No princípio da física nuclear, os detectores a gás desempenharam um papel chave nas interpretações dos fenômenos nucleares. Ao promover uma transformação das observações qualitativas em informações quantitativas, os detectores viabilizaram o passo fundamental na elaboração de modelos físicos baseados nos dados experimentais, que por sua vez impulsionaram novos desenvolvimentos em sistemas de detecção. Isso deu início a um ciclo virtuoso de desenvolvimentos teóricos e experimentais em física nuclear. Esse ciclo, tem como força motriz o fato de que são os detectores que coletam os dados usados no confronto de teorias e modelos, e apenas através de novos desenvolvimentos em sistemas de detecção é que se pode restringir cada vez mais os intervalos de confiança das medições, e desta forma refutar ou atestar teorias em níveis de confiança estatística adequados. Atualmente, os detectores a gás ainda desempenham um papel importante na exploração dos limites do conhecimento da humanidade sobre processos fundamentais, tanto na escala subnuclear quanto na escala cosmológica. Neste colóquio serão abordados aspectos da evolução dos detectores de radiação a gás no contexto da evolução dos conceitos da física nuclear, e como esses desenvolvimentos colaboraram com avanços teóricos que retroalimentaram novos desenvolvimentos dos detectores a gás.
Sobre o Palestrante: Licenciado e Bacharel em Física pelo IFUSP (2004). Mestrado (2006) e Doutorado (2010) também pelo IFUSP. Pós-Doutorado no Max-Planck Institut da Alemanha (2016-2017). Contratado como Professor Doutor no DFN-IFUSP em 2018. Desenvolve instrumentação para física nuclear e aplicações. Tem interesse em instrumentação científica, simulações computacionais e em técnicas de aprendizado de máquina para processamento de dados físicos.
Palavras chaves: Detector de radiação, Detectores a gás, História da física
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