O CNPEM e a nova fonte de luz síncrotron brasileira, SIRIUS

Data de Início: 
quinta-feira, 7 Março, 2024 - 16:00
Palestrante: 
Prof. Antonio José Roque | IFUSP, LNLS
Local: 
Auditório Abrahão de Moraes

 
Resumo: Laboratórios Nacionais se tornaram elementos importantes nos Sistemas Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação dos diferentes países, desde o sucesso inicial dessas instalações com o Projeto Manhattan. Apesar de, inicialmente, estarem fortemente ligados a questões de segurança nacional, evoluíram ao longo do tempo para centros que desenvolvem, constroem, operam e mantém infraestrutura e equipamentos de pesquisa diferenciados, de escala de tamanho e recursos incompatíveis com uma replicação em vários laboratórios de pesquisa, com enorme ganho de escala. A evolução dos Laboratórios Nacionais também trouxe um segundo componente, que é a missão de execução de programas estratégicos, em áreas como saúde, meio ambiente, energia, novos materiais, dentre outros. Uma característica desses problemas, dadas as suas complexidades, é a necessidade de abordagens multidisciplinares e coordenadas na busca de soluções. Inspirado nesse modelo dos Laboratórios Nacionais, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) se destaca no cenário nacional por ser um centro de referência aberto, multiusuário e multidisciplinar, beneficiando anualmente milhares de cientistas nas mais diversas áreas do conhecimento. O CNPEM tem sua origem no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), que desenvolveu a tecnologia e construiu entre 1987 e 1997 uma fonte de luz síncrotron de segunda geração, primeira do hemisfério sul. Ao longo dos anos outras competências foram sendo agregadas ao Centro, atingindo sua configuração atual como um complexo de quatro Laboratórios Nacionais – o próprio LNLS; o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio); o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), e o Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR) –, uma Diretoria de Serviços Compartilhados, uma Diretoria Adjunta de Tecnologia, uma escola de ensino superior – a ILUM –, e uma Diretoria Geral. Suas atividades se distribuem em quatro eixos de atuação interdependentes - instalações abertas a usuários externos; pesquisa e desenvolvimento internos; apoio à geração de inovação e treinamento, educação e extensão.
Desde 2009 o CNPEM tem trabalhado no projeto e construção do novo síncrotron brasileiro – Sirius. Sirius é um sincrotron de altíssimo brilho, uma das primeiras máquinas de 4a geração do mundo, e um dos projetos mais avançados já construídos no país. Esse aumento significativo do brilho permite a execução de experimentos e utilização de técnicas antes indisponíveis no país. Com isso, Sirius abre enormes oportunidades para o estudo de materiais - orgânicos e inorgânicos - com grau de detalhe sem precedentes, fornecendo ferramentas de pesquisa de ponta competitivas mundialmente. Nesta palestra será apresentada uma visão geral do CNPEM bem como as principais características, potencialidades e status do projeto Sirius. Além disso, será discutido também o novo grande projeto de infraestrutura que está sendo desenvolvido pelo CNPEM, o Orion. Orion será um complexo laboratorial para atividades diversas com patógenos de alta e máxima contenção biológica, com um diferencial único no mundo que será sua interligação com o Sirius.
 
Sobre o palestrante: Antonio José Roque da Silva é Diretor-Geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e Professor Titular do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). Tem graduação e mestrado em Física pela Unicamp, doutorado e pós-doutorado pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, e pós-doutorado pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles. Atua em Física da Matéria Condensada e Física Atômica e Molecular. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e membro da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP). Em 2018 foi agraciado com a medalha Nacional da Ordem do Mérito Científico, Classe Comendador, pela Presidência da República e, em 2018 e 2019, ganhou o prêmio “100 MAIS INFLUENTES DA ENERGIA”, Categoria Pesquisa, Inovação e Tecnologia, pelo Grupo Mídia. Em 2020, ganhou o prêmio “100 MAIS INFLUENTES DA ENERGIA DA DÉCADA”, pelo Grupo Mídia. É Membro do Conselho Superior da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI). 

Acessos:

  • Auditório Abrahão de Moraes no IFUSP;
  • Transmissão pública: acompanhe pelo YouTube do IFUSP.

 

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