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Estudo torna mais realista o modelo do líquido de spins

Estudo torna mais realista o modelo do líquido de spinsO spin é o momento magnético intrínseco de uma partícula – um elétron, por exemplo. Trata-se de uma grandeza fundamental, assim como a massa e a carga.
Por: Agência FAPESP. Acesse aqui a matéria original.
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Dito de forma bastante simplificada, é como se a partícula possuísse um ímã em seu interior que lhe permitisse interagir não só com os spins de outras partículas, mas também com campos magnéticos externos, mesmo em repouso.
 
Por analogia com os líquidos usuais, sistemas nos quais os spins não apresentam ordem magnética, mesmo em temperaturas próximas do zero absoluto, são chamados de líquidos de spins. Seguindo o mesmo tipo de nomenclatura, um sistema que apresentasse ordem magnética seria um sólido de spins, pois o ordenamento magnético de seus spins é análogo ao ordenamento periódico dos átomos em um cristalSaiba mais...

Imagem: Rede favo de mel com duas impurezas, localizadas no centro das áreas hachuradas em azul (imagem: Eric Andrade/USP)

USP Pensa Brasil

Na próxima semana será realizado o evento USP Pensa Brasil, que contará com dezenas de atividades organizadas pelos diversos órgãos centrais da USP.
Por: Comissão de Pesquisa IFUSP.

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Pedimos que divulguem e participem dos debates organizados pela PRPI, "USP Pensa Pesquisa e Inovação no Século XXI", que ocorrerão nos dias 30/08, 31/08 e 01/09, no auditório István Jancsó do Prédio da Biblioteca Brasiliana, e também da exposição "Você e a USP: A Universidade de São Paulo, sempre presente em sua vida!", que será realizada na Sala BNDES da Livraria EDUSP, também no Prédio da Biblioteca Brasiliana (das 9h às 19h).
 
-> 30/08 (terça-feira) - 9h30
Abertura e apresentação da exposição: “Você e a USP: a Universidade de São Paulo sempre presente em sua vida!
Paulo A. Nussenzveig, Pró-reitor de Pesquisa e Inovação da USP
 
-> 30/08 (terça-feira) - 10h
Inteligencia Artificial e mídias sociais: psicologia, fake news e implicações éticas
Fábio Cozman (POLI/USP)
Dora Kaufman (PUC/SP)
Hugo Aguilaniu (Serrapilheira/RJ)
Mediação: Eugênio Bucci (ECA/USP)
 
-> 31/08 (quarta-feira) - 9h
Saúde e vida: imunologia, acesso e desigualdades
Carlos Roberto Ribeiro de Carvalho (FM/USP)
José Ricardo de Carvalho Mesquita Ayres (FM/USP)
Ludhmila Abrahão Hajjar (USP)
Mediação: Naomar de Almeida Filho (UFBa e IEA/USP)
 
-> 01/09 (quinta-feira) - 11h
Energia e sustentabilidade
Julio Meneghini (EP/USP)
Ana Flávia Nogueira (IQ/UNICAMP)
Marcos Buckeridge (IB/USP)
Mediação: Roberto Torresi (IQ/USP)
 
A inscrição para o evento pode ser realizada AQUI.
Os debates serão transmitidos ao vivo no Canal USP do YouTube.

Atenciosamente,

Comissão de Pesquisa - IFUSP
Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação
Universidade de São Paulo

Feira de Intercâmbio USP 2022

Nos dias 30 e 31 de agosto desse ano, das 14h às 19h, ocorrerá a Feira de Intercâmbio USP 2022
Por: PET FEA USP.
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O evento contará com uma série de países e empresas parceiras vindo diretamente para a FEAUSP apresentar oportunidades e dicas únicas para quem estiver interessado em estudar e morar no exterior. Dentre os países convidados, temos Itália, EUA, Irlanda, Finlândia, além de empresas como British Council, EF e muitos mais! Além disso, a AUCANI estará presente no dia 31 para tirar as dúvidas de todos os uspianos sobre as oportunidades de intercâmbio e bolsa de estudo oferecidas pela própria USP!
 
A Feira de Intercâmbio conta como um dos muitos projetos do Programa de Educação Tutorial da FEA (PET FEA USP), o qual vem promovendo o tripé universitário de ensino, pesquisa e extensão há mais de 25 anos. Esse projeto existe desde 2014 com o objetivo de democratizar o acesso à informação sobre intercâmbio universitário para que o máximo de pessoas possam viver essa incrível experiência.
 
Local: FEA USP - Av. Prof. Luciano Gualberto, 908 - Butantã, São Paulo.
 
*O uso de máscara é obrigatório*
 
Quer garantir sua vaga na Feira de Intercâmbio? Você pode acessar o evento no facebook e fazer sua inscrição até o dia 29/08 a partir do formulário. Saiba mais...
 
Atenciosamente,
 
Ass. PET FEA USP.

Workshop on Electromagnetic Effects in Strongly Interacting Matter

The effects of electromagnetic fields in strongly interacting matter have been the subject of intense activity over the past ten years, involving researchers from different communities such as Heavy-Ion physics, Lattice QCD, Astrophysics, Ads/CFT, Magneto-Hydrodynamics, formal aspects of Quantum Field Theory, among others.
Por: ICTP-SAIFR. Acesse aqui a matéria original.
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-> October 25-28, 2022 / ICTP-SAIFR, São Paulo, Brazil
-> Auditorium of IFT-UNESP
 
Recent experimental achievements like the measurement of lambda polarization and the results from isobar collisions at RHIC, as well as the perspective of new facilities like NICA and FAIR performing heavy ion collisions in lower energies and higher chemical potential, motivate us to bring together experimentalists and theoreticians in this workshop to discuss the role of electromagnetic interactions in the many topics... Saiba mais...

Novo estudo estabelece relações entre o uso do solo e os aerossóis atmosféricos da Amazônia

 

Olores.org - The Journal Atmosphere is running a Special Issue on  Environmental Odour.Publicado na revista Atmosphere, novo artigo do Laboratório de Física Atmosférica do IFUSP trata sobre relações entre uso do solo e aerossóis atmosféricos na Amazônia. 

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O estudo demonstra que o tipo e o uso do solo impactam no tipo de aerossol carbonáceo presente na atmosfera. Sobre o artigo, comenta o pesquisador Marco Aurélio Franco do IFUSP: "Em particular, mostramos que regiões de floresta são dominadas por aerossóis do tipo Brown Carbon, enquanto que em regiões desmatadas, e que sofrem com queimadas para manutenção de pastagens, o Black Carbon domina. Brown Carbon interage majoritariamente em comprimentos de onda próximos ao ultra violeta, por outro lado, Black Carbon absorve radiação na região do infravermelho. Estas características refletem em impactos radiativos diretos no clima, em que o Black Carbon atua majoritariamente adicionando uma forçante positiva no balanço radiativo terrestre, ou seja, aquecendo o ambiente. E isto tem potencial de interferir, por exemplo, no regime de formação de nuvens e, consequentemente, na precipitação."

*Trabalho desenvolvido em colaboração internacional com grupos do IPEN, RCGI/USP, UFPA, University of Maryland e NASA Goddard Space Flight Center. Marco Aurélio Franco é pesquisador apoiado pela FAPESP.

 
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Relationship between Land Use and Spatial Variability of Atmospheric Brown Carbon and Black Carbon Aerosols in Amazonia tem acesso livre. Clique AQUI para o artigo na íntegra.
 
Mais informações com os pesquisadores:
 

Feira de profissões da USP volta à Cidade Universitária com estimativa de 80 mil visitantes

Feira de profissões da USP volta à Cidade Universitária com estimativa de 80 mil visitantesGratuita, a Feira USP e as Profissões acontece em setembro no campus do Butantã, retomando o formato presencial. O evento traz informações dos cursos e das unidades de ensino, atividades interativas, orientação vocacional e instruções sobre as formas de ingresso na USP
Por: Comunicação - PRCEU. Acesse aqui a matéria original.

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O campus Butantã da USP recebe, de 1 a 3 de setembro de 2022, a 16ª edição da Feira USP e as Profissões. A iniciativa da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP (PRCEU) é destinada a estudantes do ensino médio e de cursos preparatórios para o vestibular. A participação é totalmente gratuita, mas para agilizar a entrada os interessados podem fazer o credenciamento prévio no site uspprofissoes.usp.br.
 
Após nove anos da última edição realizada no campus,  o evento retorna à Cidade Universitária e traz variadas possibilidades aos estudantes, aproveitando a proximidade com as unidades de ensino, museus, laboratórios e com o ambiente que o jovem poderá encontrar como aluno, inclusive com atividades sendo realizadas em diversos destes locais. Saiba mais...

Números da pandemia de covid-19 continuam em queda no Estado de São Paulo

Dados mais recentes mostram redução no ritmo de transmissão, internações e óbitos no Estado pela sétima semana seguida, segundo o Boletim Epidemiológico USP-Covid
Por: Jornal da USP. Acesse aqui a matéria original.

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Os dados da semana epidemiológica mais recente (7 a 13 de agosto) mostram queda nos indicadores do número de internações diárias pela sétima semana consecutiva no Estado de São Paulo. Também houve queda no número de novos casos, novas internações e no número de óbitos (-20%, -11% e -16%, respectivamente). Os dados são compilados semanalmente pelo Comitê Científico que assessora o governo do Estado e reproduzidos no Boletim Epidemiológico USP-Covid, junto com dados sobre a pandemia na USP.
 
Na comunidade uspiana, foram notificados 64 casos de covid-19 ou síndrome gripal em todos os campi nos primeiros 12 dias de agosto, aproximadamente 67% a menos, comparado ao mesmo período do mês de julho. Praticamente 100% dos alunos, docentes e funcionários da USP estão com esquema vacinal completo. A comprovação da dose adicional é obrigatória para os alunos de graduação e de pós‐graduação no segundo semestre de 2022.
 
A Comissão Assessora de Saúde da USP monitora continuamente a pandemia e ressalta que o uso de máscaras permanece obrigatório em ambientes fechados da Universidade, assim como no transporte público e nos serviços de saúde. Em ambientes abertos o uso não é obrigatório, mas também recomendado, sempre que houver aglomeração. Mais informações no site USP Retorno Seguro: https://retornoseguro.usp.br. Saiba mais...

School on Quantum Computation

Quantum computing has become a major hot topic in recent years, leading several countries around the world to launch billion-dollar initiatives to develop research in this area.
Por: ICTP-Saifr. Acesse aqui a matéria original.
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In addition to such initiatives, large multinational corporations such as Google, IBM, Amazon, Microsoft and many new startups have also started to invest large amounts of money both in the construction of quantum computers and new algorithms, which explore the fundamental concepts of Quantum Theory to promise extraordinary gains in information processing even over the most powerful classical supercomputers.
 
The main purpose of the present school is to provide short courses and lectures from the basics concepts to the state of the art on quantum computing: quantum algorithm efficiency, quantum complexity theory, quantum simulators, adiabatic quantum computing, quantum machine learning, and different architectures where quantum computing can be implemented, such as superconducting qubits, trapped ions, and photonics systems. The school will also offer short courses about the use of quantum computing in the cloud.
 
There is no registration fee and limited funds are available for travel and local expenses. Saiba mais...

Projeto BINGO apresenta artigos na Astronomy & Astrophysics

 

A colaboração BINGO (Baryon Acoustic Oscillations from Integrated Neutral Gas Observations) tem o prazer de anunciar a publicação de 7 artigos fundamentais na Astronomy & Astrophysics de agosto de 2022. Os trabalhos representam um marco para o projeto, destacando as metas científicas do BINGO e a configuração atual. Os artigos podem ser encontrados nas seções "Cosmology" e "Astronomical Instrumentation"

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O BINGO é um radiotelescópio parabólico de 40 m atualmente em construção no interior do estado da Paraíba, Brasil. Carlos A. Wuensche, vice-coordenador do BINGO e responsável pela construção do instrumento afirma que “o BINGO é o maior telescópio já construído no Brasil, com a maioria de seus subsistemas projetados e construídos no Brasil. A construção do telescópio exigiu conhecimento tecnológico e integração de diversas áreas da academia e da indústria brasileira. Terminar e integrar os subsistemas com pouco atraso, durante as pandemias, foi um desafio em si.
 
O principal objetivo do telescópio BINGO é detectar o sinal de hidrogênio neutro de 21cm para estudar cosmologia e astrofísica na faixa de rádio, explorando esta nova janela de observação do nosso cosmos. A primeira luz do BINGO está prevista para o primeiro semestre de 2023. Elcio Abdalla, coordenador geral do projeto, comenta sobre a importância de medir a linha de 21 cm: “As medições do BINGO da linha de 21 cm desviada para o vermelho podem potencialmente levar a oscilações acústicas bariônicas (BAO) detecção na banda de rádio. O BAO é considerado uma das sondas mais fortes para investigar as propriedades da Energia Escura. Além disso, devido ao seu modo de operação, o BINGO é naturalmente adequado para detectar Fast Radio Bursts, um fenômeno cósmico intrigante, bem como outros fenômenos transitórios de rádio. Esperamos contribuir para a detecção e investigação de um grande número desses eventos”.
 
Bin Wang, um dos principais pesquisadores do projeto BINGO, ressalta que o projeto BINGO é potencializado pela ampliação das colaborações internacionais: “BINGO é um radiotelescópio único liderado por cientistas brasileiros. Coordena colaborações internacionais. Essas colaborações aumentam a capacidade científica, aprimoram os recursos humanos, aceleram a pesquisa e garantem que o BINGO possa fazer ciência original e líder mundial no problema da energia escura e avançar nas técnicas de radioastronomia. Os cientistas do BINGO desempenharão papéis ativos na observação cosmológica de rádio, incluindo o mega programa SKA nos próximos anos.”
 
A equipe de liderança do BINGO é composta por cientistas das seguintes instituições: Universidade de São Paulo (USP, Brasil), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE, Brasil) e Universidade Federal de Campina Grande (UFCG, Brasil), Shanghai Jiao Tong University (SJTU, China), Yang Zhou University (YZU, China) e University College London (Reino Unido). A colaboração internacional também inclui outros cientistas do Brasil, Reino Unido, China, França, Itália, Alemanha, Espanha e África do Sul. Os principais parceiros financiadores do BINGO são a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o governo da Paraíba e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil NNFC (Fundação Nacional de Ciências Naturais da China) e Yang Zhou University e Shanghai Jiao Tong University, da China.
 
Mais informações sobre a colaboração podem ser encontradas no portal BINGO: http://www.bingotelescope.org.
 

Menos chuva na floresta: Amazônia ainda mais vulnerável do que se pensava

O bioma Amazônia abrange a maior floresta tropical do mundo: a Floresta Amazônica.

Estudo revela como o funcionamento em rede da floresta Amazônica pode multiplicar o impacto dos danos sofridos.

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- A floresta amazônica produz grande parte de suas próprias chuvas por meio de um sistema de reciclagem de umidade entre a floresta e a atmosfera. Este sistema será fortemente impactado por secas mais frequentes, que estão previstas no atual cenário de aquecimento global.
- Este estudo mostrou que toda a floresta está interligada neste sistema de reciclagem de umidade: assim os danos em uma região se espalham para as regiões vizinhas, o que pode aumentar em um terço o dano total causado.
- As mudanças climáticas já estão modificando a forma como a umidade é transportada e redistribuída pela Amazônia, com mudanças nos padrões de precipitação e na duração da estação seca. O estudo utilizou estas mudanças em andamento para prever o que deve acontecer com a floresta no futuro.
- Os resultados do estudo indicam que as regiões mais vulneráveis são as fronteiras sudeste, sul e sudoeste da floresta – onde atividades humanas como extração de madeira, desmatamento e pastoreio já representam enormes problemas para a Amazônia.

Trabalho faz parte de uma série de trabalhos desenvolvidos em parceria entre pesquisadores alemães e brasileiros, no âmbito de colaboração internacional financiada pelo DFG (German Research Foundation) e a FAPESP.

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Para cada três árvores que morrerão devido às futuras secas na floresta amazônica, uma quarta árvore – embora não diretamente afetada – também morrerá. Em termos simplificados, é isso que pesquisadores descobriram usando “redes complexas” para entender o funcionamento de um dos sumidouros de carbono mais valiosos e biodiversos da Terra. As partes com maior risco de se transformar em savana estão localizadas na fronteira sul da floresta, onde o desmatamento contínuo para abertura de áreas de pastagem ou soja já vêm enfraquecendo a resiliência da floresta há anos.
 
A floresta tropical na América do Sul parece já estar perdendo suas chuvas e, assim, também seu suprimento de umidade, já que as mudanças climáticas tem trazido períodos de seca mais frequentes e severos para a Bacia Amazônica. Essa falta de chuva é uma ameaça à vida na floresta porque esta “respira água”: o solo absorve a chuva tanto quanto as plantas, e ambos liberam uma grande quantidade de água de volta para a atmosfera por meio da evaporação e transpiração. Através da reciclagem da umidade, a floresta alimenta os rios voadores e cria muito de seu próprio clima pois essa redistribuição de umidade acaba alimentando até metade das chuvas sobre a Bacia Amazônica. E embora seja altamente eficiente, esta reciclagem de umidade depende da quantidade de água inicialmente depositada no sistema.
 
Cientistas descobriram agora que, mesmo que um período de seca afete apenas uma região específica da floresta, seus danos se estendem além dessa região por um fator de 30%: como a falta de chuva diminui fortemente o volume de reciclagem de água, também haverá menos chuvas em regiões vizinhas, colocando ainda mais partes da floresta sob estresse significativo. “Secas mais intensas colocam partes da floresta amazônica em risco de secar e morrer. Subsequentemente, devido ao efeito de rede, menos cobertura florestal leva a menos água no sistema geral e, portanto, desproporcionalmente mais danos. E embora tenhamos investigado o impacto da seca, essa regra também vale para o desmatamento. Isso significa essencialmente que, quando você derruba um acre de floresta, o que você está realmente destruindo é 1,3 acres”, explica Nico Wunderling, autor do estudo, pesquisador do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático, co-orientado pelo pesquisador brasileiro Henrique Barbosa.
 
A ciência do clima prevê que o que costumavam ser anos extraordinariamente secos, como 2005 e 2010, podem se tornar o novo normal a partir de 2050. “Essas secas recorrentes já estão produzindo mudanças na rede de umidade da Amazônia. Usamos essas observações para entender e modelar as consequências de um clima futuro que lembrará um estado de seca permanente” - explica Henrique Barbosa, coautor do estudo, pesquisador no Instituto de Física USP e Universidade de Maryland.
 
"Outro aspecto extremamente interessante deste trabalho é que conseguimos diferenciar e quantificar as perturbações que afetam a Amazônia, mostrando onde e quais perturbações afetam a floresta, e de que forma. Por exemplo: no caso da região sudeste da Amazônia, cerca de um terço de qualquer mudança potencial de floresta para não-floresta é devido ao efeito cascata, ou seja, oriundo de outros locais (por exemplo, de regiões mais desmatadas a leste).Já para outras regiões da Amazônia, em torno de 50% dessa mudança está associada à intensificação da estação seca, e não diretamente ligada àquele efeito cascata. Isso é muito importante para nosso entendimento de como o sistema funciona” - explica a coautora Marina Hirota, professora da Universidade Federal de Santa Catarina, que contou com o apoio do Instituto Serrapilheira para este trabalho.
 
Assim, as secas têm efeitos diferentes nos sistemas florestais da Amazônia. “Na Amazônia, as árvores e os sistemas florestais são adaptados de forma diferente à disponibilidade hídrica, pois algumas regiões costumam apresentar uma estação seca distinta, enquanto outras têm chuva o ano todo. Reconhecemos especificamente essas adaptações locais, pois podem ser uma bênção ou uma maldição sob as mudanças climáticas”, observa Boris Sakschewski, coautor do estudo também no Instituto Potsdam. “Assim, descobrimos que mesmo as partes da floresta amazônica adaptadas à estação seca não sobreviverão necessariamente a um novo clima, e o risco de tornar-se savana ou ficar sem árvores é alto. As consequências para a biodiversidade seriam desastrosas, mas o mesmo vale para o clima local, regional e global.”
 
No entanto, nem tudo está perdido”, diz Ricarda Winkelmann, coautora do estudo, pesquisadora no Instituto Potsdam. “Nossas simulações não mostram um caminho sem saída. Isso porque boa parte da floresta ainda está em condições relativamente estáveis. Os efeitos de rede dos períodos de seca provavelmente estão limitados a certas áreas no sudeste e sudoeste da floresta – que são aquelas onde a floresta já vem sofrendo com ação humana, na derrubada da floresta para pastagem ou soja. Portanto, ainda há muito que podemos fazer para tentar estabilizar a floresta, pois preservar a Amazônia e seus serviços ecológicos é de extrema importância para a estabilidade climática local, regional e global. E sabemos como fazer isso: proteger a floresta tropical da extração de madeira e reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa para limitar o aquecimento global”.
 
► Acesse AQUI o artigo Recurrent droughts increase risk of cascading tipping events by outpacing adaptive capacities in the Amazon rainforest, publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
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Mais informações com os pesquisadores:

 

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