Físico da USP recebe Prêmio Álvaro Alberto. Antônio José Roque da Silva, à frente do Sirius, foi reconhecido com uma das principais premiações da área de ciência e tecnologia no Brasil, da Revista Pesquisa FAPESP.

CNPqJosé Roque, diretor-geral do CNPEM: à frente do SiriusCNPq
O Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia de 2025 foi concedido ao físico Antônio José Roque da Silva, professor titular da Universidade de São Paulo (USP), coordenador do projeto Sirius e diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas.
Concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Marinha do Brasil, o prêmio é um dos mais importantes da ciência no Brasil e nesta edição, a 37ª, contemplou a área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias.
A premiação será dia 8 de maio na sede da Escola Naval, no Rio de Janeiro, e consiste em diploma, medalha e R$ 200 mil, concedidos pelo CNPq. A Marinha do Brasil, por sua vez, oferece uma viagem à Antártida e outra ao Centro Tecnológico da Marinha, em São Paulo.
Silva esteve à frente da concepção e da construção do Sirius, uma das mais avançadas fontes de luz síncrotron do mundo, cujo núcleo é um acelerador de partículas de última geração, ao longo de 15 anos.
“O Sirius é a materialização do que a ciência brasileira é capaz de fazer quando há visão de longo prazo, investimento adequado e valorização do conhecimento. É um exemplo concreto da capacidade técnica e intelectual que temos no Brasil, algo que precisa ser mostrado com orgulho para a sociedade”, disse ele em um comunicado do CNPEM.
Atualmente, o físico trabalha para viabilizar o projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos, que prevê instalações de máxima contenção biológica na América Latina, conhecidas como NB4, que deverão ser as primeiras do mundo conectadas a uma fonte de luz síncrotron.
Este ano, foram agraciados também os seguintes pesquisadores eméritos: o físico e ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Ennio Candotti (1942-2023, in memoriam); o matemático da USP Newton da Costa (1929-2024, in memoriam); o engenheiro Fernando de Mendonça, fundador e primeiro diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); a linguista Leda Bisol, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); a filósofa Marilena Chauí, também da USP; e o médico infectologista e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Roberto José da Silva Badaró.
Receberam Menção Especial de Agradecimento a professora e pesquisadora da área de Direito Internacional da UFRGS Cláudia Lima Marques e três pessoas jurídicas: o British Council (BC), o Instituto Rio Branco (IRBr/MRE) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF).
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