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Prêmio de Reconhecimento 2024 celebra funcionários do IFUSP

Este ano, quatro servidores do IFUSP completam 25 ou 50 anos de atuação na Universidade e receberão certificados comemorativos em cerimônia no C.O.
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Em 25 de outubro, foi publicada pela Reitoria a Portaria GR nº 8611, que institui uma nova política de premiação voltada ao reconhecimento profissional dos servidores da Universidade. O objetivo da iniciativa é aprimorar o clima organizacional, incentivando o engajamento e o sentimento de valorização entre docentes e técnico-administrativos.  

Os prêmios consistem na entrega de certificados comemorativos para diferentes categorias:  

- Jubileu de Ouro: pessoas que completam 50 anos de serviço à Universidade

- Jubileu de Prata: pessoas que completam 25 anos de serviço à Universidade

Há também uma categoria de "Destaque Profissional", destinada a servidores que demonstrem desempenho excepcional, conforme avaliação das chefias e dos pares. 

De acordo com informações da reitoria, os servidores que já completaram estes períodos receberão os certificados oportunamente. Para aqueles que completam os ciclos este ano, haverá uma cerimônia de entrega na próxima segunda-feira, 02/12, às 16h, na sala do Conselho UniversitárioA premiação deve ser realizada anualmente (no caso dos jubileus) e também a cada término do processo de avaliação de desempenho (no caso de destaques profissionais).

Entre os servidores celebrados, destacamos os colegas de IFUSP que completam, em 2024, seus jubileus.

PRÊMIO 50 ANOS DE USP
Maria Mavília Vara (secretária FAP)

PRÊMIO 25 ANOS DE USP
Denis Marinho Ribeiro Martins (vigilante)
Prof. Airton Deppman (docente FEP)
Prof. Ewout ter Haar (docente FEP)

No contexto da efeméride, compartihamos a mensagem da servidora Lia, homenageada ao completar 50 anos de trabalho:

"Maria Mavília Vara é meu nome, mas a maioria me conhece por Lia (secretária mais antiga da FAP). Cheguei no IFUSP em março de 1974, me apresentando no Ed. Basílio Jafet, onde funcionava, naquele tempo, toda a parte administrativa do IFUSP. O IFUSP, na época, não tinha a dimensão que tem hoje, tanto em termos de espaço físico, quanto em projeção e destaque científico. Os anos foram passando e eu ficando por aqui, onde criei muitos laços de amizade. Acompanhei alunos se titulando, indo embora, às vezes voltando para suas instituições de origem, outros assumindo posições em instituições no país ou no exterior e muitos até assumindo posições no IFUSP ou em outras unidades da USP. Minha interação com alunos, colegas não docentes e docentes, criou um bonito relacionamento de respeito e companheirismo. Eu digo que não tenho 'colegas de trabalho' e sim 'amigos, que, no decorrer do tempo, se tornaram uma grande família, pois aqui passei a maior parte de minha existência. Aproveito a oportunidade para agradecer e desejar a vocês e suas famílias os melhores votos de Feliz Natal,  Boas Festas e um Ano de 2025 repleto de maravilhosas realizações. Deixo a todos um abração muito carinhoso da Lia"

O IFUSP cumprimenta e agradece os quatro servidores pela longa jornada de dedicação a este Instituto e esta comunidade. Felicidades! E que sejam prazerosos e produtivos também os próximos anos.

Foto: Maria Mavília Vara. Acervo pessoal.
 

NaTLab e LabHITS: novos laboratórios no IFUSP

O pesquisador Antônio Martins Figueiredo Neto, Professor Titular do IFUSP e coordenador do INCT de Fluídos Complexos, anunciou a criação de dois novos laboratórios ligados ao grupo e ao Departamento de Física Experimental. Os laboratórios estão em fase de implementação no Edifício Principal do IFUSP e promoverão trabalhos em diferentes linhas de pesquisa de interesse do grupo de Fluídos Complexos:

Laboratory of Hair Investigations, Technology and Structure (LabHITS)

Coordenado pelo pesquisador Cristiano L.P. Oliveira, o laboratório terá como foco os já prolíficos projetos voltados ao estudo de cabelos. Além de pesquisas em mestrado e doutorado em andamento, o grupo teve uma publicação recente de grande impacto e conta com outras em fase de finalização. O laboratório conta com investimentos para pesquisas relacionadas à saúde e estrutura das fibras capilares, incluindo colaborações com hospitais e convênios com empresas do setor cosmético. Contou também com apoios da FAPESP e da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação da USP para upgrade e manutenção de equipamentos.

O laboratório será instalado na sala 1006 e contará, entre outros itens de infraestrutura, com um sistema de calorimetria de escaneamento diferencial (DSC) - equipamento fundamental para informar mudanças estruturais nas fibras capilares em função da temperatura -  e porta amostras dedicados para o estudo de fibras capilares e produtos cosméticos. 

Nanophotonic Technologies Laboratory (NaTLab)

Coordenado pela pesquisadora Nathália Tomazio, o laboratório será instalado na sala 1042 do Ed. Principal do IFUSP e terá como foco o desenvolvimento e microfabricação de dispositivos fotônicos e optofluídicos com aplicações variadas, como óptica não linear, pesquisa biomédica e processamento de informação quântica. 

O laboratório contará com um sistema de microfabricação home-built, que utiliza a técnica de escrita a laser via fotopolimerização por absorção de dois fótons (FA2F), permitindo a produção de microdispositivos fotônicos tridimensionais de geometrias arbitrárias com resolução de centenas de nanômetros. O projeto conta também com um sistema de caracterização óptica de microdispositivos. A caracterização é fundamental para entender como esses dispositivos se comportam, possibilitando a previsão de seu desempenho em aplicações práticas, como moduladores de sinal e sistemas de espectroscopia. A análise é essencial para a compreensão de aspectos fundamentais da interação da luz com o dispositivo e para ajustar suas características, garantindo que sejam otimizados para a aplicação desejada.

O projeto do laboratório inclui também um sistema de controle de contaminação por partículas, com pressão positiva no ambiente, filtros do tipo HEPA para garantir um grau de limpeza em todo o espaço e saídas de fluxo laminar (padrão ISO 5) sobre o aparato de fabricação e a bancada de preparação de amostras. Esse controle deve assegurar um ambiente mais limpo, crucial para garantir a integridade dos microdispositivos e sua performance. A implementação do projeto conta majoritariamente com recursos advindos do INCT de Fluídos Complexos, que tem o IFUSP como sede.

Para mais informações sobre os novos laboratórios, ou sobre os trabalhos do Grupo de Fluídos Complexos, contate os docentes:

Artigos do Grupo de Espectroscopia de Materiais Quânticos

Prof. Fernando Garcia comenta a publicação de dois artigos liderados pelo Grupo de Espectroscopia de Materiais Quânticos do IFUSP que contaram com a colaboração entre grupos da UNICAMP, UFMG e da Universidade de Friburgo na Suíça. São parte do trabalho de doutorado de Marli Cantarino, premiado pelo programa de pós-graduação do IFUSP (melhor artigo e menção honrosa para melhor tese). 
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Supercondutividade de alta temperatura crítica (HTSC) é tradicionalmente associada ao estudo dos óxidos cupratos. Recentemente, o campo foi significativamente expandido com a descoberta dos chamados supercondutores a base de ferro (FeSCs). Assim como no caso dos materiais óxidos, HTSC surge nos materiais FeSCs através de estratégias de dopagem (por elétrons ou por buracos), que promovem uma sintonia da estrutura eletrônica e propriedades magnéticas dos materiais. Outro ponto coincidente é que HTSC nos FeSCs também surge em proximidade a uma fase magnética.

Diferente do óxidos cupratos, no entanto, os FeSCs são sempre metálicos, o que motivou um consenso neste campo de pesquisa segundo o qual a sintonia do preenchimento eletrônico, por efeito de dopagem, é um parâmetro fundamental para entender a evolução do magnetismo nos FeSCs e, consequentemente, da fase HTSC.

Em dois estudos recentes, utilizamos espectroscopia de fotoemissão resolvida em ângulo (ARPES) e cálculos combinando teoria do funcional da densidade com teoria do campo médio dinâmico (DFT+DMFT) para investigar efeitos de dopagem no material BaFe2As2, quando Fe é parcialmente substituído por Cr (CrBFA) ou Mn (MnBFA). Nominalmente, estas substituições causam dopagem por buracos mas HTSC não é observada em CrBFA ou MnBFA. Curiosamente, dopagem por buracos é a estratégia que leva à maior temperatura para o aparecimento da HTSC, como no caso da substituição parcial de Ba por K.

Nossos resultados mostram que, contrário ao consenso estabelecido, a evolução do magnetismo em CrBFA e MnBFA não tem relação direta com o preenchimento eletrônico. Mostramos ainda que Cr é um dopante efetivo de buracos em CrBFA estabelecendo que a sintonia eletrônica apenas não é capaz de criar as condições suficientes para o surgimento de HTSC. Argumentamos que em CrBFA e MnBFA, o magnetismo introduzido pelos dopantes (seja Cr ou Mn) interage com o magnetismo do Fe excluindo a possibilidade de formação de HTSC.

Estes trabalhos foram liderados pelo grupo de espectroscopia de materiais quânticos no IFUSP e contaram com a colaboração entre grupos da UNICAMP, UFMG e da Universidade de Friburgo na Suíça. São parte do trabalho de doutorado de Marli Cantarino, hoje pesquisadora no ESRF, premiado pelo programa de pós-graduação do IFUSP (melhor artigo e menção honrosa para melhor tese).  O trabalho no IFUSP foi financiado pela FAPESP.

Referências:

Marli R. Cantarino, Kevin R. Pakuszewski, Björn Salzmann, Pedro H. A. Moya, Wagner R. da Silva Neto, Gabriel S. Freitas, Pascoal G. Pagliuso, Cris Adriano, Walber H. Brito, Fernando A. Garcia.

Hole doping and electronic correlations in Cr substituted BaFe₂As₂ | SciPost Phys. 17, 141 (2024). DOI: 10.21468/SciPostPhys.17.5.141

 

Marli R. Cantarino, Kevin R. Pakuszewski, Björn Salzmann, Pedro H. A. Moya, Wagner R. da Silva Neto, Gabriel S. Freitas, P. G. Pagliuso, Walber H. Brito, Claude Monney, C. Adriano, Fernando A. Garcia.

Incoherent electronic band states in Mn-substituted BaFe₂As₂ | Phys. Rev. B 108, 245124 (2023). DOI: 10.1103/PhysRevB.108.245124


 

Professor Helcio Onusic recebe homenagem no Congresso Brasileiro de Aplicações de Vácuo na Indústria e na Ciência

Professor Helcio Onusic recebe homenagem no Congresso Brasileiro de Aplicações de Vácuo na Indústria e na Ciência
Durante a 45ª edição do evento, realizada de 11 a 13 de novembro em Balneário Camboriú, o professor Helcio Onusic foi homenageado por sua destacada atuação na interface entre a academia e a indústria.  
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O Congresso Brasileiro de Aplicações de Vácuo na Indústria e na Ciência (CBrAVIC) é organizado desde 1979 pela Sociedade Brasileira de Vácuo (SBV) em parceria com universidades e instituições de pesquisa. Em 2024, a organização ficou a cargo da UDESC, envolvendo os campi de Balneário Camboriú e Joinville. O congresso reuniu pesquisadores, estudantes e profissionais do Brasil e do exterior em uma programação rica, que incluiu minicursos, palestras técnicas e apresentações de trabalhos nas áreas de ciência, tecnologia e engenharia.  

Neste contexto de excelência e inovação, a trajetória do professor Helcio Onusic ganhou destaque. Combinando sua experiência em empresas como Volkswagen e Mercedes, com sua carreira como professor no Instituto de Física da USP, o docente foi celebrado como referência em tecnologia do vácuo para a indústria e educação profissionalizante. Esteve à frente do oferecimento da disciplina "Ciência e Tecnologia do Vácuo", pioneira no Brasil, oferecida a alunos de graduação desde o início da década de 1970, e também - em parceria com o pesquisador Nilberto Medina - do curso de extensão gratuito para profissionais da indústria do vácuo, realizado desde 2012.

A homenagem ocorreu na sessão "Vácuo na Indústria", organizada pelos pesquisadores Luciana Sgarbi Rossini (FATEC-SO) e Francisco Tadeu Degasperi - que atuou no IFUSP e atualmente é docente na FATEC-SP. A celebração reforça a importância de atuações como a de Helcio Onusic, que conectam o conhecimento acadêmico às demandas práticas da indústria, promovendo avanço tecnológico e desenvolvimento científico. 


Nilberto Medina (IFUSP), Nazir Monteiro dos Santos (Presidente da SBV), Helcio Onusic (Professor Homenageado), Tizuko Onusic (esposa do Prof. Helcio), Tadeu Degasperi (secretário da SBV) | Divulgação CBrAVIC.
 

 

“The Wronskians” é o time que vai representar a USP no Brazilian Physicists’ Tournament (BPT) | BIFUSP Entrevista

Foto da equipe "The Wronskians". Divulgação


“The Wronskians” é o time que vai representar a USP no Brazilian Physicists’ Tournament (BPT)

Participante desde a primeira edição do torneio em 2018, o time USP do Brazilian Physicists’ Tournament ganha novo nome, novos líderes e uma disciplina totalmente dedicada ao evento.

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Doze problemas de física em aberto. Ao menos seis equipes prontas. O campo está montado para o Brazilian Physicists’ Tournament (BPT) deste ano, que ocorrerá na UFMG, em Belo Horizonte, de 9 a 12 de dezembro. O BPT é a seletiva nacional do International Physicists’ Tournament (IPT), torneio entre equipes universitárias que debatem soluções de problemas abertos em física. As equipes são formadas por estudantes de graduação ou mestrado e conta com líderes (que atuam como técnicos) que podem ser doutorandos, pós-doutorandos e docentes. 

De acordo com Bruno Siqueira Eduardo, membro veterano do time USP, parte do encanto do torneio é desvelar as camadas de complexidade que vão emergindo a despeito da aparente simplicidade dos problemas e fenômenos do cotidiano. Normalmente, é possível atacar as questões usando física em nível de graduação, no entanto, o processo de estudo para o torneio é bastante diferente da maioria das aulas do curso: ao contrário das listas de exercícios, extremamente orientadas para o uso de teorias ou técnicas específicas, os problemas são apresentados de modo totalmente aberto, sendo possível abordá-los das mais diversas maneiras, usando todo o repertório e criatividade da equipe.

As edições anteriores estão repletas de exemplos intrigantes. A explicação de um teste de qualidade realizado em destilarias de cachaça: primeiro, bate-se uma haste metálica na garrafa inerte e novamente depois de agitá-la. Como é possível deduzir o status da bebida a partir da mudança do som produzido? Outro exemplo interessante: ouvindo-se um trovão, o que é possível apreender sobre o formato do relâmpago de origem? Alguns problemas têm, inclusive, aplicações de grande importância. “Sabe quando você vai colocar sal na comida e o saleiro entope? Aí você tem que mexer um pouquinho no saleiro e volta a colocar. Então, isso é um problema importantíssimo em física estatística, que acontece nessa escala e também acontece em refinarias de petróleo, quando tem que ter uma bitola do tamanho certo para não travar o fluxo. A física é meio que a mesma. Aí faltava investigar isso” - comenta o estudante.

A dinâmica do torneio se dá por meio das “Batalhas de Física”, em que cada time pode atuar como apresentador, opositor ou mediador. Enquanto se alternam e competem, as equipes vão aprimorando as soluções apresentadas. Além disso, uma vez finalizada a etapa brasileira - com a definição do time campeão e que vai representar o país na fase internacional - o ecossistema atua de forma colaborativa: o vencedor pode acionar e contar com o apoio dos trabalhos das outras equipes. Nesse momento, todos se tornam time “Brasil”.

Presente desde a primeira edição do evento, a USP ainda não venceu a etapa nacional, mas 2024 traz bons ventos para a equipe: é o ano em que, finalmente, a preparação para o BPT se formaliza como disciplina de graduação. E, de acordo com os estudantes, isso pode fazer uma boa diferença. “A USP, junto com a UFABC, é a universidade que participa do BPT há mais tempo, desde 2018. O que acontece é que as outras universidades que foram entrando ao longo dos anos, a UNICAMP, a UFMG, etc., elas têm disciplinas formalizadas totalmente. Então, tem turmas - trinta, quarenta alunos - trabalhando naquela lista de problemas, tem notas, tem vários professores.[...] E a gente, até então, era sempre na força da amizade, mas sempre correndo atrás de professor.[...] Nas últimas duas semanas, a gente falava ‘a gente precisa participar, precisa ensaiar alguma coisa’. Aí passava madrugada na casa de um e na casa de outro. Eu lembro que na pandemia, a entrada de baixo estava fechada, mas o pessoal dos laboratórios topou ajudar a gente, aí eles iam lá, deixavam os experimentos, os materiais na bancada, e a gente vinha de final de semana, mesmo com tudo fechado, e ficava fazendo os experimentos lá” - recorda o estudante Bruno.

A equipe lembra com carinho dos pesquisadores que os apoiaram nas últimas edições, como os docentes Antônio Domingues e Edivaldo Moura, além de outros pós-docs que atuaram como líderes do time. No entanto, a perspectiva de uma estrutura curricular que os ajude a atrair cérebros, organizar os estudos e reforçar a equipe é muito bem-vinda. Novo logo do time, a fênix vem traduzir esse momento de renascimento e fortalecimento da equipe. A ementa da disciplina “Aprendendo física enfrentando problemas em aberto”, coordenada e oferecida pelo professor Eric C. Andrade, contou com colaboração dos membros do time para ser definida. Assim, o docente assume o posto de novo líder da equipe, junto ao doutorando Gustavo Alves, que, ano passado, conseguiu tirar um tempo de seu intercâmbio no Fermilab para uma reunião virtual de apoio na semana anterior ao torneio. De volta ao país, ele reassume o compromisso com a equipe, animado, e mirando a primeira vitória da USP no BPT.

Além de torcer pela equipe, estudantes de todos os cursos de graduação da Universidade podem participar! Para saber mais sobre o torneio ou como fazer parte do time, entre em contato pelo perfil no Instagram: @ipt.usp

The Wronskians Team:

Líder e coordenador da disciplina: 

  • Prof. Eric. C. Andrade

Membros representantes da equipe no BPT em Belo Horizonte:

  • Gustavo Figueiredo Severiano Alves (Líder)
  • Artur Libanio de Araujo Yordaky (Capitão)
  • Guilherme Aciron Loureiro Lancaster de Torres
  • Ted Martins Paulo da Silva
  • Maria Fernanda Dressano Barbaro
  • Felipe Gasaniga Monteiro
  • Lívia Tiemi Bidoia de Freitas

Demais membros que participam da resolução de problemas:

  • Nathalia Seino
  • Gabriela Vieira Kuhn Scavone
  • Mateus Teixeira e Souza
  • Bruno Siqueira Eduardo
  • Édy Soares da Silva de Oliveira
  • Alfredo José de Castilhos Pauli Barbosa
  • Álex Felipe Caçula Leal
  • Valkíria Luna Anjos dos Santos
  • Inácio Captuleio de Souza Pinto
  • Lucca Mazella
  • Jean Matias Ferreira
 

Projeto de Extensão leva estudantes da USP para oferecer monitorias e plantões de dúvidas em escolas públicas

Coordenado pela Professora Euzi Fernandes, do Instituto de Física da USP, o projeto “Monitoria de Física, Matemática e disciplinas tecnológicas para estudantes do ensino médio das escolas públicas da grande São Paulo” tem como objetivo fortalecer o aprendizado dos estudantes de ensino médio das escolas públicas nas disciplinas de Física, Matemática e Engenharia (Tecnologia e Robótica). A proposta é que graduandos da USP vinculados à iniciativa ofereçam monitorias e plantões para esclarecimento de dúvidas, buscando amenizar as dificuldades apresentadas no aprendizado dessas disciplinas. Eles serão supervisionados pela equipe responsável do projeto, formada por docentes de três unidades da USP - Instituto de Física (IF), Instituto de Matemática e Estatística (IME) e Escola Politécnica (EP) - em parceria com os coordenadores pedagógicos das escolas estaduais.

O projeto se adequa ao contexto da curricularização da extensão na Universidade e vem alinhado a dois eixos ODS: Educação de Qualidade e Redução das Desigualdades. O público-alvo da ação são estudantes do Ensino Médio, em preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e o Provão Paulista, e entende-se que as monitorias possibilitarão um melhor aproveitamento do conhecimento oferecido nas escolas, aumentando as chances dos estudantes conseguirem acesso ao sistema de educação de nível superior. 

Para além de tirar dúvidas e resolver exercícios, o projeto tenciona que o aluno-monitor desperte e incentive o interesse dos alunos para o aprendizado das disciplinas de Física, Matemática e conteúdo tecnológico. A ação e presença do aluno-monitor na escola deverão servir também como catalisadoras e motivadoras do sentimento de pertencimento escolar. As atividades deverão proporcionar uma maior aproximação entre os estudantes e a escola onde estudam, contribuindo para um ambiente estimulante ao aprendizado. Para tanto, cada aluno atuando no projeto deverá estudar cuidadosamente os livros-textos utilizados nas escolas parceiras e estar atento às recomendações dos coordenadores pedagógicos.

Os alunos-monitores poderão auxiliar os estudantes no desenvolvimento ou aprimoramento de habilidades computacionais, ensinando o uso de computadores da escola parceira e apresentando claramente os recursos das plataformas digitais usadas pelas escolas, onde parte do conteúdo acadêmico é compartilhado. Caso seja de interesse da equipe da escola parceira, os monitores poderão também auxiliar seus docentes na elaboração e correção de provas, trabalhos e conteúdo nas plataformas de ensino implantadas pelo Estado, ou outras atividades de apoio ao ensino.

Para além dos impactos desejados junto aos estudantes do ensino médio, espera-se uma melhoria do aprendizado do próprio graduando, já que precisará se comunicar de modo a transmitir o conhecimento de maneira clara e objetiva, aumentando, assim, o domínio dos assuntos em pauta. Dessa forma, o projeto promove o protagonismo estudantil no espaço educacional (no caso dos monitores e dos alunos monitorados), contribui para redução da desigualdade no ensino entre escolas públicas e privadas, e fortalece a qualidade do ensino público.

Para mais informações, contate a pesquisadora Euzi Fernandes em euzicfs@if.usp.br

Formação de novas partículas acima do topo das árvores contribui com as chuvas na Amazônia

Pesquisa publicada na Nature Geoscience e liderada por cientista brasileiro mostra como explosões de nanopartículas induzidas pela chuva ajudam a formar nuvens e precipitação, influenciando o ciclo de água, clima e balanço energético da Terra.
Em Agência FAPESP. Acesse AQUI o original.
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Pesquisa publicada nesta sexta-feira (08/11) na revista Nature Geoscience desvenda uma importante peça do quebra-cabeça que busca explicar a formação de chuvas na Amazônia, uma das regiões mais influentes no clima global. Segundo o estudo, a floresta é capaz de produzir sozinha aerossóis que, induzidos pela própria chuva, desencadeiam um processo de novas formações de nuvens e precipitação, influenciando assim o ciclo de água, o clima e o balanço energético da Terra.

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Imagem: Luiz Machado et al./Nature Geoscience

Artigo | Frequent rainfall-induced new particle formation within the canopy in the Amazon rainforest

Dos autores Luiz A. T. Machado, Gabriela R. Unfer, Sebastian Brill, Stefanie Hildmann, Christopher Pöhlker, Yafang Cheng, Jonathan Williams, Harder Hartwig, Meinrat O. Andreae, Paulo Artaxo, Joachim Curtius, Marco A. Franco, Micael A. Cecchini, Achim Edtbauer, Thorsten Hoffmann, Bruna Holanda, Théodore Khadir, Radovan Krejci, Leslie A. Kremper, Yunfan Liu, Bruno B. Meller et al. 
Publicado em Nature Geoscience. Acesse AQUI o original.
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Partículas de aerossol atmosférico são essenciais para a formação de nuvens e precipitação, influenciando assim o orçamento de energia da Terra, o ciclo da água e o clima em escalas regionais e globais. No entanto, a origem das partículas de aerossol sobre a floresta amazônica durante a estação chuvosa é mal compreendida. Estudos anteriores mostraram a formação de novas partículas na saída de nuvens convectivas profundas e sugeriram um fluxo descendente de partículas de aerossol durante eventos de precipitação. Aqui, usamos dados abrangentes de aerossol, gás traço e meteorológicos do Observatório Amazon Tall Tower para mostrar que a precipitação regularmente induz explosões de nanopartículas na faixa de tamanho de nucleação. Isso pode ser atribuído à eliminação de partículas maiores relacionada à chuva e uma redução correspondente do sumidouro de condensação, juntamente com uma injeção de ozônio no dossel da floresta, o que pode aumentar a oxidação de compostos orgânicos voláteis biogênicos, especialmente terpenos, e aumentar a formação de novas partículas. Durante e após a precipitação, as concentrações de partículas de nucleação diretamente acima do dossel são maiores do que aquelas mais altas. Este gradiente persiste durante toda a estação chuvosa para a faixa de tamanho de nucleação, indicando formação contínua de partículas dentro do dossel, um fluxo ascendente líquido de partículas recém-formadas e uma mudança de paradigma na compreensão das interações aerossol-nuvem-precipitação na Amazônia. Explosões de partículas fornecem uma explicação plausível para a formação de núcleos de condensação de nuvens, levando à formação local de nuvens verde-oceânicas e precipitação. Nossas descobertas sugerem que uma interação de uma redução relacionada à chuva no sumidouro de condensação, emissões primárias de gases, principalmente terpenos, e partículas do dossel da floresta, e processamento de nuvens convectivas determinam a população de núcleos de condensação de nuvens no ar intocado da floresta tropical.

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Imagem: Figura original do artigo. Luiz Machado et al./Nature Geoscience

Artigo | CloudRoots-Amazon22: Integrating Clouds with Photosynthesis by Crossing Scales

Dos autores J. Vilà-Guerau de Arellano, O. K. Hartogensis, H. de Boer, R. Moonen, R. González-Armas, M. Janssens, G. A. Adnew, D. J. Bonell-Fontás, S. Botía, S. P. Jones, H. van Asperen,S. Komiya, V. S. de Feiter, D. Rikkers, S. de Haas, L. A. T. Machado, C. Q. Dias-Junior, G. Giovanelli-Haytzmann, W. I. D. Valenti, R. C. Figueiredo, C. S. Farias, D. H. Hall, A. C. S. Mendonça, F. A. G. da Silva et al.
Publicado em Bulletin of the American Meteorological Society (BAMS). Acesse AQUI o original.
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Como a fotossíntese e os fluxos turbulentos da floresta tropical são influenciados pelas nuvens? Até que ponto as nuvens são afetadas por processos locais impulsionados pelos fluxos de energia, água e carbono da floresta tropical? Essas questões inter-relacionadas foram os principais impulsionadores do experimento de campo intensivo CloudRoots-Amazon22 que ocorreu no Amazon Tall Tower Observatory (ATTO)/Campina na floresta tropical da Amazônia durante a estação seca, em agosto de 2022. CloudRoots-Amazon22 coletou dados observacionais para derivar relações de causa e efeito entre processos que ocorrem no nível da folha até as escalas do dossel em relação à evolução diurna da transição de claro para nublado.

Primeiro, estudamos o impacto das perturbações da radiação das nuvens e do dossel na variabilidade subdiurna da condutância estomática. A abertura do estoma é maior pela manhã, modulada pela espessura óptica da nuvem. Segundo, combinamos medições de frequência de 1 Hz dos isotopólogos estáveis de dióxido de carbono e vapor de água com medições de turbulência para determinar fontes e sumidouros de dióxido de carbono e vapor de água dentro do dossel. Usando observações de cintilômetro, inferimos fluxo de calor sensível de 1 minuto que respondeu em minutos às passagens de nuvens. Terceiro, perfis colocados de variáveis ​​de estado e gases de efeito estufa nos permitiram determinar o papel das nuvens no transporte vertical. Então, inferimos, usando observações de dossel e da atmosfera superior e uma parametrização, a cobertura de nuvens e o fluxo de massa de nuvens para estabelecer causalidade entre os processos de dossel e nuvem. Isso mostra a necessidade de um conjunto observacional abrangente para melhorar as representações de modelos climáticos e de tempo. Nossas descobertas contribuem para avançar nosso conhecimento do acoplamento entre camadas limites nubladas e produtividade primária de carbono da floresta tropical amazônica. 

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Imagem: Figura original do artigo.

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