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Revista FAPESP destaca pesquisa do IFUSP com nanociência

Poços de petróleo mais produtivos

Estudos indicam que nanopartículas de sílica podem aumentar o volume de óleo e gás extraídos dos reservatórios

YURI VASCONCELOS | ED. 240 | FEVEREIRO 2016

 
 

© PETROBRAS

Antes de testar nos campos petrolíferos as soluções para retirar mais óleo das rochas, é preciso fazer a simulação em computador

Antes de testar nos campos petrolíferos as soluções para retirar mais óleo das rochas, é preciso fazer a simulação em computador

Empregar a nanociência para elevar a produtividade de poços de petróleo, extraindo de reservatórios submarinos e continentais o óleo que não é recuperado pelos métodos tradicionais, é o objetivo dos estudos do físico Caetano Miranda, professor do Departamento de Física de Materiais e Mecânica do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP). A ideia central do pesquisador, que recorre à modelagem computacional para simular o interior de poços de petróleo em escala micro e nanométrica, é usar nanopartículas de óxidos, como a sílica, impregnadas com surfactantes – substâncias utilizadas pelas empresas petrolíferas na exploração das reservas – para extrair o petróleo aderido às rochas que formam os reservatórios. Hoje, apenas 35% do óleo contido nos poços é extraído, em média. A finalidade da nova técnica é dobrar esse percentual.

Para compreender como as nanopartículas de sílica irão atuar na exploração petrolífera, é preciso entender que tanto o óleo quanto o gás não estão armazenados em bolsões ou grandes cavernas subaquáticas ou subterrâneas. O óleo e o gás se acumulam em espaços vazios de rochas sedimentares porosas, como se fossem água em uma esponja encharcada. Quando o poço é perfurado, parte do óleo flui naturalmente, por causa da diferença de pressão – mais elevada no reservatório e menor na superfície. “Nessa recuperação primária, são extraídos em torno de 5% a 15% do total de hidrocarbonetos armazenados no depósito. Esse percentual varia conforme certos fatores, entre eles o tipo de rocha que forma o reservatório e características do óleo, como sua viscosidade, por exemplo”, explica Miranda.

No momento em que o poço começa a reduzir sua produção, as petrolíferas injetam nele água, gás carbônico (CO2) e nitrogênio para deslocar o petróleo ainda presente no reservatório. Esses fluidos são introduzidos nos poços a certa distância do local de produção e têm ação puramente mecânica, empurrando o óleo em direção à coluna de perfuração. Nesse processo de recuperação secundária do óleo chega-se à média de 35% do volume extraído na maioria dos poços do planeta.

A partir desse ponto, se estudos das petrolíferas comprovarem que há viabilidade econômica, elas continuam explorando o reservatório, injetando no poço surfactantes para fazer o deslocamento do óleo residual. “Surfactante é um produto semelhante ao sabão que altera as interfaces entre o óleo, a rocha e a água salgada, os três componentes do sistema. Ele diminui as tensões interfaciais desses componentes nos reservatórios, modificando a viscosidade do óleo e fazendo com que se desloque mais facilmente”, explica Miranda. Essa substância, porém, apresenta dois problemas. O primeiro é o custo elevado. A petrolífera precisa usar grandes volumes de surfactante, o que implica uma complexa logística de transporte, porque a maioria dos poços se encontra em lugares remotos. O segundo problema é que surfactantes são intolerantes à alta salinidade e à elevada temperatura. Nessas condições, eles precipitam, depositando-se na superfície das rochas. Quando isso acontece, eles não alteram a viscosidade do óleo residual, essencial para sua recuperação.

As pesquisas com uso de modelagem computacional feitas por Miranda recaem justamente na escolha do melhor material para fazer o papel de surfactante. O pesquisador estuda nanopartículas capazes de auxiliar na extração de óleo e gás retidos em nanoporos e microporos das rochas e, ao mesmo tempo, procura compreender o comportamento dessas nanoestruturas. “Não sabemos o que ocorre com o petróleo ou o gás natural quando eles estão confinados nos nanoporos. Sequer conhecemos o percentual de óleo e gás retido neles”, diz Miranda.

064-067_Petroleo_240-01O emprego da nanociência na indústria do petróleo, segundo o professor da USP, surgiu em 2008 a partir de uma demanda da Sociedade de Engenheiros do Petróleo (SPE, na sigla em inglês) e se insere em um campo interdisciplinar mais amplo, a nanogeociência. Ela estuda os fenômenos que ocorrem em nanoescala em materiais geológicos e tenta entender os efeitos de sistemas nanoestruturados ou nanoconfinados em escalas maiores. Segundo o pesquisador, em 2008 as nanopartículas de sílica já eram usadas comercialmente em outras áreas, como biomedicina e catálise, na síntese de novos materiais. “A questão era saber como essas nanoestruturas se comportariam nas condições extremas dos reservatórios, onde a temperatura atinge 400oC e a pressão ultrapassa 200 atmosferas (atm). Precisávamos saber se seriam capazes de modificar a interação entre o óleo, a rocha e a salmoura”, explica. “Nossos estudos indicaram que as nanopartículas de sílica poderiam ser potencialmente utilizadas para extração do óleo.”

O trabalho também teve como desafio tornar funcionais as nanopartículas de sílica com um surfactante, a fim de potencializar sua ação. “A partir de simulações moleculares, tentamos descobrir qual seria o melhor produto a ser adicionado na nanoestrutura, já que existem muitos no mercado. A nanopartícula de sílica, em si, altera a interface entre o óleo, a rocha e a salmoura, mas com o acréscimo de um surfactante essa ação fica mais eficaz”, diz Miranda. “Queremos entender por que ele altera a molhabilidade do óleo.” Molhabilidade é a capacidade de um líquido em manter contato com uma superfície sólida quando os dois são colocados juntos. “Recorremos à simulação em computador por causa do custo-benefício. Fazer os ensaios dos surfactantes nos reservatórios seria custoso e demorado demais.” No caso de funcionar com as nanopartículas de sílica, a quantidade e o custo do surfactante serão bem menores em relação ao volume utilizado sozinho.

Outra vertente da pesquisa é estudar nanoestruturas que possam ser empregadas para “iluminar” os campos de petróleo, extraindo mais informações dos reservatórios, como, por exemplo, detalhes sobre a porosidade das rochas, os fluidos presentes nelas, a composição química e as condições de temperatura e pressão do ambiente. Essas informações são essenciais para as tomadas de decisão da equipe de engenharia de produção. O uso de nanopartículas, segundo Miranda, poderia aprimorar a resposta da ressonância magnética feita durante a perfuração – a técnica é empregada para mapeamento dos depósitos. Para isso, nanopartículas seriam injetadas no poço junto com a água, servindo como agentes de contraste. “De uma maneira geral, nossos estudos buscam uma melhor compreensão, em escala molecular, dos mecanismos e fenômenos que ocorrem em poços de petróleo. Queremos ter uma visão atomística do processo e verificar as consequências em escalas maiores”, afirma.

Códigos computacionais
Três teses de doutorado, quatro dissertações de mestrado e mais de uma dezena de artigos foram produzidos nos últimos oito anos no âmbito das pesquisas de Caetano Miranda. Seu trabalho tem vinculação com um projeto de quatro anos financiado pela FAPESP e coordenado pelo físico Alex Antonelli, do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Nosso projeto tem como finalidade estudar uma varidade de propriedades da matéria condensada por meio da modelagem computacional. Caetano utiliza as mesmas ferramentas que empregamos e, por isso, podemos compartilhar tanto os computadores quanto os códigos computacionais”, afirma Antonelli. “Em princípio, podemos compreender no computador, que funciona como um laboratório virtual, os processos já conhecidos e possivelmente melhorá-los de uma forma mais barata, sem ter que testar uma nova ideia na prática.”

064-067_Petroleo_240-02Apoio das petrolíferas
Além da FAPESP, Miranda também recebe financiamento da Petrobras. Suas pesquisas se inserem no programa de Redes Temáticas da estatal, instituído em 2006 e executado em parceria com pesquisadores de universidades e instituições nacionais de pesquisa. “O trabalho do professor Caetano faz parte da Rede Temática Recuperação Avançada de Petróleo”, afirma a engenheira de petróleo Lua Selene Almeida, do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). “É um estudo muito avançado e de fronteira. Ele está nos ajudando a modelar fenômenos físicos que ocorrem nos poços de petróleo numa escala bem distinta daquela que estudamos em nossos laboratórios”, diz a pesquisadora.

Outra fonte de financiamento dos estudos vem do Advanced Energy Consortium(AEC), consórcio internacional de empresas do setor de petróleo, entre elas a anglo-holandesa Shell, a inglesa British Petroleum (BP), a norueguesa Statoil, a espanhola Repsol, a francesa Total e a Petrobras, voltado ao financiamento de nanociência aplicada à indústria do petróleo. O projeto apoiado pela AEC contou com a participação de pesquisadores da Universidade de Austin, no Texas, um importante centro de estudos no setor de óleo e gás. “Enquanto nosso grupo fazia as simulações em computador, eles se encarregavam da parte experimental”, diz Miranda, destacando que testes laboratoriais e ensaios experimentais, etapas que precedem aos experimentos com as nanopartículas de sílica nos campos de petróleo, também serão realizados em breve no IF-USP.

“As simulações computacionais são muito mais baratas e apresentam menos riscos do que os experimentos de laboratório”, diz a química Flávia Cassiola, pesquisadora brasileira da Shell Internacional, Produção e Exploração, em Houston, nos Estados Unidos. “A indústria do petróleo tem todo o interesse que os métodos se aprimorem, proporcionando a inclusão de mais características dos reservatórios na simulação. A Shell possui vários grupos dedicados à simulação computacional em seus centros de tecnologia e inovação e o professor Caetano é a nossa referência no assunto. O trabalho dele tem nos auxiliado no desenvolvimento e aprimoramento de métodos avançados de recuperação de petróleo e gás natural”, diz Flávia.

Projeto
Modelagem computacional da matéria condensada: uma abordagem em múltiplas escalas (nº 2010/16970-0); Modalidade Projeto Temático; Pesquisador responsável Alex Antonelli (IFGW-Unicamp); Investimento R$ 356.196,00 e US$ 225.400,00.

Fonte: Revista FAPESP

 

Sistema de Reescolha da USP

Sistema de Reescolha da USP tem mais de 8 mil candidatos para 535 vagas

Manifestação de interesse por essas vagas começa hoje às 14h e termina amanhã as 13h59min

A primeira etapa do processo de Reescolha do vestibular Fuvest 2016, tem 8.400 candidatos aptos a concorrer às 535 vagas de 114 cursos da USP. Duas dessas vagas são do sistema SiSU. No vestibular passado, 10.631 candidatos estavam aptos a concorrer a 580 vagas em 126 cursos. 

A partir das 14h de hojequarta-feira (2 de março), até 13h59min de amanhã, quinta-feira (3 de março), os candidatos habilitados, conforme lista divulgada no site www.fuvest.br, poderão manifestar interesse, pela internet, a uma dessas vagas. No dia 4, sexta-feira, será divulgada (14h) a Sexta Chamada para matrícula presencial dos convocados no dia 7 de março (segunda-feira).

Texto de autoria do Prof. José Coelho Sobrinho (Coordenador de Comunicação da Fuvest)

 

Cursos gratuitos para professores da educação básica

Cursos de Extensão Universitária gratuitos para professores da educação básica

O Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) está com inscrições abertas para dois cursos extracurriculares, semipresenciais, voltados para professores da educação básica interessados em astronomia.

 

O Instituto de Física e o Instituto de Astronomia e Geofísica da USP estão oferecendo dois cursos gratuitos de extensão universitária certificados pela USP e reconhecidos pela CENP (Coordenadoria de Gestão da Educação Básica da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo). 

As inscrições estarão abertas até o dia 11.03.2016.

Esses cursos serão oferecidos no formato semipresencial. Os docentes deverão dedicar pelo menos 10 horas semanais para acessar o ambiente AVA; interagir via fórum e chat de discussões; ler o roteiro da semana; assistir aos vídeos e baixar os textos. Além disso, os docentes deverão reservar tempo para estudo do material fornecido e realizar as atividades experimentais, observações empíricas e outras atividades. Haverá encontros presenciais, desenvolvidos aos sábados no campus da USP, na Cidade Universitária (SP).

Conteúdos dos cursos, público-alvo, carga horária, vagas, período de realização e local:

SISTEMA SOLAR: voltado para professores da educação básica (EF e EM).

Conteúdo: Dinâmica Terra-Lua-Sol; astronomia de posição; características e métodos de investigação dos objetos astronômicos do Sistema Solar (130 horas) – Vagas: 60 - Período de realização: março a julho – Local: IF-USP

ASTROFÍSICA: voltado para professores da educação básica (EF e EM), especialmente, de Ciências Naturais, Física e Matemática.

Conteúdo: Estrelas e evolução estelar; Galáxias; Cosmologia; Astrobiologia e também os conteúdos relacionados ao curso do sistema solar (240 horas) – Vagas: 60 – Período de realização: março a outubro – Local: IF-USP   

Objetivos:

Estabelecimento de conexões dos cursos com as práticas em sala de aula; discussões de natureza epistemológica e pedagógica, bem como de temas transversais aos conteúdos específicos.

Recursos didático-pedagógicos que serão utilizados:

Roteiros interativos, videoaulas, textos de aprofundamentos em astronomia, interações contínuas com os tutores e colegas, atividades de observação e experimentação, animações e simulações computacionais, entre outros.

Informações e documentos necessários:

Inscrições pelo link: www.if.usp.br/extensao, até 11 de março de 2016. O curso é gratuito. Documentos necessários: RG, CPF, Diploma de Ensino Superior, Comprovante de docência, Formulário do curso preenchido, carta de declaração de interesse e disponibilidade. Em caso de dúvidas, escreva para o email: incta.ead@iag.usp.br. Para contato com a coordenação do curso escreva para a Profa. Dra. Anne Scarinci, através do email: anne@if.usp.br

 

 

Data Publicação: 
quarta-feira, 2 Março, 2016
Data de Término da Publicação da Notícia: 
sexta-feira, 11 Março, 2016

Workshop on Next Generation Quantum Materials

À Comunidade do IFUSP:

Em nome da Profa. Marília Junqueira Caldas (no exercício da Chefia do DFMT) e da Profa. Lucy Vitória Credidio Assali (Membro do Comitê Organizador), comunicamos que o "Workshop on Next Generation Quantum Materials" 
acontecerá no período de 04 a 08 de abril de 2016, no Instituto de Física Teórica da UNESP.

Os interessados deverão se inscrever até o dia 04 de março (próxima sexta-feira).

Informações detalhadas e formulário para as inscrições estão disponíveis no endereço

http://www.ictp-saifr.org/?page_id=9180

Cordialmente,

Secretaria do Departamento de Física dos Materiais e Mecânica

Oportunidade: curso de língua e cultura na Espanha

A Universidade de La Rioja oferece o programa de Cursos de Língua e Cultura Espanholas 2016-2017, dirigido para estudantes de graduação e para pós-graduados de Universidades Brasileiras ou com residência permanente na República Federativa do Brasil, que desejam aprender espanhol ou aperfeiçoar seus conhecimentos nesta língua.  

Diante disto, conscientes da importância do Espanhol no Brasil, assim como de que a aprendizagem de um idioma é um elemento capaz de contribuir para a integração e para a coesão com os países iberoamericanos, a Universidade de La Rioja, com o apoio e patrocinado pelo Banco Santander, oferece 8 (oito) bolsas para a realização de um curso trimestral de Cursos de Língua e de Cultura Espanhola para o próximo ano acadêmico 2016-2017, gestionadas pela Fundação da Universidade de La Rioja. 

Requisitos

  • Ter nacionalidade brasileira.
     
  • Ser estudante de uma Universidade Brasileira (bacharel, licenciatura, pós-graduação, especiação, mestrado, doutorado o pós-doutorado)
    NOTA: A nota média é imprescindível para a aceitação da solicitação
     
  • O estudante deve ser não-residente em España

Solicitações e Prazos

Formalizacão das solicitações:

O REGISTRO DE CANDIDATURAS SERÁ APENAS REALIZADO ONLINE. SOMENTE OS CANDIDATOS PRÉ-SELECIONADOS DEVERÃO ENVIAR A DOCUMENTAÇÃO QUE LHES SEJA REQUISITADA.

Os candidatos que desejem participar do Edital deverão fazer o registro das candidaturas nos formulários de solicitação constantes na pagina da instituição: 

http://fundacion.unirioja.es/espanol_secciones/view/47

Prazo de solicitação:

O Edital esterá aberto no período de 5 de fevereiro a partir das 14 horas (hora espanhola) até 14 horas (hora espanhola) o dia 3 de abril de 2016.

Somente os préselecionados receberão comunicado sobre o processo. No 14 de abril estudantes pré-selecionados serão informados sobre a documentação que deverão encaminhar pelo correio para continuar na seleção.

Fonte da Informação: http://fundacion.unirioja.es

 

FAPESP e NERC anunciam nova chamada

FAPESP e NERC anunciam oportunidade de financiamento

FAPESP e NERC anunciam oportunidade de financiamento

Foco da colaboração São Paulo-Reino Unido está em pesquisas sobre a Ciência do Sistema Terrestre e sobre Mudanças Ambientais Globais (foto: Nasa)

A FAPESP e o Natural Environment Research Council (NERC), um dos Conselhos de Pesquisa britânicos, anunciam a abertura de uma oportunidade de financiamento a projetos colaborativos entre pesquisadores do Reino Unido e do Estado de São Paulo.

O foco da colaboração está em pesquisas sobre a Ciência do Sistema Terrestre e sobre Mudanças Ambientais Globais.

Podem participar da chamada, no Estado de São Paulo, pesquisadores principais elegíveis para financiamento da FAPESP que demonstrem excelência em um ou mais dos seguintes pontos:

1) Desenvolver pesquisa de elevado impacto e com resultados direcionados a áreas de interesse do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) ou do Programa FAPESP de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA);

2) Realização de atividades que posicionem a colaboração internacional no centro de sua abordagem, que adicionem valor à capacidade de pesquisa brasileira e que promovam resultados que não poderiam ser obtidos isoladamente por pesquisadores em São Paulo;

3) Realização de atividades com resultados duradouros que promovam benefícios além do período dos auxílios oferecidos pela FAPESP e pelo NERC.

A FAPESP está especialmente interessada em propostas em que o foco geográfico da colaboração esteja na América do Sul e nos oceanos adjacentes, particularmente nas regiões Amazônica e do Atlântico Sul.

Na chamada, há duas opções de financiamento. Na primeira, denominada Pump Priming Award, pesquisadores interessados no Estado de São Paulo podem submeter propostas solicitando até o equivalente a £ 20 mil por proposta de até dois anos de duração.

Na opção Pump Priming Plus Awards podem ser submetidas propostas de até £ 30 mil e até três anos de duração, contanto que o pesquisador responsável solicite, como parte do projeto, a organização de pelo menos um workshop internacional a ser realizado no Estado de São Paulo.

Podem submeter propostas pesquisadores responsáveis por Auxílios à Pesquisa FAPESP vigentes, nas modalidades Auxílio à Pesquisa Regular, Projeto Temático, Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), Programa de Melhoria do Ensino Público, Programa de Pesquisa em Políticas Públicas e Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE). Pesquisadores Principais de Projetos Temáticos, CEPIDs e PITEs vigentes também podem submeter propostas.

Propostas serão recebidas até o dia 19 de maio de 2016, às 16 horas (hora em Londres).

A chamada de propostas (em inglês) está publicada em: www.fapesp.br/10080.

 

Cerimônia de abertura do ano letivo do IEE-USP

O Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo convida para a Cerimônia de Abertura do Calendário Letivo de 2016 dos seus programas de pós-graduação - PPGE (Programa de Pós-graduação em Energia) e PROCAM (Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental) e a recepção dos alunos ingressantes em 2016.
 
07 março 2016
13h30
Auditório Oswaldo Fadigas Fontes Torres da STI/USP - Av. Prof. Luciano Gualberto, Trav. 3, n. 71 (em frente a entrada principal do IEE/USP)
Participação mediante inscrição antecipada, exclusivamente por email para comunicacao@iee.usp.br  enviando nome/email/curso/programa
 
 
Programação
 
13h30 - Abertura das atividades
             Colombo Celso Gaeta Tassinari, Diretor do IEE/USP
 
14h00 - Aula Inaugural
             “As diretrizes da Secretaria do Meio Ambiente e as possibilidades de pesquisa na área ambiental
             Patrícia Faga Iglecias Lemos, docente do PROCAM/IEE/USP e da FD/USP e Secretária Estadual do Meio Ambiente de São Paulo
 
15h30 - Apresentação da estrutura e funcionamento do Instituto de Energia e Ambiente da USP
             Celio Bermann, Coordenador do PPGE/IEE/USP
             Evandro Mateus Moretto, Coordenador do PROCAM/IEE/USP
             
 
 
Ines Iwashita
ST Relações Institucionais, Comunicação, Editoração e Publicações
fones 11 3091-2507 e 97205-1827

Inscrições para a CIPA

Prezados(as) Servidores(as):

Comunicamos a todos os servidores não docentes que estão abertas as inscrições para a participar da CIPA - Gestão 2016/2017. Os interessados devem se inscrever no período de 29.02.2016 a 11.03.2016, das 08h às 17h, na Seção Pessoal.

Ressaltamos que as eleições ocorrerão no dia 24/03/2016, das 8h às 17h em local a ser definido.

Atenciosamente,
Adilson Batista Machado
Presidente da Comissão Eleitoral

Convocados 5ª Chamada da FUVEST

Convocados da quinta chamada da Fuvest devem fazer matrícula no dia 29

quinta lista da Fuvest, que incorpora 336 vagas da USP não preenchidas por meio do SiSU, tem 1.146 nomes, dos quais 907 são novos e 239 remanejados, em 152 cursos.  No ano passado, a quinta chamada convocou 340 candidatos, sendo 291 novos e 49 remanejados.

Os candidatos chamados devem fazer matrícula presencial na segunda-feira (29 de fevereiro).

A próxima quarta-feira, (02 de março) marca o início da primeira etapa do Processo de Reescolha da USP. As 14 horas, o site da Fuvest (www.fuvest.br) divulgará a lista de candidatos habilitados para o preenchimento das vagas existentes e as restrições para a escolha de cada curso. Entre 14 horas do dia 02 e 13h59min do dia 03 de março, os interessados deverão manifestar a intenção de matricula em uma das vagas existentes no site da Fuvest. A sexta chamada será constituída de candidatos que participaram dessa etapa da Reescolha. A divulgação será no dia 04 de março (sexta-feira) e a matrícula presencial deve ser efetuada no dia 07 de março (segunda-feira).

Depois de efetivada a matrícula dos candidatos dessa (quinta) chamada, a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa elaborará uma Lista de Espera constituída pelos classificados que efetivarem manifestação de interesse pelo site www.fcmsantacasap.edu.br . Os prazos são estabelecidos pela Faculdade.

Texto de autoria do Prof. José Coelho Sobrinho (Coordenador de Comunicação da Fuvest)

Cientistas testam dispositivo para satélite brasileiro

Cientistas testam dispositivo para satélite brasileiro

Por Hérika Dias - herikadias@usp.br
Publicado em 25/fevereiro/2016 | Agência USP de Notícias - Editoria : Tecnologia

Dispositivo pronto para ser irradiado, laser é usado para o alinhamento do feixe de íon



A radiação cósmica ionizante presente no ambiente espacial é um desafio para o bom funcionamento de equipamentos, como satélites, foguetes e sondas. Ela pode interferir nas informações geradas por componentes eletrônicos e até mesmo deixá-los inutilizados. Testar a resistência desses componentes à radiação cósmica é primordial para projetos espaciais. A tecnologia necessária para a realização de um desses testes foi dominada por pesquisadores do Instituto de Física (IF) da USP.

Ao longo dos últimos dois anos, esses pesquisadores têm realizado medidas para verificar a presença de Single Event Effect (SEE) em diversos componentes eletrônicos quando irradiados por íons pesados. Em janeiro, eles efetuaram com sucesso testes de radiação em FPGA (Field Programmable Gate Array, em português Arranjo de Portas Programável em Campo) que poderão ser usados em sistemas de controle de satélites brasileiros.

Esse componente será empregado para a comunicação de alta velocidade entre subsistemas de satélites usando protocolo SpaceWire, projeto em desenvolvimento por pesquisadores do projeto Circuitos Integrados Tolerantes à Radiação (CITAR), uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) executada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

“O projeto CITAR envolve várias instituições brasileiras para o desenvolvimento de dispositivos mais tolerantes à radiação. Nesse projeto também há grupos, como o nosso no Instituto de Física, que validam componentes eletrônicos comerciais para saber se aquele dispositivo é resistente à radiação cósmica como as empresas relatam”, afirma Nilberto Medina, professor do Departamento de Física Nuclear do IF e um dos integrantes do projeto CITAR.

Atualmente, o Brasil não fabrica circuitos integrados e o FPGA é um desses dispositivos comerciais. Ele é um processador, um conjunto de chips, que permite controlar e programar ações, como acender luzes, abertura e fechamento de compartimentos.

“O investimento para produzir um satélite é muito alto e se tiver algo errado com o dispositivo, pode comprometer todo o projeto. O INPE está validando os dispositivos a serem utilizados no projeto de satélites. Esses testes também são realizados por empresas de fora do país, mas é muito caro. Para testar apenas um dispositivo eletrônico, custa em torno de 100 mil dólares. O fato de tentarmos dominar essa tecnologia ajuda o país, além de formar recursos humanos”, destaca o professor Nemitala Added, professor do Departamento de Física Nuclear do IF e coordenador do projeto CITAR na USP.

Single Event Effect

Os testes feitos com o FPGA, no Instituto de Física, foram especificamente para verificar SEE induzido pela irradiação com íons. “Quando se coloca um satélite no espaço, ele sofre o efeito da radiação cósmica composta por muitas partículas, como prótons e elétrons e um pouco de íons pesados. Essas partículas geram danos ou problemas diferentes no componente eletrônico. Os prótons e elétrons criam defeitos que inviabilizam o uso do dispositivo. Já a passagem de um único íon pesado pelo dispositivo não o inutiliza, mas pode gerar uma informação errada. Esse problema é chamado de Single Event Effect(SEE)”, explica Added.

Foto estilizada das fontes dos raios cósmicos (solares, galáticos e extra-galáticos)



Segundo Medina, “os íons pesados podem alterar a informação de um bit, o que era zero pode se tornar 1, mudando a informação fornecida pelos componentes eletrônicos. Só os íons pesados conseguem fazer esse tipo de alteração”.

“A informação errada pode provocar algum dano sério utilizando o dado incorreto, por exemplo, para o lançamento de um míssil. Por isso, a necessidade de eliminar esses danos eventuais, analisando os componentes eletrônicos mais resistentes à radiação por íons pesados para obter informações mais confiáveis”, completa Added.

Os testes com radiação induzindo SEE foram feitos no Acelerador de PartículasPelletron 8UD do Instituto de Física, único no País a realizar testes com íons pesados. Na América do Sul, além desse acelerador da USP, há apenas outro na Argentina com energia suficiente para ser usado nesse tipo de estudo.

O acelerador é empregado para gerar uma partícula com energia suficiente para simular a ação de uma partícula no espaço. Assim, os pesquisadores conseguem calcular o tempo que o dispositivo resistirá à radiação cósmica. “Em poucas horas, podemos bombardear o dispositivo eletrônico com a mesma radiação que ele receberia em 10 anos no ambiente espacial”, conta Medina.

Teste

Componentes eletrônico desencapado (ao centro) pronto para receber os íons pesados



O professor Added explica que o teste consistiu na montagem de uma placa especial para posicionar o dispositivo eletrônico em uma câmara de vácuo, permitindo que o mesmo fosse atingido por feixes de íons pesados gerados no acelerador de partículas.

“Não é possível ver a partícula, mas nota-se o efeito dela. Você consegue ver o pulso de corrente que passa pelo componente eletrônico. A corrente fica constante enquanto não tiver problema, mas quando há um depósito de carga elétrica muito grande ocorre uma variação, assim sabemos que passou uma partícula de íons pesados. Mas nem todo pulso de corrente vai te dar um defeito funcional. Depois que a partícula passa, é preciso também verificar se ocorreu algum defeito no dispositivo eletrônico”.

Os pesquisadores avaliaram quantos defeitos podiam ocorrer no dispositivo a cada determinado número de partículas de íons pesados que o atingisse. Essa tecnologia, inédita no País, fornecerá informações necessárias que auxiliarão na escolha dos componentes eletrônicos para a execução do projeto CITAR.

O professor Medina ressalta que apesar destes testes terem ocorrido em componentes eletrônicos para satélites, eles também são importantes para outras áreas, já que radiação cósmica pode atingir a Terra e eventualmente (com uma probabilidade muito menor) afetar também equipamentos como automóveis, computador, celular entre outros.

“Em tese, um raio cósmico pode alterar um componente e a configuração de dispositivos eletrônicos que compõem sistemas que controlam, por exemplo, a aceleração e frenagem de um carro. Na realidade, na superfície da Terra, a interferência da radiação é bem menor, porém nas altitudes usadas em vôos intercontinentais essa interferência já é uma preocupação para os projetistas de novos aviões”.

Projeto CITAR

O Projeto CITAR foi criado em 2013, no âmbito do MCTI, para o desenvolvimento de circuitos integrados tolerantes à radiação, destinados a aplicações em satélites científicos. Ele é considerado estratégico para o Brasil para conquistar a independência tecnológica nessa área.

Hoje, o país é dependente de países que dominam a produção desses circuitos. “Quando o Brasil vai comprar esse tipo de componente resistente a radiação, às vezes, o governo do país detentor da tecnologia impõe barreiras às empresas fabricantes de vendê-los ao nosso país. Isso compromete a fabricação de nossos satélites”, segundo o professor Nemitala Added.

O projeto tem financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e é executado pelo INPE, o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), a Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI), o Instituto de Física (IF) da USP, o Instituto de Estudos Avançados do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (IEAv-DCTA), Centro Universitário da FEI e Instituto Mauá de Tecnologia. Nesses testes houve também a participação de pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).

Fotos: Divulgação

Mais informações: e-mails nemitala@if.usp.br, com Nemitala Added emedina@if.usp.br, com Nilberto Medina.

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