Nos primórdios dos seus quase quarenta anos de história, o Show de Física era realizado em espaço compartilhado com o Laboratório de Demonstrações Ernst W. Hamburger e, posteriormente, já se realizou em diversos outros ambientes no Instituto. Foi há cerca de dezesseis anos, de acordo com Dayse Olivieri (secretária e produtora do Show de Física), que o programa se instalou em sua "residência" atual, o auditório Alessandro Volta.
À época, o anfiteatro não estava em uso e o Departamento de Física dos Materiais e Mecânica cedeu o espaço para a realização da atividade de extensão. Recorda o Prof. Fuad Saad, criador e coordenador do Show de Física, que, após a concessão, o espaço foi reorganizado, preparado para as apresentações e aberto ao público, contando para isso com recursos próprios do projeto.
O resto é história: além de promover a formação de centenas de monitores (mais de quatrocentos estudantes de diversos cursos) com o desenvolvimento de habilidades em ciências, comunicação e mediação cultural, de lá pra cá o Show participou de eventos em todo o país e continua, semanalmente, apresentando sessões lotadas de visitantes. O Prof. Fuad aponta que, não fosse a pausa na programação em decorrência da pandemia, o número de estudantes atendidos já teria ultrapassado um milhão.
Este ano, após quase duas décadas de sucesso no mesmo local, o Instituto de Física reservou cerca de cento e cinquenta mil reais (R$ 150.000,00) para a recuperação do espaço, que inclui reformas na estrutura física (com a previsão de troca do piso e dos assentos para o público) e atualização dos equipamentos audiovisuais.
"O sistema de som analógico, com mais de vinte anos de uso, deu lugar a um sistema totalmente digital e integrado ao sistema de som que atende aos demais auditórios do IF", comenta o analista David Barg, um dos responsáveis pela seleção e instalação dos equipamentos. Além disso, houve a aquisição de um novo computador para a organização do evento, já que aparelho anterior, com mais de dez anos de uso, não tinha acesso à internet. A nova configuração do auditório, que inclui duas câmeras, permitirá a organização de atividades também no formato híbrido, em contato remoto com outras instituições, projetos e públicos, e a interação entre apresentadores e espectadores. O antigo projetor também foi substituído por um modelo com capacidade de conexão via rede sem fio. De acordo com David Barg, "essa característica permitirá que experiências de porte pequeno possam ser filmadas por um celular ou tablet e enviados diretamente para o projetor, possibilitando que a plateia visualize de forma detalhada o andamento da experiência".
Enquanto aguarda a segunda fase de intervenções, reforma do piso e substituição dos assentos, o Show não pára. O projeto pioneiro - criado para preparar o emocional dos alunos para o aprendizado por meio de atrações cativantes e interativas - continua sensibilizando estudantes e os aproximando das ciências: além do público atendido (metade dos quais oriundos de escolas públicas), são dezenas de ex-monitores que se direcionaram ao Magistério e à Licenciatura em Física. Para além do significativo impacto humano, destaca-se também a relevância material do sucesso do Show de Física para o Instituto: o programa contribui, anualmente, com recursos que são reinvestidos no IFUSP de maneiras diversas. Alguns exemplos incluem a aquisição de equipamentos (como uma impressora 3D, localizada no Laboratório Didático) e apoio a importantes ações direcionadas à comunidade ifuspiana, como o Programa de Acolhimento - com dois psicólogos atuando em atividades de promoção à Saúde Mental da comunidade - e o Coral Physicantus, atividade de extensão disponível a todos os interessados, vinculados ou não ao Instituto de Física.
Um conjunto de efemérides, da criação da USP à vinculação do Brasil ao CERN, contando com o centenário de César Lattes, faz de 2024 um ano a ser celebrado pela física brasileira. A proposta do simpósio é reunir pesquisadores da área de Física de Altas Energias, bem como toda a comunidade interessada, para olhar para o passado - a fim de reconhecer as conquistas - e planejar o futuro.
Programação Preliminar:
Está disponível o calendário 2024 das visitas monitoradas ao Instituto de Física da USP, com o foco principal de receber estudantes do Ensino Médio interessados em Ciências, seja como atividade intelectual ou possibilidade de carreira.
Convidamos os professores de ciências do Ensino Médio, especialmente da rede pública de ensino, a considerarem nossa visita monitorada como atividade recomendada para os estudantes com este perfil. A atividade é gratuita, mediante expressão de interesse / reserva de vagas pelo formulário da Comissão de Cultura e Extensão do Instituto de Física.
Este ano, estão previstas visitas para 18/04, 23/05, 20/06, 22/08, 19/09, 24/10 e 21/11, das 13h às 17h. Não há visitas programadas para os meses de julho e dezembro.
A ideia de que os núcleos são pequenas bolinhas no centro de um átomo é uma visão muito simplista. Núcleos podem formar estruturas realmente complexas, com agrupamentos internos dos prótons e neutrons, formando pequenos aglomerados. O que tem sido observado é que, à medida que esses núcleos são excitados a energias mais altas, as estruturas se tornam ainda mais complexas e interessantes.
As propriedades e condições específicas que governam a formação desses aglomerados, ou clusters em inglês, como o grau de agrupamento e suas possíveis configurações (cadeias lineares, triangulares, estruturas tridimensionais), ainda são temas de estudos e investigações recentes. Por exemplo, a vida na Terra só existe porque o núcleo 12C foi formado numa estrutura triangular de partículas alfas. Para núcleos com alta assimetria no número de prótons e nêutrons e longe do vale de estabilidade, vários fenômenos interessentes têm sido revelados, como a formação de estruturas exóticas de halo e molecular.
A investigação da estrutura desses núcleos estão na vanguarda da pesquisa em física nuclear, principalmente porque essas formações influenciam fortemente as reações nucleares que ocorrem nas estrelas. Trabalhos de fronteira na investigação desses núcleos estão sendo desenvolvidos em grandes laboratórios como GANIL (França), RIKEN (Japão), NSCL-MSU(EUA), Texas A&M University (EUA), GSI (Alemanha), utilizando os mais sofisticados instrumentos de medição.
Novos aceleradores de partículas, mais modernos e poderosos, e com instrumentos de detecção altamente sofisticados e complexos, estão sendo construídos na China e na Corea do Sul, enquanto laboratórios na Alemanha, Estados Unidos, Japão e França estão sendo modernizados, impulsionando a área de física nuclear para um novo patamar. Eu tenho participado do processo desenvolvendo esse tema em meus trabalhos, realizando medidas em vários desses laboratórios, organizando workshops e editorando edições especiais como essa na revista Frontiers.
Nessa edição especial, temos artigos relacionados a esse fascinante tema de estudo da estrutura intrínseca da matéria nuclear, exemplificando com sua importância para a astrofísica nuclear.
Apresentado pelo Diretório de Pesquisa e Inovação da Comissão Europeia, o site traz ferramentas de busca e filtros avançados, seção de eventos e notícias, entre outras facilidades de navegação. Saiba mais...
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