Um Cristal Iônico é um sólido isolante formado por íons positivos e íons negativos, que se atraem com forças Coulombianas. O exemplo mais simples é o cristal de NaCl, onde o íon de Na+ e íon de Cl- atraem-se eletrostaticamente para formar o cristal Um cristal ideal tem seus íons distribuídos periodicamente, formando a rede cristalina, e por isso são freqüentemente encontrados na natureza com belas formas externas, que refletem a sua estrutura microscópica. O homem aprendeu a produzir em laboratório muitos desses cristais, a partir de compostos químicos puros. Na realidade nenhum cristal, natural ou artificial, é perfeito, isto é, no nível atômico apresenta defeitos. Esses defeitos, uns chamados intrínsecos por serem imperfeições na rede cristalina, outros chamados extrínsecos por serem devido a íons estranhos ao cristal, são responsáveis por muitas das propriedades do cristal. O calor especifico, a elasticidade, o índice de refração, a constante dielétrica, etc, são propriedades que dependem da rede cristalina. A cor, a luminescência, a ressonância de spin eletrônico, a corrente de despolarização, etc, são, por outro lado, propriedades fortemente dependentes dos defeitos. Por exemplo, a esmeralda é um berilo contendo cromo, que lhe dá a cor verde, enquanto o mesmo cromo no óxido de alumínio resulta na cor vermelha do rubi, e a água marinha é o berilo contendo ferro, que o torna azul, e assim por diante. Um dos objetivos do LACIFID consiste em estudar as propriedades dependentes de defeitos em cristais naturais, particularmente dos SILICATOS encontrados abundantemente no solo brasileiro.