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Oportunidade: bolsa de pós-doc no IFSC-USP

Agência FAPESP – O Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo recebe, até 30 de novembro de 2016, inscrições para uma vaga de pós-doutorado para pesquisa em átomos frios e plasmônica.

A oportunidade, com Bolsa da FAPESP, está vinculada ao Projeto Temático "Desenvolvimento de sensores quânticos com átomos ultrafrios".

O pesquisador responsável pelo projeto, professor Philippe Wilhelm Courteille, explica que os átomos são sensores extremamente sensíveis para forças fracas, mas para medir seu estado com alta fidelidade eles devem ser fortemente acoplados a um campo de luz, lendo seu estado e trazendo a informação para um detector.

“O objetivo do projeto é estudar experimentalmente a possível realização de sensores quânticos baseados em átomos presos perto de uma superfície nanoestruturada de um microchip ou de um metamaterial fotônico. O candidato irá construir uma experiência para estudar as propriedades fotônicas do microchip, para resfriar opticamente os átomos até temperaturas de microkelvin e armadilhá-los perto do microchip, tentando realizar o forte acoplamento entre os átomos e os modos de luz plasmônica ou evanescente”, disse.

O trabalho será realizado no IFSC. Para se candidatar a este cargo, é preciso enviar uma carta de interesse, curriculum vitae e dados de contato de duas recomendações para philippe.courteille@ifsc.usp.br e bachelard.romain@gmail.com.

Mais informações sobre a oportunidade: 

fapesp.br/oportunidades/1346.

A vaga está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 6.819,30 mensais e Reserva Técnica. A Reserva Técnica de Bolsa de PD equivale a 15% do valor anual da bolsa e tem o objetivo de atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.

Caso o bolsista de PD resida em domicílio diferente e precise se mudar para a cidade onde se localiza a instituição-sede da pesquisa, poderá ter direito a um Auxílio-Instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em fapesp.br/bolsas/pd.

Outras vagas de Bolsas de Pós-Doutorado, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em fapesp.br/oportunidades.

Fonte da notícia: Agência FAPESP 

Alteração no cronograma do Programa PIPLDE-USP

A pedido do Pró-reitor de Graduação fazer ampla divulgação:
 

O cronograma de execução do Programa de Incentivo à Produção de Livros Didáticos para o Ensino de Graduação – PIPLDE - será alterado em função da elevada demanda de propostas recebidas, o que levou a atraso no processo de análise pelos pareceristas ad-hoc.

Um novo cronograma será divulgado até o dia 08 de dezembro de 2016.

Cordialmente,

Pró-reitoria de Graduação

 
Atenciosamente,
 
Luciana Delfini de Campos
Mídias e Eventos
Pró-Reitoria de Graduação USP - www.prg.usp.br
3091-2310/99254-7281
 
 
 
 

 

5ª Edição do Diálogo Brasil-Alemanha

Agência FAPESP – A quinta edição do Diálogo Brasil-Alemanha de Ciência, Pesquisa e Inovação, em 29 e 30 de novembro, reunirá na Câmara Municipal de São Paulo gestores urbanos e pesquisadores dos dois países para debater questões relacionadas à urbanização, seus desafios e soluções.

Com o tema “The City of Tomorrow – Tackling Urban Challenges and Opportunities”, a conferência, realizada anualmente pelo Centro Alemão de Ciência e Inovação - São Paulo (DWIH-SP), tem a colaboração neste ano da FAPESP, FGV Projetos, Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo e Ministério Federal das Relações Externas da Alemanha.

Os debates foram estruturados em três painéis principais, que discutirão: “Planejamento Urbano e Governança”, “Meio Ambiente” e “Desafios Urbanos e Oportunidades”.

O primeiro painel, sobre planejamento urbano e governança, terá foco em revitalização, cidades criativas e conflitos urbanos a partir da gestão de interesses divergentes.

O secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano de São Paulo, Fernando Mello Franco, tratará da experiência paulistana. Para ele, a cidade deve lidar com um déficit habitacional em meio a um contexto de crescimento demográfico e de limitações de expansão horizontal e vertical.

O secretário explica que o Plano Diretor Estratégico estabelece um conjunto de mecanismos que visam à construção de uma política habitacional. “Tais instrumentos fazem cumprir a função social da cidade, dando um horizonte de que o problema habitacional só se resolverá a longo prazo, mas é solucionável”, afirma.

O tema revitalização será apresentado por Washington Fajardo, presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro. Para ele, não é possível dissociar a recuperação do patrimônio cultural da recuperação dos centros urbanos históricos. “O que a prefeitura do Rio de Janeiro fez, ao priorizar o centro da cidade, com projetos como o Porto Maravilha, é muito estratégico para o desenvolvimento urbano e faz uma inflexão na lógica vigente nos últimos 40 anos”, avalia.

O segundo painel, dedicado ao meio ambiente, será desdobrado nos subtemas “Eficiência Energética e Clima Urbano” e “Gestão de Água e Resíduos”, com debates sobre energia para o desenvolvimento sustentável, ecologia urbana, planejamento ecológico integrado, tratamento de água e gestão hídrica urbana.

No que se refere à energia, o palestrante Gilberto Jannuzzi, professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), defende a necessidade de se criar novos modelos de negócio compatíveis com a evolução dos serviços de energia, que possam contribuir para tornar as cidades mais sustentáveis. Para ele, devem ser disponibilizadas infraestrutura, tecnologias e redes mais eficientes, que tornem o próprio consumidor agente da produção energética.

Quanto à gestão de recursos hídricos, a palestrante Angelika Fink, gerente do laboratório Hessenwasser GmbH, ressalta que é preciso ir além da questão de fornecimento de água potável e do tratamento de águas residuais, priorizando-se uma abordagem global para que haja uma gestão sustentável e integrada da água.

O último painel promoverá o debate sobre os desafios e as oportunidades urbanas, com foco nas contribuições para uma parceria entre Brasil e Alemanha no tema urbanização para cidades sustentáveis. Também nesta etapa serão apontadas conclusões sobre os tópicos discutidos e priorizados inputs de perspectiva prática.

A programação completa e a ficha de inscrição estão disponíveis no endereço http://bit.ly/cityoftomorrow

Fonte da notícia: Agência FAPESP

Manual explica como usar o Cartão BB Pesquisa

Manual explica como usar o Cartão BB Pesquisa

Manual explica como usar o Cartão BB Pesquisa

FAPESP lança guia prático com orientações e passo a passo para auxiliar o pesquisador

A FAPESP lançou o Manual de Orientação Cartão BB Pesquisa FAPESP 2016, um guia prático que contém orientações e passo a passo para auxiliar o pesquisador na utilização do cartão.

O Cartão BB Pesquisa FAPESP é uma ferramenta para agilizar e facilitar a movimentação dos recursos concedidos para pesquisa. Destina-se à movimentação da parcela de recursos disponíveis em moeda nacional, para o desenvolvimento de pesquisas financiadas pela FAPESP.

O cartão pode ser utilizado para: compras (similar ao cartão de crédito); pagamentos de títulos (boletos, fichas de compensação e outros); transferências (TED ou DOC); saques (em terminais de autoatendimento, não no guichê do caixa); e consultas (saldo e extrato).

Manual de Orientação Cartão BB Pesquisa FAPESP 2016 está disponível em: www.fapesp.br/financas/manualcartaobb.pdf

Fonte da notícia: Agência FAPESP 

 

Resultado da etapa final do Falling Walls Lab 2016

Da esquerda para a direita: Prof. Hofmann (Festo - Parceiro Global), Martin Sonnenschein e Gary Singer (AT Kearney - Sócio Fundador) e Prof Heldin (Júri de Laboratório) e vencedores do Falling Walls Lab e Audience Award 



O texto base da notícia foi obtido no link:
http://falling-walls.com/lab/news/The+Falling+Walls+Young+Innovators+of+....

Cem participantes de mais de cinquenta países tiveram apenas três minutos para apresentar seus projetos de pesquisa, ideias e iniciativas diante de uma plateia internacional no Falling Walls Lab Finale, em Berlim, no último dia 08 de novembro. Os três finalistas foram capazes de convencer o júri e o público, eles foram escolhidos como "Falling Walls Young Innovators 2016".

A escolhida pelo júri e vencedora do Falling Walls Lab 2016 foi Dang Huyen Chau da Technische Universität Dresden. Ela conquistou o júri com sua ideia de reciclagem de resíduos de plantações de café, ricos em óleo que podem ser transformados em biocombustível.

O segundo prêmio foi para Maxim Nikitin do Instituto de Física e Tecnologia de Moscou. Ele apresentou o projeto de nanopartículas biocomputacionais que podem analisar dados de forma autônoma e extrair conclusões terapêuticas e diagnósticas diferentes deles e, usando essa informação, adaptar individualmente a entrega do fármaco a cada paciente.

O terceiro lugar foi para Nouf Al Jabri da Arábia Saudita. Ela está trabalhando na Universidade King Abdullah de Ciência e Tecnologia em um método pelo qual plástico pode ser convertido em um combustível que produz menos gases de efeito estufa. Isto é conseguido por meio de catalisadores multi-metálicos com reatividade e seletividade melhoradas.

A escolhida do público foi Chiedza Kambasha do Zimbábue, que surpreendeu a multidão com a apresentação de uma impressora biológica 3D que pode produzir órgãos menores, como bexigas, rins e enxertos de pele.

Os vencedores foram selecionados por um júri de alta qualificação, do mundo da ciência e da indústria liderado pelo professor Carl-Henrik Heldin, presidente da Fundação Nobel, e Gary Singer, sócio, diretor de marketing da consultoria global AT Kearney. "Vimos tantas ideias surpreendentes e inovadoras no Laboratório Falling Walls de hoje que foi incrivelmente difícil para o júri selecionar os vencedores. Fomos persuadidos pela ideia de Dang Huyen Chau por causa de seu grande potencial prático. O lixo de café contém material valioso que pode ser reciclado de forma simples e fácil", disse o professor Carl-Henrik Heldin, explicando a decisão do júri.

Os três vencedores do Falling Walls Lab Finale tiveram a oportunidade de apresentar suas ideias novamente no dia 09 de novembro durante a Conferência Internacional Falling Walls, na frente de cerca de 700 convidados.

Mais de 2.400 candidaturas de todo o mundo foram submetidas à participação no Falling Walls Labs deste ano, com novas iniciativas e projetos de pesquisa nas áreas de humanidades, ciências sociais, engenharia, negócios e ciências naturais. "Estamos entusiasmados com a qualidade das ideias no Laboratório Falling Walls e a paixão que seus proponentes têm para resolver os problemas mais desconcertantes do mundo. Estamos certos de que muitos dos cientistas e projetos apresentados aqui têm o potencial de mudar nosso mundo", disse Gary Singer, diretor de marketing da AT Kearney, sócio fundador do Falling Walls Lab.

Antes da final em Berlim, 49 competições internacionais de qualificação foram realizadas em 44 países este ano, incluindo o ETH Zurique (Suíça), a Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, King Abdullah Universidade de Ciência e Tecnologia (Arábia Saudita), Chimie ParisTech (França) e o Instituto de Física da USP (São Paulo). Todos os seus vencedores viajaram para Berlim para a final. A participação de mais de 20 aspirantes a cientistas foi patrocinada pelo DAAD em colaboração com o Ministério Federal dos Negócios Estrangeiros, foram previamente selecionadas nas rodadas de qualificação de 14 escritórios internacionais do DAAD e de cinco German Houses of Research and Inovation. 

No Brasil, a etapa classificatória foi realizada pela A.T. Kearney em parceria com o Centro Alemão de Ciência e Inovação – São Paulo (DWIH-SP) e, neste ano, com a Universidade de São Paulo (USP), por intermédio do Instituto de Física (IF-USP).

Os brasileiros tiveram uma boa participação no evento global. O engenheiro da computação, ex-aluno de doutorado do ICMC da USP de São Carlos, José Augusto Stuchi, que ficou em 1º lugar na etapa brasileira apresentou a invenção do retinógrafo portátil, que, acoplado a um smartphone comum, é capaz de gerar imagens de alta resolução da retina (primeiro invento a fazer isso no mundo). Já o biólogo Diogo Biagi, também pós-graduando da USP, apresentou o projeto de células-tronco induzidas (IPS), que pode ser utilizado para testes em medicamentos.

A repercussão das apresentações foi boa, além de trocar informações com seus pares durante os intervalos dos eventos e estabelecer contatos com empresários, eles puderam realizar visitas a alguns centros de pesquisa na Alemanha.

O objetivo do Laboratório Falling Walls é promover a visão científica e empresarial e iniciar e promover intercâmbios entre jovens cientistas e jovens profissionais em todas as disciplinas. O Falling Walls Lab é organizado pela Fundação Falling Walls, com o apoio da consultoria internacional AT Kearney (sócia fundadora) e da Festo AG & Co KG (Global Partner).

Mais informações sobre o evento estão disponíveis em: http://www.falling-walls.com/lab

Os vencedores do Falling Walls Lab 2016:

1º prêmio (€ 1000):

Dang Huyen Chau, Vietnam, Technische Universität Dresden

“Breaking the Wall of Reused Coffee Grounds for Fuel Logs”

2º prêmio (€ 750):

Maxim Nikitin, Russia, Moscow Institute of Physics and Technology

“Breaking the Wall of Biomedical Nanorobots”

3º prêmio (€ 500):

Nouf Al Jabri, Saudi Arabia, King Abdullah University of Science and Technology

“Breaking the Wall of Clean Energy by Plastic Waste”

Prêmio do Público:

Chiedza Kambasha, Zimbabwe, Ignite Africa

“Breaking the Wall of Volatile Healthcare Systems”.

Data Publicação: 
quarta-feira, 23 Novembro, 2016
Data de Término da Publicação da Notícia: 
sábado, 31 Dezembro, 2016

Esses cientistas querem capturar o mundo com redes

Crédito da foto: Reinaldo Mizutani

Esses cientistas querem capturar o mundo com redes

Texto: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Tecer uma rede é uma obra de arte. Tem a rede de pesca, a rede de balanço, a rede de computadores, a rede de telefonia, a rede elétrica, a rede de amigos no Facebook, a rede de neurônios… Há uma infinidade de redes permeando nosso mundo e algumas constituídas por bilhões de componentes. Mas o que existe em comum entre a rede que liga seus amigos no Facebook e a que conecta seus neurônios?

Para responder essa pergunta, precisamos entender como os cientistas que estudam esse tipo de fenômeno analisam as redes. Para começo de conversa, eles transformariam cada pessoa no Facebook ou cada neurônio no cérebro em um ponto. Não satisfeitos com essa nuvem de pontos, eles também avaliariam as relações e conexões que existem entre cada pessoa (são amigas ou não?) e também entre cada neurônio. A seguir, representariam essas conexões por meio de retas. Imagine, agora, o resultado desse trabalho. Perceba que, apesar das duas redes serem realmente muito diferentes, suas estruturas serão muito parecidas.

O que os cientistas criam quando transformam essas redes em pontos no espaço e os interligam por meio de retas é chamado, tecnicamente, de grafo. Um grafo é um prato cheio para qualquer pesquisador, porque eles podem extrair desse tipo de objeto matemático uma série de informações que, se olhássemos para uma rede complexa de outra forma, seria humanamente impossível analisar. Em um grafo, fica mais fácil identificar os pontos que têm mais conexões e, portanto, são mais centrais naquela rede.

“Se você analisa um neurônio isoladamente, não consegue explicar a memória, a consciência, nada disso. Você precisa olhar como eles estão conectados, ou seja, o todo. Só assim podemos compreender como o nosso cérebro funciona”, explica o professor Francisco Rodrigues, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Essa é outra característica que conecta a rede de seus amigos no Facebook à rede de seus neurônios: eles não podem ser compreendidos de forma isolada, mas somente em relação ao todo.

 “O que acontece se eu tenho uma doença e uma parte dos meus neurônios são eliminados? Qual a consequência do desmatamento na Amazônia para o transporte de umidade ao Sudeste do Brasil? Precisamos de ferramentas que nos respondam esse tipo de pergunta, que levem em consideração os diversos agentes que interagem de forma complexa nesses sistemas, formando redes”, acrescenta Elbert Macau, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Há cinco anos, Elbert coordena, pelo lado brasileiro, o projeto Fenômenos Dinâmicos em Redes Complexas, que une matemáticos, biólogos, cientistas da computação, meteorologistas, físicos, engenheiros e químicos provenientes de 10 diferentes instituições de pesquisa, sendo seis delas do Brasil e quatro da Alemanha. Entre o fim de setembro e o início de outubro, esses cientistas realizaram um evento no ICMC, a quarta edição do ComplexNet – Workshop and School on Dynamics, Transport and Control in Complex Networks. A iniciativa marcou o fim da primeira jornada do projeto e o começo de um novo ciclo, que vai durar mais cinco anos.

Financiado conjuntamente pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pela Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG), o projeto temático já produziu bons resultados como vários artigos publicados em revistas científicas de alto fator de impacto, como a Nature, e promete ir além. Ao propiciar uma melhor compreensão sobre diversos fenômenos, a iniciativa está ajudando a fortalecer um novo campo do conhecimento, que pode gerar impactos relevantes na vida de todos nós.

Esquizofrenia e epidemias – “O cérebro, o clima, as interações biológicas, as cidades, as redes sociais, os terremotos… O que esses sistemas têm em comum? Você pode representar a estrutura deles como um grafo e pode usar um mesmo conjunto de ferramentas para resolver os diversos problemas que surgem nesses contextos. Uma rede complexa nada mais é do que a estrutura de um sistema complexo”, descreve Francisco.

As redes complexas têm ajudado o professor na identificação das diferenças entre os cérebros de pessoas saudáveis e daquelas que apresentam esquizofrenia, um transtorno mental que dificulta a distinção entre as experiências reais e imaginárias, interfere no pensamento lógico e tem causas ainda desconhecidas. “A partir de um scanner de ressonância magnética, mapeamos o cérebro e analisamos os dados das redes corticais. Quando a pessoa tem a doença, o cérebro é menos organizado em determinadas regiões do que o de uma pessoa que não tem”, relata Francisco. Para identificar essa desorganização cerebral, o modelo matemático desenvolvido na pesquisa extrai e analisa 54 características das redes corticais e consegue identificar, com 80% de precisão, qual ressonância pertence a um paciente que tem o distúrbio. Agora, o próximo passo é aplicar o mesmo método para diagnosticar outros tipos de transtornos como o autismo (assista ao vídeo).

Esse é apenas um exemplo do tipo de trabalho que vem sendo realizado no campo da neurociência com as redes complexas e que poderá, por meio da criação de modelos matemáticos computacionais, facilitar o diagnóstico médico futuro de uma série de distúrbios. Na biologia, as redes complexas também têm sido empregadas para construir mapas que ajudam a compreender as interações entre nossos genes, as proteínas, os processos metabólicos e outros componentes celulares.

Agora imagine o que acontece quando uma epidemia se propaga. Nesse caso, também existe toda uma rede complexa que precisa ser melhor compreendida pela humanidade para que possamos conter a disseminação de uma doença contagiosa, por exemplo. “Nesse caso, entender os tempos corretos de diagnóstico e isolamento é fundamental para a saúde da população”, conta o professor Tiago Pereira, do ICMC. Ele coorientou a pesquisa de doutorado do matemático alemão Stefan Ruschel, da Universidade de Humboldt, em Berlim. Utilizando bases de dados da Organização Mundial da Saúde sobre a gripe H1N1, os pesquisadores estudaram como extinguir a doença. A população foi dividida em três grupos: saudáveis, doentes e isolados. A partir de modelos matemáticos, foi calculado o tempo ideal para identificação da doença bem como o tempo de isolamento necessário para a cura (assista ao vídeo).

“O mais importante, nessas doenças, é o tempo de identificação. Se você consegue rastrear todos os doentes em nove dias e curá-los ou colocá-los em quarentena, a epidemia será controlada”, revela Stefan. “No caso da H1N1, depois de 30 dias não há mais chance de se controlar a doença”, acrescenta o alemão. “O prazo de nove dias é economicamente inviável porque você teria que diagnosticar muita gente em pouco tempo”, pondera Tiago. Ele explica que, considerando-se a inviabilidade desse diagnóstico em tão pouco tempo, passa a ser decisivo, para o controle da epidemia, manter os doentes isolados no tempo ideal. “Se você isolar a pessoa por um tempo ideal, a doença é extinta, mas se você isolar a pessoa além desse tempo, a doença vai reaparecer”, conclui.

Secas, chuvas e ventos – Pense agora na atmosfera terrestre. “Ela é um fluido, não tem nenhuma fronteira a não ser a superfície e o espaço. O que acontece no Oceano Pacífico ou no Índico pode nos influenciar”, conta o pesquisador Gilvan Sampaio, do INPE. Na opinião dele, o ferramental das redes complexas possibilita avançar na compreensão dos fenômenos climáticos e meteorológicos em comparação com as técnicas tradicionais que são usadas, há pelo menos 30 anos, pelos cientistas que atuam nessa área.

O professor Henrique Barbosa, do Instituto de Física da USP, diz que os primeiros artigos científicos que tratam da aplicação das redes complexas no contexto da climatologia e da meteorologia são bastante recentes, datam de cerca de 10 anos atrás. Ele dá um exemplo para explicar como essas redes podem ser empregadas para capturar a complexidade do clima no mundo. Comece analisando a quantidade e a distribuição das chuvas em todo o planeta nos últimos anos. Uma maneira de estudar se há uma relação entre esse índice pluviométrico e a variação de temperatura na superfície do mar em todo o mundo é considerar que cada posição no globo é um nó em uma rede complexa, um pontinho no papel: “Eu só vou ligar um par de pontos se houver uma correlação alta entre a precipitação em um e a temperatura do mar no outro. No final, eu tenho muitos pontos, com muitas linhas conectadas. Então, passo a estudar esse objeto matemático”.

Esse objeto, que representa a relação entre a quantidade de chuva e a variação de temperatura na superfície do mar em todo o globo, pode ajudar os cientistas a entenderem se essas chuvas estão conectadas a fenômenos como o El Niño, que consiste na mudança da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico. Note que esse objeto é também um grafo e que as ferramentas empregadas para analisá-lo são as mesmas que outros cientistas usaram para ver como funcionam as redes que conectam os neurônios do seu cérebro e também seus amigos no Facebook.

“Nós usamos a técnica de redes complexas para entender os eventos extremos de precipitação da América do Sul. Tem uma vasta literatura científica a respeito da umidade que vem da Amazônia, que é transportada pelos jatos de baixos níveis para a região do Sudeste, os quais são ventos bem acelerados que vêm da Amazônia em direção ao Sudeste. Quando isso está acontecendo, detectamos mais chuvas e tempestades por aqui”, revela Barbosa. “Nós então construímos uma rede complexa para representar os eventos extremos de precipitação. O que descobrimos foi que esses eventos extremos se propagam de sul para norte (da Bacia do Prata em direção aos Andes Bolivianos), em direção contrária ao fluxo de umidade que vem da Amazônia. Essa análise também nos permitiu criar um modelo que, com 24 horas de antecedência, prevê a ocorrência de chuva extremas no planalto Andino”, completa o professor. As conclusões estão destacadas no artigo Prediction of extreme floods in the eastern Central Andes based on a complex networks approach, publicado em 2014 na Nature Communications.

Henrique cita, ainda, diversas outras pesquisas em que as redes complexas têm contribuído para o avanço do conhecimento, tal como o trabalho do grupo mostrando que 25% das chuvas na região sudeste é de água da floresta Amazônica, publicado em 2014 na revista Atmospheric Physics and Chemistry (On the importance of cascading moisture recycling in South America). “As redes complexas permitem a você quantificar e analisar problemas que são intrinsecamente não lineares. Por meio da análise das redes você consegue inclusive determinar se as equações que estão regendo os fenômenos observados – ainda que você não as conheça – são lineares ou não lineares. Isso é algo que a gente não consegue quando usa os métodos tradicionais”, explica o professor.

Para Gilvan, um dos maiores desafios dos pesquisadores envolvidos no projeto é “falar a mesma língua”: “Tanto nós da área de meteorologia e climatologia precisamos entender mais sobre redes complexas, quanto os matemáticos, cientistas e engenharias de computação precisam entendem mais sobre clima”. Como as questões que esses pesquisadores querem compreender são muito complexas, não é de se surpreender que somente uma rede interdisciplinar seja capaz de capturá-las.

Satélites, energia, lasers e inovação – “Estamos vivendo em um mundo em que a palavra que permeia tudo é interação”, diz Elbert Macau. Além de coordenar o projeto Fenômenos Dinâmicos em Redes Complexas, ele estuda como tornar nossos sistemas de observação mais potentes: “Quando você coloca um conjunto de instrumentos de observação, quer sejam telescópios ou radiotelescópios, cada um em um satélite, tem-se um conjunto deles que precisam se deslocar no espaço mantendo uma determinada formação para que você possa, virtualmente, compor uma antena imensa a partir dessas pequenas antenas”. Lembre-se de que a distância entre esses satélites pode ser de centenas até milhares de quilômetros. Nesse contexto, aparecem diversos problemas. “Essa geometria tem que poder ser alterada, porque você às vezes tem que substituir um satélite, alterar a resolução, dividir a formação para observar outros lados da Terra ou do universo. Para isso, tenho que saber como essa rede se estrutura e o acoplamento entre os satélites é fundamental”.

Depois de falar do que podemos enxergar a partir do acoplamento de satélites, Elbert mergulha no sistema de distribuição de energia: “No modelo tradicional, você tem geradores e consumidores estruturados em uma determinada rede. Por si só, isso já é uma coisa complicada”. A questão é que, atualmente, essa estruturação em rede está se tornando ainda mais complexa porque não existe apenas uma central elétrica geradora de energia: “Você pode ter uma fazenda que seja alimentada por um gerador eólico. Nesse caso, quando tem vento, há geração de energia para o local, mas quando não tem, a fazenda se torna consumidora. Há, ainda, residências com células fotovoltaicas e estamos começando a instalar sensores piso elétricos em pontes, estradas, viadutos, estádios para que possam gerar energia. Isso tudo cria um sistema de redes que altera a sua configuração ao longo do tempo”.

A inovação trazida para a ciência por esses pesquisadores de redes complexas é difícil de mensurar. O mestrando Felipe Eltermann, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp, ingressou na área meio por acaso. Formado em Engenharia de Computação, ele começou a atuar em uma consultoria que realiza serviços de prospecção tecnológica. “Coletar dados relacionados a patentes não é algo simples”, diz. A partir dessa experiência, ele começou a se interessar por realizar uma pesquisa científica e, em conjunto com uma professora da área de economia, passou a atuar em um projeto que tem como objetivo construir um mapa da evolução da inovação tecnológica no Brasil: “A economia evolucionária compreende a economia como um sistema em constante evolução, que se transforma por dentro, e tem a inovação tecnológica como o que guia e possibilita seu crescimento econômico. Desse ponto de vista, a gente analisa a rede de patentes. Assim, você tem as patentes, as empresas e as pessoas, tudo interconectado ao longo do tempo”.

Para Felipe, o campo das redes complexas parece muito promissor. Há muitos indícios de que ele está certo. “As redes estão no coração de algumas das mais revolucionárias tecnologias do século XXI, empoderando tudo, do Google ao Facebook”, escreve o professor Albert-László Barabási no livro Network Science. Ele lidera um centro de pesquisa em redes complexas na Universidade Northeastern, em Boston, nos Estados Unidos. Para o professor, as redes permeiam a ciência, a tecnologia, os negócios e a natureza em um grau muito mais elevado do que podemos imaginar à primeira vista e, consequentemente, nós nunca vamos entender os sistemas complexos a menos que sejamos capazes de desenvolver uma profunda compreensão sobre as redes que existem por trás deles. Não é à toa que há tantos cientistas tentando capturar o mundo com essas redes.

Mais informações
Site do projeto Fenômenos Dinâmicos em Redes Complexas: http://www.inpe.br/redes_complexas_e_dinamica/
Livro Network Science: http://barabasi.com/networksciencebook/
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.brsp.br

 

Data Publicação: 
terça-feira, 22 Novembro, 2016
Data de Término da Publicação da Notícia: 
sábado, 31 Dezembro, 2016

Locais de prova da 1ª fase da FUVEST

FUVEST aconselha candidatos a visitarem locais de prova neste sábado(26)

No próximo domingo, 27 de novembro,104 escolas (56 na região metropolitana de São Paulo e 48 no interior do Estado)  abrirão seus portões,  às 12h30min, para receber os candidatos do vestibular que seleciona alunos para a Universidade de São Paulo e Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

A Fuvest recomenda que o candidato visite, na véspera (26), a partir das11h, o local de prova para  consultar a lista com os nomes de todos os candidatos que farão prova naquela escola.  Pelo site da instituição (www.fuvest.br) o vestibulando conseguirá obter o endereço do prédio em que foi alocado.

Este ano farão a primeira fase do vestibular 136.736 candidatos, que disputam 8.854 vagas, sendo 8.734 de cursos da USP e 120 da Medicina da Santa Casa. Do total, 12.750 são treineiros. No vestibular passado, 142.721 vestibulandos concorreram a 9.568 vagas da USP e 120 da Santa Casa, sendo que 14.140 eram treineiros.

No domingo, dia 27 de novembro, a chegada à escola deverá ocorrer até o horário de abertura dos portões. O início da prova se dará a partir das 13h.

Não serão admitidos retardatários. O candidato só poderá deixar o local em que se realiza a prova a partir de 16h.

Para a realização do exame, será necessário levar documento original de identidade (com foto) e caneta esferográfica (tinta azul ou preta). São permitidos, para rascunho, o uso de lápis e borracha. Água e alimentos leves podem ser consumidos durante a prova.. O candidato não poderá utilizar ou manipular, em qualquer área do prédio, aparelhos celulares ou qualquer outro tipo de equipamento eletrônico ou de telecomunicação.

Os relógios não poderão ser usados em hipótese nenhuma. A Fuvest criou um sistema que informará os candidatos sobre o tempo que falta para o final do exame.

A prova tem 90 questões do tipo teste de múltipla escolha e versa sobre o conjunto das disciplinas do núcleo comum obrigatório do Ensino Médio: Português, Matemática, Física, Química, Biologia, História, Geografia e Inglês, com algumas questões interdisciplinares. A duração total da prova é de 5 horas. Não haverá tempo adicional para transcrição das respostas para a folha óptica. Por volta de 19h30min a Fuvest divulgará o gabarito da prova.

O resultado da primeira fase será divulgado no dia 19 de dezembro, segunda-feira. As provas da segunda fase serão realizadas nos dias 08, 09 e 10 de janeiro de 2017.

Texto de autoria do Prof. José Coelho Sobrinho  (Coordenador de Comunicação da Fuvest).

PS. Durante a prova a imprensa será atendida pelo Coordenador de Comunicação da Fuvest no prédio da Faculdade de Economia e Administração  (Av. Prof. Luciano Gualberto, 908) Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira), das 11h às 14h30min.

"Descoberta do Pré-Sal: Diálogo com Guilherme Estrella"

O Instituto de Energia e Ambiente e o Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo convidam para o evento:
 
DESCOBERTA DO PRÉ-SAL: DIÁLOGO COM GUILHERME ESTRELLA
 
Dia: 02 dezembro 2016 - 11h00
Local: auditório do IEE/USP, Av. Prof. Luciano Gualberto, 1.289, Cidade Universitária, São Paulo
 
Inscrições exclusivamente por email (comunicacao@iee.usp.br (mailto:comunicacao@iee.usp.br)) enviando nome/email/cargo/instituição
 
Sobre o palestrante:
 
Guilherme de Oliveira Estrella é geólogo, graduado em 1964 pela Escola Nacional de Geologia, atualmente Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 1965 foi contratado pela Petrobras, empresa a qual dedicou toda sua carreira profissional.
Sua competência técnica e científica levou-o a exercer, com destaque, diversos cargos de liderança nas áreas de exploração e produção de petróleo, tais como a gerência de exploração, chefias, superintendências e diretoria de exploração e produção.
Estrella exerceu papel decisivo na consolidação do CENPES – Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras, como um centro de excelência reconhecido internacionalmente. Parte significativa do conhecimento geológico sobre as bacias sedimentares brasileiras emana das atividades desse Centro.
Sua atividade na Petrobras ocorreu no Brasil e no exterior, permitindo-lhe concretizar grandes descobertas científicas na área da Geologia do Petróleo, com amplo impacto econômico. Dentre suas descobertas, destacam-se, de forma ilustre para o país, as reservas de óleo e gás natural conhecidas como  Pré-Sal, nas bacias de Campos e Santos, situadas nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Ao longo de sua carreira profissional na Petrobras, publicou trabalhos considerados clássicos na Geologia do Brasil, destacando-se o trabalho intitulado “O estágio rift nas bacias marginais do Leste brasileiro”, ainda hoje referência obrigatória para o entendimento da evolução tectono-estratigráfica de bacias de margens continentais passivas.
A sua competência acadêmica é demonstrada pela influência que exerceu sobre uma geração de profissionais na área de exploração e produção de petróleo, com desenvolvimento de conhecimento inovador e impacto externo à empresa, sobretudo nas universidades brasileiras. Essa competência acadêmica foi reconhecida pela Universidade do Porto (Portugal) e pela Universidade Federal de Ouro Preto (Minas Gerais, Brasil), que lhe concederam o título de Doutor Honoris Causa nos anos de 2009 e 2010, respectivamente.
 
Mais informações:
Ines Iwashita
ST Relações Institucionais, Comunicação, Editoração e Publicações
fones 11 3091-2507 e 97205-1827

O bibliotecário, a história do livro e a preservação

FEBAB convida para a palestra
“O bibliotecário
, a história do livro e a preservação:  relações necessárias”


Conteúdo: Chamar a atenção dos bibliotecários e estudantes de Biblioteconomia para a necessidade da aproximação em dois campos: preservação de acervos bibliográficos e estudos sobre a história do livro. Breve histórico dessas relações a partir de um marco teórico na revolução francesa, da prática à institucionalização do ensino de Biblioteconomia chegando   ao perfil que se tem configurado no Brasil. Análise da importância dessas práticas no nosso dia a dia à luz da Biblioteconomia internacional.
 

Palestrante: FABIANO CATALDO


Dia02/12/2016 das 14h às 16h

Inscrições gratuitas no linkgoo.gl/vZTQAp 

Informaçõessecretaria@febab.org.br

Local: Auditório da Faculdade de Saúde Pública/USP - Av. Dr. Arnaldo, 715 - São Paulo - SP

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