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Submissão de textos para Revista Balbúrdia

Por Caian Receputi, equipe editorial da Revista Balburdia.
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Nos últimos anos passamos por algumas catástrofes ambientais no Brasil, por exemplo, os rompimentos das barragens de Brumadinho e Mariana, as queimadas e o desmatamento no Pantanal e na Amazônia e, mais atualmente, a inundação no Rio Grande do Sul. Diante dessa triste realidade, a escola vem se tornando um lócus de disputa de como compreendemos e nos posicionamos sobre o modo de produção e os impactos causados no meio ambiente. 

A partir dessas observações, o número 8 da BALBÚRDIA se debruçará sobre as produções científicas do campo da Educação Ambiental e do Ensino de Ciências, pois essa ação pode contribuir para o debate desse tema na sociedade. Diante do exposto, convidamos professores e pesquisadores que conheçam as publicações no campo de interseção da Educação Ambiental e Ensino de Ciências a se tornar um divulgador científico conosco.
 
Ressaltamos que a Revista publica Textos de Divulgação Científica, Resenhas e Espaço Aberto. Quer saber mais sobre esses formatos? Acesse o link das orientações de submissão da BALBÚRDIA e assista aos vídeos da I Oficina de Divulgação Científica em Ensino de Ciências da Revista Balbúrdia.
 
O prazo máximo de submissão para a publicação do n. 8 é 30/08.
 
Caso tenha dúvidas ou sugestões, entre em contato através do e-mail: revista.balburdia@usp.br 
 
 

 

Minha história com a USP traz as memórias de quem constrói a Universidade

Em comemoração aos 90 anos da fundação da USP, página reúne lembranças e homenagens da comunidade universitária.
Por Jornal da USP. 
Acesse AQUI.
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Agradecimento. Esse é o sentimento mais presente nas mensagens enviadas por professores, estudantes e funcionários que fazem ou fizeram parte da vida cotidiana da USP desde sua fundação.  A comunidade uspiana foi convidada a compartilhar suas lembranças em comemoração aos 90 anos da Universidade, completados no dia 25 de janeiro. Foram enviadas diversas fotos, textos e vídeos contando situações, histórias, agradecimentos, amores ou mesmo prestando homenagens à Universidade. Todo o conteúdo pode ser conferido na página Minha História com a USP. Saiba mais...

Dentre as histórias escolhidas pela reportagem, destacamos a homenagem da Profª Elisabeth Yoshimura à Profª Emico Okuno. 

 

Duas pesquisadoras do IFUSP são contempladas na 7ª chamada pública de apoio à ciência do Instituto Serrapilheira

Duas pesquisadoras do IFUSP são contempladas na 7ª chamada pública de apoio à ciência do Instituto Serrapilheira
Com informações do Instituto Serrapilheira.
Acesse AQUI.
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Eis os projetos contemplados vinculados ao IFUSP: “Qual é a condição mínima para um fônon se acoplar a um campo magnético e desviar sua trajetória?”, da pesquisadora Valentina Martelli (FEP / IFUSP), e "Como a peroxidação de lipídios poli-insaturados, encontrados assimetricamente em uma das monocamadas da bicamada lipídica, afetam as membranas celulares?”, da pesquisadora Thaís A. Enoki (FAP / IFUSP).

 

Artigo | Monte Carlo simulation for photon energy response from the RADOS dosemeter

Do autor Max da Silva Ferreira
Em Radiation Protection Dosimetry, Volume 200, Issue 8, June 2024
Com informações do autor.
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As radiações ionizantes estão presentes em vários setores da sociedade, como na indústria, na medicina, na pesquisa e na produção de energia. Por ser nociva ao corpo humano, trabalhadores expostos a esse tipo de radiação devem ser monitorados por meio de um dosímetro, instrumento que quantifica a dose de radiação.

O artigo "Monte Carlo simulation for photon energy response from the RADOS dosemeter" apresenta um metódo para obter a resposta do dosímetro RADOS através do código computacional MCNP. Este dosímetro é amplamente conhecido e usado em diversos países. A partir do método usado no artigo, os serviços de dosimetria da radiação que usam este ou outro sistema dosimétrico podem conhecer a resposta de seus dosímetros. Além disso, outros estudos usando códigos computacionais podem ser realizados.

O autor agradece à pesquisadora Elisabeth M. Yoshimura, ao Instituto de Física da USP (IFUSP) e à Pró-Reitora de Inclusão e Pertencimento (PRIP) pelo apoio fornecido.
 
 

 

Física para Todos 2024 celebra os 70 anos do CERN

Física para Todos 2024 celebra os 70 anos do CERN
Ciclo de palestras gratuitas celebra a história da Física de Partículas e a adesão do Brasil ao CERN
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O ano é 1954: nasce o Conselho Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN, na sigla em francês), criação que marca uma nova etapa na História da Física. Descobertas como a do méson-pi, liderada por César Lattes, corroboravam a importância do estudo metódico e controlado das partículas verificadas em altas energias, o que exigia uma nova forma de realizar experimentos. Além do aprimoramento dos Aceleradores de Partículas, um novo regime de produção do conhecimento começa a ser praticado, que foi chamado de Big Science: a ciência passa a ser um empreendimento coletivo organizado em larga escala, com centenas de cientistas trabalhando em um mesmo experimento. 

O CERN nasce como um projeto europeu, mas em pouco tempo, ganha o mundo: pesquisares brasileiros logo passam a participar e a conquistar papéis de cada vez maior destaque nos experimentos. Este ano, além de marcar os 70 anos de criação do centro, traz a aprovação do Brasil como país membro do CERN. 

Em celebração, o Física para Todos, tradicional projeto de extensão do Instituto de Física da USP, organizou quatro encontros para divulgar temas da história da Física de Partículas, com renomados pesquisadores brasileiros que trabalham em colaboração com o CERN, com atuações nos diferentes experimentos ligados ao acelerador LHC (Large Hadron Collider). Os eventos ocorrerão no Instituto Principia (R. Pamplona, 145), de agosto a novembro. Confira as datas da programação abaixo, sempre aos sábados, às 10h30 da manhã. As atividades são gratuitas e oferecem certificado de horas de atividade acadêmica complementar aos interessados. Não é preciso se inscrever, só comparecer no horário do evento!

 
Programação (clique para acessar o resumo)
 
 
Dúvidas? Escreva para ccex@if.usp.br

 

Sociedade Brasileira de Física agracia o pesquisador Neilo Trindade, do IFUSP, com o Prêmio Anselmo Salles Paschoa

Sociedade Brasileira de Física agracia o pesquisador Neilo Trindade, do IFUSP, com o Prêmio Anselmo Salles Paschoa.
Pesquisador negro com trajetória de formação na escola pública hoje orienta diversos jovens e incentiva-os a seguir carreiras científicas.
Adaptado do texto da Profª Susana Lalic, pesquisadora responsável pela indicação de Trindade.

Prof. Dr. Neilo Trindade, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP), é um jovem doutor de 39 anos, declarado negro, que recentemente recebeu o Prêmio Anselmo Salles Paschoa – 2024, da Sociedade Brasileira de Física. Esse prêmio busca valorizar e dar visibilidade a pessoas negras que realizam pesquisa de excelência nas diferentes áreas da Física. 

Natural de Taquarituba, no interior de São Paulo, Neilo enfrentou desafios significativos desde cedo, sendo criado por uma mãe solteira. Determinado a escapar da pobreza, destacou-se nas disciplinas de exatas nas escolas públicas e ingressou no curso de Licenciatura em Física na UNESP, campus Bauru, motivado por sua paixão pela física e a demanda por professores na área. Durante a graduação, participou de pesquisas sob orientação da Profa. Dra. Rosa M. F. Scalvi.

No mestrado, no Programa de Ciência e Tecnologia dos Materiais (POSMAT) da UNESP/Bauru, Neilo investigou propriedades ópticas e elétricas de alexandrita e foi representante discente no Conselho do POSMAT. No doutorado, focou em semicondutores, especificamente em ZnO e ZnO:Al, sob a orientação do Prof. Dr. José Roberto Ribeiro Bortoleto, concluído em 2015. Realizou dois pós-doutoramentos: o primeiro no IFUSP, supervisionado pela Profa. Dra. Elisabeth Mateus Yoshimura, com foco em materiais dosimétricos; e o segundo na Clemson University (EUA), sob a supervisão do Prof. Dr. Luiz G. Jacobsohn, trabalhando com detectores naturais e sintéticos.

Profissionalmente, durante seu mestrado, Neilo iniciou sua carreira docente no ensino superior, lecionando na UNESP/Bauru. Também atuou como professor efetivo de Física no ensino médio estadual e em faculdades particulares, onde exerceu diversas funções, incluindo coordenador de curso e diretor de faculdade. Foi professor substituto de Física na UFSCar e na UNESP/Sorocaba. Em 2016, tornou-se professor no Instituto Federal de São Paulo (IFSP), onde permaneceu até 2022, quando foi aprovado como professor no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), consolidando sua carreira em uma instituição renomada.

Em suas pesquisas, Neilo dedica-se ao estudo de materiais dosimétricos, naturais e sintéticos, importantes na determinação precisa da dose de irradiação em diversos contextos, incluindo aplicações médicas e tecnológicas. Utilizando técnicas de luminescência, especialmente Termoluminescência (TL) e Luminescência Opticamente Estimulada (OSL), seus projetos abrangem o estudo de minerais brasileiros e a síntese de detectores cerâmicos para dosimetria das radiações. Ele também desenvolve e caracteriza pastilhas que combinam minerais com polímeros fluorados, criando detectores de radiação finos, flexíveis e resistentes. Recentemente, tem caracterizado minerais simulantes aos encontrados na Lua e em Marte; e implantou um Laboratório de Sínteses e Desenvolvimento de Detectores, bloco F (prédio da Dosimetria).

Neilo Trindade tem orientado muitos jovens, incluindo negros e negras, incentivando-os a seguir carreiras científicas. Apesar de jovem doutor, Neilo apresenta alguns números que impressionam, com mais de 30 artigos científicos, mais de 100 resumos publicados, dezenas de premiações de alunos, mais de 30 apresentações em congressos, e 4 orientações de mestrado concluídas.  Neilo também tem coordenado projetos financiados por agências como Fapesp e CNPq; é Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2 e Avaliador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais.

Dada a trajetória de Neilo Trindade, desde a escola pública em uma área periférica até se tornar docente no Instituto de Física da USP, ele se destacou como um candidato altamente digno ao Prêmio Anselmo Salles Paschoa, promovido pela Sociedade Brasileira de Física. Sua indicação foi feita pela Profa. Dra. Susana Lalic (UFS-IPEN), com cartas de recomendação da Profa. Dra. Roseli Kunzel (UNIFESP), Prof. Dr. Ronaldo Silva (UFS), e Prof. Dr. Luiz Jacobsohn (Clemson University – EUA), que também foi aluno do Prof. Anselmo Salles Paschoa.

* Atualmente, segundo o Anuário Estatístico da USP, dentre os 5151 professores da USP, apenas 121 se autodeclaram negros. No Instituto de Física, dos 115 professores, apenas 6 se autodeclaram negros.

 

Imagem: Neilo Trindade no laboratório. Arquivo pessoal.

 

Artigo | Causality violations in simulations of large and small heavy-ion collisions

Dos autores Renata Krupczak, Tiago Nunes da Silva, Thiago S. Domingues, Matthew Luzum, Gabriel S. Denicol, Fernando G. Gardim, Andre V. Giannini, Mauricio N. Ferreira, Mauricio Hippert, Jorge Noronha, David D. Chinellato, and Jun Takahashi (The ExTrEMe Collaboration)
Em Physical Review C, vol. 109, 034908.
Com informações do mestrando Thiago Siqueira Domingues.
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Colisões de íons pesados relativísticos e violação de causalidade

As colisões de íons pesados relativísticos, como as de chumbo-chumbo (Pb-Pb) ou próton-chumbo (p-Pb), são fundamentais para o estudo do plasma de quarks e glúons (QGP). Este estado da matéria nuclear é alcançado em condições extremas de temperatura e densidade, recriadas em aceleradores de partículas como o LHC (Large Hadron Collider) e o RHIC (Relativistic Heavy Ion Collider). Determinar as propriedades fundamentais do QGP, como a sua baixa viscosidade que o caracteriza como um líquido quase perfeito, é um dos objetivos dos programas destes aceleradores. 

Para entender melhor a formação e as propriedades do plasma de quarks e glúons, utilizam-se modelos computacionais baseados na hidrodinâmica relativística viscosa. Essas simulações recriam a evolução espaço-temporal das colisões e combinam diferentes estágios com múltiplos processos físicos. Cada estágio possui parâmetros específicos que desejamos determinar, e ao final das simulações, os resultados são comparados com medidas experimentais dos aceleradores.

Embora esses modelos apresentem resultados coerentes com as observações experimentais, descobriu-se que algumas simulações podem violar a causalidade relativística. Isso significa que, em certas regiões, as perturbações no estado de equilíbrio do fluido nuclear se propagam mais rápido que a velocidade da luz. Essa violação ocorre nas próprias equações da hidrodinâmica relativística viscosa, indicando que a teoria pode não estar representando fielmente a dinâmica subjacente da Cromodinâmica Quântica (QCD), a teoria que descreve as interações entre quarks e glúons.

O objetivo do trabalho é entender melhor esse problema de violação de causalidade nas simulações e suas consequências. Os resultados mostram que a violação, embora presente, ocorre em uma pequena parte do sistema e pode ser reduzida com ajustes nos parâmetros da hidrodinâmica.

Embora não resolva completamente o problema da violação de causalidade, este trabalho destaca essa questão e propõe caminhos para modelos mais realísticos. A era de precisão na descrição hidrodinâmica do QGP exige simulações sem comportamentos acausais. Este estudo é um passo importante nessa direção, esperando inspirar futuras pesquisas e desenvolvimentos na área.

Esta pesquisa foi realizada pela colaboração Extreme (EXperiment and TheoRy in Extreme MattEr), composta por pesquisadores de instituições estaduais, como USP e UNICAMP, federais como UFSC, UFF, UFGD e UNIFal, e internacionais UIUC e CERN. O foco da colaboração é a fenomenologia de colisões de íons pesados em altas energias e a conexão entre desenvolvimentos teóricos e experimentais.

Espera-se que futuras pesquisas eliminem completamente essas violações de causalidade. Uma abordagem sugerida é a recalibração dos parâmetros na modelagem do processo de colisão via análise Bayesiana. Embora já existente, ainda não há uma análise Bayesiana que agregue informações sobre a violação de causalidade. Além disso, é necessário investigar se os resultados obtidos com as condições iniciais empregadas se mantêm verdadeiros com outras condições usadas pela comunidade de íons pesados relativísticos.

Para o público interessado, mas não especializado, essa pesquisa representa um avanço crucial na compreensão do universo em condições extremas, como nos primeiros microssegundos após o Big Bang, potencialmente abrindo portas para novas descobertas na física nuclear de altas energias.

 

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