando o chamado modelo padrão das partículas elementares. Apesar deste modelo passar em diversos testes experimentais, sabemos que ele não descreve tudo que vemos no universo. Minha pesquisa consiste em estudar extensões do modelo padrão. Ou seja, a ideia é construir modelos teóricos que expliquem o que o modelo padrão não consegue explicar e que possam ser testados experimentalmente. Além dessa parte mais teórica, também trabalho com a parte mais fenomenológica, fazendo a conexão entre teoria e os resultados experimentais do LHC (o grande colisor de partículas do CERN). Esse é um passo importante, pois analisando os dados experimentais podemos inferir quais os tipos de modelos teóricos podem ser excluídos.

Há colaboração entre a instituição em que está atuando e a USP? Se sim, por favor, descreva.

R: Não sei de nenhuma colaboração com a USP (pelo menos na minha área de pesquisa). Porém, existe uma colaboração com o ICTP-SAIFR, na qual os pesquisadores daqui podem passar um tempo em São Paulo e vice-versa.

Quais são os seus projetos para 2018? E na área em que você atua quais são as inovações que você consegue antever?

R: Uma das minhas ideias para esse ano é aprender mais sobre cosmologia, em particular sobre as conexões com a física de partículas. Por exemplo, como podemos usar os experimentos de ondas gravitacionais para dizer algo sobre física além do modelo padrão. Acredito que a área de física de partículas está passando por uma reformulação. O fato de o LHC ainda não ter encontrado física além do modelo padrão teve um grande impacto sobre certos modelos teóricos. Novas ideias estão surgindo e do ponto de vista experimental novos resultados do LHCb podem mudar esse cenário.

Avaliando a sua experiência quais são as vantagens e desvantagens de trabalhar e realizar pesquisas no exterior?

R: Acredito que ter mais grupos próximos é uma grande facilidade para novas colaborações. Além disso, pela minha experiência, no exterior existe uma maior valorização da profissão de pesquisador e também mais suporte para a pesquisa. Também vejo o ambiente mais competitivo do que no Brasil.

Pretende continuar realizando suas pesquisas no Brasil? Por quê?

R: Tenho vontade de voltar para o Brasil, mas a situação econômica e política não é favorável para a ciência no momento. A menos que a situação mude, as oportunidades para cientistas no Brasil parecem estar cada vez mais limitadas.

 

 

 

Data Publicação: 
terça-feira, 22 Maio, 2018
Data de Término da Publicação da Notícia: 
sábado, 30 Junho, 2018

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