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IFUSP recebe o pesquisador Dennis McKeon, da University of Western Ontario

Informações do pesquisador Fernando Tadeu Caldeira Brandt.
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Temos a satisfação de comunicar a visita do Prof. Dennis McKeon, da University of Western Ontario, Canadá, ao Instituto de Física da USP.

Durante um período de duas semanas - até o dia 22/02 - o Prof. McKeon estará conosco para dar continuidade à colaboração vigente em Teoria de Campos de Calibre e Gravitação, junto aos docentes Fernando Brandt (FEP), Josif Frenkel (FMA) e ao Dr. Sergio Martins Filho, que inicia pós-doutoramento com o Prof. Frenkel. 

A visita tem como objetivo principal o fortalecimento da parceria de longa data, que já resultou na publicação de 38 trabalhos ao longo de 29 anos. Os artigos da colaboração podem ser consultados por ESTE LINK - ênfase às duas publicações mais recentes, diretamente relacionadas à visita atual.

A visita do Prof. McKeon conta com o apoio financeiro da FAPESP, processo nº 2024/19216-8.

Professor Neilo Trindade recebe prêmio "Egressos de Destaque da UNESP" e celebra trajetória transformadora

  

Em cerimônia realizada na UNESP no dia 04 de fevereiro de 2025, o professor Neilo Trindade, docente do Departamento de Física Nuclear do IFUSP, recebeu o prêmio "Egresso de Destaque" na área de Ciências Exatas. A premiação foi promovida pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Universidade e visa reconhecer a importância da atuação dos egressos da pós-graduação da Unesp na transformação da sociedade.

Mestre e Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais da UNESP, o professor Neilo Trindade agradeceu o prêmio exaltando a importância da UNESP em sua vida. Natural de uma pequena cidade do interior de São Paulo, nem sempre a universidade pública se apresentou como uma realidade viável. Até ser apresentado à UNESP por um coordenador escolar.

O acolhimento desde os primeiros dias de sua graduação, em Bauru - onde recebeu atenção dos professores, apoio de colegas e ações de permanência - marcaram sua trajetória e ofereceram incentivo para que ele seguisse em frente com estudos e carreira. Após a Pós-Graduação, o pesquisador galgou oportunidades em outras instituições no Brasil e no exterior, mas sempre manteve uma conexão especial com sua alma mater, que representa para ele um importante espaço de oportunidades para muitos alunos.

Parabéns ao docente, que, aqui no IFUSP, já é referência para novos alunos em busca de oportunidades.    

 

Fotos: Divulgação.

 

 
 
 

Artigo | Quasiperiodic shrimp-shaped domains in intrinsically coupled oscillators

Dos autores Silvio L. T. de Souza, Antonio M. Batista, Rene O. Medrano-T, e Iberê L. Caldas. 
Publicado em Chaos.
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Abstract:

We report remarkable pattern formation of quasiperiodic domains in the two-dimensional parameter space of an intrinsically coupled system, comprising a rotor and a Duffing oscillator. In our analysis, we characterize the system using Lyapunov exponents, identifying self-similar islands composed of intricate regions of chaotic, quasiperiodic, and periodic behaviors. These islands form structures with an accumulation arrangement, denominated here as metamorphic tongues. Inside the islands, we observe Arnold tongues corresponding to periodic solutions. In addition, we surprisingly identify quasiperiodic shrimp-shaped domains that have been typically observed for periodic solutions. Similar features to the periodic case, such as period-doubling and secondary-near shrimp with three times the period, are observed in quasiperiodic shrimp as torus-doubling and torus-tripling.

 

 

 

Artigo | γ-radiation-induced centers in irradiated perovskite SrCeO3 and their role in thermally stimulated reactions: Fluorescence, thermally stimulated luminescence, electron paramagnetic resonance and shielding studies

Dos autores Vijay Singh, S. Watanabe, T.K. Gundu Rao, V.P. Singh e Nilo F. Cano.
Publicado em Ceramics International.
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Abstract:

One promising host for actinide radioactive wastes is orthorhombic perovskite-type oxide. Perovskite SrCeO3 ceramic was synthesized by nitrate-fuel combustion, which includes the organic fuel glycine. Powder X-ray diffraction was utilized to determine the structural features, and γ-radiation-induced changes and shielding properties were investigated in perovskite SrCeO3. In a mixed-phase sample, a bright sky-blue luminescence was observed, and two thermoluminescence (TL) peaks were seen in irradiated SrCeO3 ceramic. Electron paramagnetic resonance (EPR) spectrum in γ-irradiated SrCeO3 ceramic had contributions from five defect centers. Center I having an isotropic g-value equal to 2.0283, is ascribed to an O− ion, while center II with an axial g-tensor with principal values g|| = 2.0224 and g⊥ = 2.0068 is determined as an O2− ion. O− ion relates to the TL peak at 215 °C. Center III with a g-value equal to 2.0009 is identified as an F+ center and is related to the 185 °C TL peak. The defect center associated with center IV is also identified as an F+ center. An additional defect center in the higher field region of the spectrum is assigned to an F+ center, and the center results from an F-center (oxygen vacancy with two electrons). The mass attenuation coefficients, effective atomic numbers, and half-value layer thicknesses concerning shielding property effectiveness were computed and it was found that the perovskite SrCeO3 ceramic provided superior γ-shielding properties.

 

 

 

Artigo | Sequential dissociation of ionized benzonitrile: New pathways to reactive interstellar ions and neutrals

Dos autores D. Bou Debes, M. Mendes, R. Rodrigues, J. Ameixa, L. M. Cornetta, F. Ferreira da Silva e and S. Eden.
Publicado em Astronomy & Astrophysics | 28/01/25.
Com informações do pesquisador Lucas Cornetta.
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A presença da molécula de benzonitrila em meios interestelares foi pela primeira vez observada em 2018 e uma série de estudos que exploram a dissociação unimolecular de seu cátion vem sendo realizados. Este artigo, por sua vez, apresenta a primeira investigação teórica-experimental acerca da dissociação metaestável da benzonitrila após sua ionização. Os experimentos conduzidos revelam 14 diferentes dissociações, das quais 11 nunca foram observadas antes. Dessa forma, o trabalho contribui para nossa compreensão de como a ionização da benzonitrila e suas possíveis rotas de fragmentação podem contribuir para a abundância de radicais e outras espécies reativas em ambientes interestelares.

 

 

 

Aposentadoria recente no IFUSP | Rachel Luiz Lage Cunha

Nos despedimos da colega que encerra seu vínculo conosco para a merecida aposentadoria!
[Com informações da Assistência Administrativa]

Rachel Luiz Lage Cunha – Bibliotecária.

Encerrou o vínculo em 20/12/24, após 46 anos de trabalho no IF.

Receba nossos agradecimentos pela dedicação e os melhores votos para este novo ciclo. Felicidades!

Arte&Ciência no SNEF 2025!

O Arte&Ciência continua sua missão itinerante de ensinar diferentes maneiras de sensibilizar e cativar estudantes para o aprendizado em física. Veja a participação do projeto na última edição do Simpósio Nacional de Ensino de Física.
Com informações da pesquisadora Marina Sparvoli.
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O projeto "Arte & Ciência", liderado pelo Prof. Mikiya Muramatsu, marcou presença no XXVI Simpósio Nacional de Ensino de Física (SNEF), realizado de 20 a 25 de janeiro de 2025 no Campus do Gragoatá da UFF, em Niterói, RJ. O evento reuniu pesquisadores, professores e estudantes de Física em discussões sobre ensino e práticas pedagógicas inovadoras.  

Com o tema "Todo mundo no mesmo lugar e ao mesmo tempo", o simpósio celebrou os 100 anos da Mecânica Quântica, destacando o conceito de emaranhamento quântico como símbolo de conexão entre ideias, culturas e pessoas. O Simpósio contou também com uma homenagem ao professor João Zanetic.
 
Celebrando recém-completos 81 anos de idade, o Professor Mikiya - junto a seus monitores do projeto - reforça o compromisso em integrar ciência, arte e, principalmente, pessoas. Nossos parabéns ao docente e à toda equipe do Arte&Ciência.
(Clique nas fotos para abrir)
 
    

Fotos: Divulgação.

 

Artigo | Clastic sedimentary record impacted by carbonate bioclasts in the Late Ediacaran

Dos autores Gabriel Osés, Jhon WL Afonso, Rachel Wood, Bernardo Freitas, Guilherme Romero, Gustavo Paula-Santos, Sergio Caetano-Filho, Mírian Pacheco, Cleber Rodrigues, Tiago F Silva e Kamilla B Amorim.
Publicado em Geological Magazine.
Com informações do pesquisador Gabriel Osés.
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A Paleometria é uma área de estudo que aplica técnicas de física e química para desvendar informações a partir do estudo de fósseis, e é uma das linhas de pesquisa desenvolvidas no IFUSP pelo Laboratório de Arqueometria e Ciências Aplicadas ao Patrimônio Cultural (LACAPC). Um artigo recém-publicado na Geological Magazine, desenvolvido com participação dos laboratórios LACAPC e LAMFI, revelou importantes resultados sobre o final do período Ediacarano (aproximadamente 542 milhões de anos atrás). Por meio de técnicas avançadas de imageamento e análise composicional, foram identificados grossos fragmentos dos primeiros animais com esqueletos em uma matriz de rocha mais fina. Esses fragmentos formam estruturas sedimentares que ajudam a interpretar as condições ambientais da época. O estudo representa uma das primeiras evidências de como os esqueletos reestruturaram o registro sedimentar. 

O trabalho contou com importantes colaborações, incluindo uma pesquisadora da Universidade de Edimburgo, além de uma equipe multidisciplinar composta por geólogos, biólogos e físicos. Durante o desenvolvimento da pesquisa, as técnicas analíticas destacaram evidências pouco perceptíveis por métodos convencionais de microscopia óptica, demonstrando a eficácia de abordagens mais sofisticadas para a análise de fósseis e sedimentos.  
 
Com base nas descobertas, a próxima etapa da pesquisa buscará uma reconstrução mais ampla do paleoambiente do final do Ediacarano, ampliando o conhecimento sobre as condições da Terra nesse período crucial para a evolução da vida.  
 
O estudo foi realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), sob os processos nº 2017/21584-1, 2021/07007-7, 2016/06114-6, 2022/11586-5, 2023/04501-6, 2022/06485-5 e 2023/14250-0, e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), bolsa nº 141115/2017-3.
 
 


Ilustração: Eduardo Lira.

 

Criação dos grupos de Geofísica na Bahia e de Astrofísica no IFUSP | Breves Relatos

Relato do pesquisador Mauro Cattani.
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Gosto de recordar, escrever, falar, sobre alguns eventos que considero muito interessantes na minha carreira como Professor e Pesquisador do IFUSP. Faço um breve histórico de dois desses eventos, sem esmiuçar muito os mesmos, para não ser maçante para os leitores.

Aos 17 anos, em 1959, entrei no curso de Física da FFCLUSP e me graduei como bacharel em 1963. 

Recém-formado, fui contratado em março de 1964 como assistente do Professor Cesar Lattes na Cadeira de Física Superior na FFCLUSP. Comecei a fazer pesquisas em Raios Cósmicos e em traços fósseis de fissão de urânio em micas, ou seja, em Geocronologia. 

Em 1965, eu e mais alguns colegas do IF fomos convidados pela Universidade da Bahia para criar um Grupo de Geofísica em Salvador. Ele visava estimular a pesquisa de petróleo no recôncavo baiano e contaria com o apoio da Petrobrás e da Marinha. Fui para Salvador em junho de 1965; passei cerca de seis meses dando aulas de Física básica e realizando lá pesquisas em Geocronologia, indo e vindo para São Paulo. Contei nestas pesquisas com o apoio de minha esposa, Maria Luiza Mattos Cattani, que era microscopista no Grupo de Raios Cósmicos do IFUSP.

Nas vésperas de meu retorno para São Paulo (~ novembro de 1965) fui convidado pelo Reitor da Universidade da Bahia, Prof. Dr. Miguel Calmon, para redigir um projeto de pesquisas que seria apresentado ao Conselho Universitário para a criação de um Grupo de Geofísica. O projeto que apresentei foi aprovado em 1966 e o Grupo foi oficialmente criado.

Em janeiro de 1966 estava de volta em São Paulo; em novembro de 1966 fui para Pisa fazer meu doutoramento na Universidade de Pisa sob a orientação de professores do Instituto de Física e da Escola Normal de Pisa. Retornei para São Paulo em março de 1968 com tese de doutoramento para ser redigida. Neste mesmo ano tornei-me Doutor pela FFCLUSP. 

Em 1969, antes de ser acionado o AI-5, fui aprovado em concurso, tornando-me Livre-Docente da Cátedra de Mecânica Racional, Celeste e Superior na qual era Catedrático o Prof. Mario Schenberg. 

Em 1969, o Prof. Schenberg foi aposentado pelo AI-5. Até essa época, eram Instrutores da referida cátedra: A. L. Rocha Barros, Ney F. de Oliveira, Gita. K. Guinsburg, Hans. P. Heilman, Klaus S.Tausk, Milton Damato e Nelson L. Teixeira. 

Além disso, o Prof. Schenberg era também responsável pela Cadeira de Física Teórica e Matemática, constituída pelos seguintes instrutores: Carmen. L. Braga, D. Redondo, Ney F. Oliveira, Normando C. Fernandes, Paulo S. de Toledo, Wanda V. M. Machado e Yogiro Hama.

Na ausência do catedrático, como era de praxe, os instrutores citados acima passariam a ser meus subordinados. 

Felizmente para mim, essa responsabilidade terminou logo, pois em dezembro de 1969 foram aprovadas no Conselho Universitário da USP a extinção das Cátedras e a criação de Institutos. Os Institutos seriam formados por Departamentos. 

A minha participação na criação dos departamentos foi, juntamente com o Prof. Dr. Luiz Guimarães Ferreira, a de formar o Departamento de Física dos Materiais (e Mecânica Racional, Celeste e Superior & Mecânica Quântica). O seu nome foi "abreviado" ficando, simplesmente, Física dos Materiais e Mecânica (DFMT). O Prof. Guimarães era representante do "Laboratório do Estado Sólido" ("Baixas Temperaturas") e de alguns teóricos ligados a ele. A minha função foi a de reunir alguns instrutores do Prof. Schenberg (de comum acordo com eles!) para formar o DFMT. A chefia do DFMT foi assumida pelo Prof. Guimarães. 

O grupo de professores que ficaram no DFMT que estavam ligados ao Prof. Schenberg era pequeno. Lembro-me, por exemplo, de Normando C. Fernandes, Alberto L. da Rocha Barros, Djalma Redondo, Klaus Tausk, Claudio Z. Dib, Milton Damato, Wanda V. M. Machado e Junichi Osada. Não me lembro de que grupo de professores era proveniente o Prof. Osada. 

O Prof. Normando sugeriu, para homenagear o Prof. Schenberg, que criássemos um curso de graduação de Astrofísica. Isso foi feito e ele começou a dar aulas sobre esse tema. Como muitos alunos ficaram motivados pelo assunto, propusemos a criação, dentro do DFMT, de um Grupo de Astrofísica. 

Para fortalecer o grupo, convidamos o prof. Osada para participar. Ele era um excelente professor e pesquisador japonês. Ele tinha vindo para São Paulo, há vários anos atrás, para participar de uma colaboração Brasil - Japão. Inclusive, eu acho (não me lembro bem) que quando o convidamos para participar do grupo ele já havia dado ou estava dando aulas de Astrofísica na Pós-Graduação. Ele já havia ministrado vários cursos de Graduação e Pós-Graduação, tais como Mecânica Estatística, Física Matemática, Eletrodinâmica Quântica, Mecânica Quântica...

Neste período de transições o Prof. J. Goldemberg era o Diretor do IFUSP. Ele foi responsável pela criação e incentivo de pesquisas em muitas áreas, como Cristalografia, Mecânica Estatística, Plasmas, Biofísica, Física Médica... Ele ampliou muito o horizonte de pesquisas do IFUSP.

Ele colaborou também para a formação do nosso Grupo de Astrofísica designando uma secretária para mim, a Srª. Dayse D. Calió. A sua sala (e máquina elétrica da IBM) ficava no fim do corredor à esquerda do prédio Alessandro Volta. Nessa sala, eu o Prof. Normando havíamos criado uma pequena biblioteca. Nela, colocamos muitos livros pessoais do Prof. Schenberg e todos os livros do antigo Departamento de Física, que estavam no último andar do prédio da FFCLUSP na rua Maria Antônia. Desse modo, com o "reconhecimento" do IFUSP, através da atitude do seu Diretor, estava oficialmente criado o Grupo de Astrofísica. 

Por uma questão de "respeito e hierarquia científica", eu o Prof. Normando concordamos que, para efeitos burocráticos junto ao IFUSP, Reitoria, FAPESP, CNPq, etc. o Prof. Osada seria o "chefe" do Grupo. 

Entre 1968 e 1972 foram ministrados no IFUSP cursos de Graduação e Pós-Graduação em Astrofísica. Publicamos artigos sobre o efeito da matéria superdensa em núcleos de estrelas de nêutrons. 

Em 1973, com a chegada da França de um especialista em Astrofísica, o Prof. Dr. José Antonio de F. Pacheco, o nosso grupo (de amadores) em Astrofísica "fechou as portas". Ele foi transferido definitivamente para o IAG-USP. 

  

Artigo | Oxidative Stress and Lipid Profile During Acute Phase of COVID-19 Infection and After Recovery: Evidence of a Sequel in LDL

Dos autores Zahra Lotfollahi, Luana dos S. Neres, Andressa F. Mathias, Maria C. P. de Freitas, Flávia de C. Cartolano, Ana C. Varella, Paulo A. Lotufo, Alessandra C. Goulart, Nágila R. T. Damasceno, Juliana B. de Andrade, Ricardo A. Fock e Antonio M. Figueiredo Neto.
Publicado em Brazilian Journal of Physics.
Comentários do pesquisador Antonio M. Figueiredo Neto.
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Estresse oxidativo e perfil lipídico durante a fase aguda da infecção por COVID‑19 e após a recuperação: evidência de uma sequela na LDL

Este estudo teve como objetivo investigar a aterogenicidade das partículas de LDL (do Inglês, Low-Density Lipoprotein) em pacientes com infecção aguda e recuperados da COVID-19. O trabalho é uma colaboração multidisciplinar no âmbito do INCT de Fluidos Complexos, com sede no IFUSP, no qual físicos, nutricionistas, médicos e bioquímicos investigaram, por meio de diferentes técnicas experimentais, as LDLs de pacientes durante a infecção e após a sua recuperação. Uma interessante comparação é feita com pessoas que nunca tiveram contato com o vírus. Os participantes eram adultos, com 18 anos ou mais, de ambos os sexos. Aqueles com resultados positivos de RT-PCR na linha de base foram incluídos no grupo COVID-19 aguda, e aqueles com RT-PCR negativo seis meses após a infecção aguda, foram incluídos no grupo COVID-19 recuperado. A qualidade do LDL foi avaliada usando três métodos validados:

Varredura-Z (ou Z-Scan - ZS), espectroscopia UV-visível e sistema Lipoprint. O grupo COVID-19 recuperado apresentou números significativamente maiores de partículas grandes de LDL (menos aterogênicas) do que o grupo COVID-19 aguda. Também descobrimos que a infecção por COVID-19 foi associada à modificação oxidativa das partículas de LDL. Os níveis de dímero D e PCR foram correlacionados com os resultados de ZS e a estimativa da quantidade de antioxidantes. Além disso, notamos que a infecção deixou uma sequela na qualidade da LDL, mesmo após seis meses de recuperação, tornando-a mais aterogênica. A qualidade das partículas de LDL em pacientes com COVID-19 melhorou após a recuperação. O aumento significativo nos parâmetros físicos após a recuperação de pacientes com COVID-19 e o aumento da grande subfração de LDL observada pelo experimento Lipoprint apoiam essa descoberta. Apesar disso, comparando nossos resultados atuais de pacientes recuperados com os de experimentos anteriores por nós realizados, com pacientes que nunca tiveram contato com o vírus da COVID (portanto, LDLs de pacientes analisadas antes de 2019) notamos que a infecção deixou uma sequela na qualidade do LDL, mesmo após 6 meses de recuperação. Essas descobertas destacam a importância do monitoramento de lipídios durante e após a recuperação da infecção por COVID-19. Seu potencial efeito deletério no perfil do LDL pode estar correlacionado com a progressão da aterosclerose e resultados clínicos ruins em exames de sangue.
 
Apoio: INCT-FCx, CNPq, FAPESP, CAPES
 
 


Imagem: Montagem sobre figura original do artigo.
 

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