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Pesquisa de brasileiros é destaque na Nature

Da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP:

Imagem: fotografia de uma cobra cascavel  (crotalus sul-americanos durissus terrificus (Viperidae)
Fonte:  CC0 Public Domain/ Divulgação



Biophysical studies suggest a new structural arrangement of crotoxin and provide insights into its toxic mechanism

Revista NATURE – Scientific Reports

Pesquisa publicada on line em 03 de março de 2017.

http://www.nature.com/articles/srep43885

Uma pesquisa publicada no início deste mês na revista Scientific Reports, da Nature, por um grupo de pesquisadores brasileiros, forneceu um modelo  estrutural detalhado da Crotoxina (CTX), uma neurotoxina encontrada em venenos de cobras cascavéis, favorecendo potenciais aplicações terapêuticas desta proteína, como: imunomoduladores, anti-inflamatórias, analgésicas, antitumorais, entre outras.     

“Mecanismo de toxicidade da crotoxina revelado por estudos biofísicos”

A crotoxina (CTX) é uma neurotoxina encontrada em venenos de cobras cascavéis (Crotalus durissus terrificus). Este complexo proteico é um heterodímero composto de uma proteína não-tóxica e não enzimática (CA) e outra proteína fosfolipase com características tóxicas (CB).  Essa neurotoxina tem diversas potenciais aplicações devido a sua ação paralisante semelhante a toxina butolínica (popular BotoxTM), sendo proposta como medicamento para tratamento do estrabismo devido a seus efeitos serem mais duradouros do que a toxina butolínica. Além disso, aplicações como potencial agente terapêutico, anti-inflamatório e anti-tumoral também são propostas.

Em um artigo recente publicado na revista Nature Scientific Reports (Scientific Reports 7, Article number: 43885 (2017)), pesquisadores da UNESP, USP, UFMG e FUNED obtiveram informações sobre o mecanismo de ação da CTX, indicando quais regiões  desta proteína estão envolvidas com a toxicidade. Neste trabalho a combinação de técnicas de calorimetria de titulação isotérmica (ITC), espectroscopia de fluorescência (FE), dicroísmo circular (CD), espalhamento de luz dinâmico (DLS) e espalhamento de raios X a baixos ângulos (SAXS) permitiram a obtenção de um modelo estrutural para a CTX indicando que os triptofanos da proteína estão localizados na interface entre os domínios CA/CB enquanto a região N-terminal do domínio CB é exposta ao solvente.

Este estudo contou com participação do Prof. Cristiano Luis Pinto de Oliveira e de sua ex-aluna de mestrado, Ranata Naporano Bicev, do Departamento de Física Experimental, do Instituto de Física da USP. O Prof. Oliveira foi o responsável pelo planejamento dos experimentos de SAXS que foram realizados no equipamento de Laboratório, NANOSTARTM, presente no IFUSP; analise e modelagem avançada dos dados de espalhamento. Através desta modelagem, combinando o ajuste dos dados de SAXS, estruturas atômicas de alta resolução disponíveis para as proteínas CA e CB e informações provenientes de fluorescência, foi possível obter um modelo estrutural para a estrutura do complexo em solução. Com base nesta estrutura, importantes conclusões sobre o mecanismo de ação da proteína puderam ser obtidas. 

 

Figura 1– Estrutura do complexo CTX obtido pela modelagem dos dados de SAXS. Esquerda: dados de SAXS (círculos) modelagem otimizada usando domínios cristalográficos (linha vermelha) e modelagem otimizada usando domínios cristalográficos e resíduos faltantes (linha azul). Direita: domínios cristalográficos (hélices), resíduos faltantes, modelados com base nos dados de SAXS (esferas solidas) e média de 20 ajustes independentes (esferas semitransparentes). (Tirado de Fernandez et al, 2017).



As informações detalhadas das estruturas terciárias e quaternárias da CTX são essenciais para a compreensão dos efeitos imuno-modulatório, anti-inflamatório e analgésicos da CTX. Além disso, esse complexo proteico possui ações anti-tumorais bem como pode inibir o crescimento de tumores, toxicidade contra células tumorais e indução de apoptose e informações estruturais que são muito importantes para o design de novos agentes terapêuticos.

Contato :

Departamento de Física Experimental do Instituto de Física da USP

Prof. Cristiano Luis Pinto de Oliveira

E-mail:  crislpo@if.usp.br

Telefone: (011) 3091-7164  

Referencia: 

Fernandes, C. A. H.; Pazin, W. M.; Dreyer, T. R.; Bicev, R. N.; Cavalcante, W. L. G.; Fortes-Dias, C. L.; Ito, A. S.; Oliveira, C. L. P.; Fernandez, R. M.; Fontes, M. R. M., Biophysical studies suggest a new structural arrangement of crotoxin and provide insights into its toxic mechanism. Scientific Reports 2017, 7, 43885.

Data Publicação: 
quarta-feira, 29 Março, 2017
Data de Término da Publicação da Notícia: 
domingo, 30 Abril, 2017

Pesquisa em destaque na Physical Review Letters

Da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP:

Imagem: gráfico sobre o poder de freamento de protons em AI e Au  
Fonte: Marcos.V. Moro/Divulgação

 

Electronic Stopping of Slow Protons in Transition and Rare Earth Metals: Breakdown of the Free Electron Gas Concept

Revista Physical Review Letters

Pesquisa publicada como sugestão dos editores em 08 de março de 2017.

http://journals.aps.org/prl/highlights

http://journals.aps.org/prl/abstract/10.1103/PhysRevLett.118.103401

Aluno de doutoramento do Grupo de Física Aplicada do IFUSP, Marcos Vinicius Moro, em trabalho de colaboração com Laboratórios da Áustria, Suécia e Espanha, acaba de publicar trabalho inédito sobre Poder de Freamento Eletrônico, assunto de pesquisas por mais de 100 anos.

Falhas do modelo de FEG para cálculo da perda de energia de íons 
em metais de transição e terras raras.

O grupo de físicos nucleares da Johannes Kepler University, Áustria, liderado pelo Prof. Dr. Peter Bauer e com colaboração do pesquisador doutorando Marcos V. Moro do Instituto de Física da USP com bolsa da FAPESP, tiveram artigo publicado na Physical Review Letters como destaque do editor. Segue o resumo do conteúdo.

Quando um íon colide com a matéria em baixas velocidades (i.e. menores que a velocidade de Fermi) o processo de perda de energia é dominado praticamente pela interação com os elétrons “livres” da banda de valência do material alvo. Neste regime, o modelo de Free Electron Gas (FEG) resulta numa bem verificada proporcionalidade da perda de energia com a velocidade do íon para muitos elementos (principalmente metais). Entretanto, desvios do modelo vêm sendo reportadas desde o início da década de 90 para elementos pertencentes à classe dos metais nobres (tais como Au e Ag), que vem sendo atribuídos à configuração das bandas eletrônicas destes elementos.

No trabalho, medidas experimentais da perda de energia em Pt e Gd, revelaram que o modelo de FEG também falha para estes elementos que apresentam altas densidades de estados tanto abaixo quanto acima da energia de Fermi. Para o Gd, medidas precisas [1] da perda de energia foram estendidas para energias que cobrem o máximo de freamento (ou Pico de Bragg); [2]. Na figura, proporcionalidade da perda de energia com a velocidade do próton em alumínio é evidente assim como o desvio no caso do ouro. 

Referências:

[1] M.V. Moro, T. F. Silva, A. Mangiarrotti, Z. O. Guimarães-Filho, M. A. Rizzutto, N. Added and M. H. Tabacniks, Phys. Rev. A 93 022704 (2016).

[2] D. Roth, B. Bruckner, M. V. Moro, S. Gruber, D. Goebl, J. I. Juaristi, M. Alducin, R. Steinberger, J. Duchoslav, D. Primetzhofer and P. Bauer, Phys. Rev. Letters 118 103401 (2017).

Contato:

PhD(c) Msc. Marcos Vinicius Moro - Physicist

Institute of Physics - University of Sao Paulo
Phone:    +55 11 3091 7079 (Brazil)
Whatsapp: +43
 660 1723096 (Áustria) - [Preferido]
E-mail: moro@if.usp.br
Skype: marcos.vinicius.moro

Data Publicação: 
quinta-feira, 23 Março, 2017
Data de Término da Publicação da Notícia: 
domingo, 30 Abril, 2017

Pesquisa publicada na Nature - Communications

Da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP:

Vicious circle of drought and forest loss in the Amazon

Revista NATURE – Communications

Pesquisa publicada on line em 13 de março de 2017.

http://www.nature.com/articles/ncomms14681

As árvores da floresta Amazônica podem morrer devido a falta de chuvas. Quando isso ocorre, há uma redução da transpiração das plantas, o que leva a diminuição da umidade relative do ar, e finalmente ocorre uma redução maior das chuvas. Efeitos “auto-amplificados” como este podem ter um efeito domino, causando secas ainda mais intensas, e forçando uma mudança do tipo de vegetação dominante: de floresta tropical úmida para cerrado, em um processo conhecido como savanização. Mudanças de uso do solo, como o desmatamento, as queimadas e a exploração madeireira, juntamente com as mudanças climáticas  aceleram este processo de uma maneira não linear, tornando-o difícil de prever.  

Uma equipe de pesquisadores do Brasil e de vários países concluiu que, se as estações secas se intensificarem com a mudança climática causada pelo homem, o risco de perda de floresta auto-amplificada pode aumentar ainda mais. Para detectar esse comportamento não-linear, os pesquisadores construíram uma rede complexa para representar os fluxos de água na atmosfera. Esta metodologia, usada por físicos para estudar sistemas dinâmicos, permitiu analisar o problema de um ângulo diferente.

"A floresta amazônica é um dos pontos críticos no sistema terrestre", diz Delphine Clara Zemp, autora principal da pesquisa. Ela é pesquisadora do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático e da Georg-August-Universität Göttingen, na Alemanha. "Já sabemos que, por um lado, a redução das chuvas aumenta o risco de extinção florestal e, por outro lado, a perda florestal pode intensificar as secas regionais. Assim, mais secas podem levar a menos floresta levando a mais secas e assim por diante. No entanto, as consequências desse feedback entre as plantas no solo e a atmosfera acima delas até agora não estavam claras. Nosso estudo fornece uma nova visão sobre esta questão, destacando o risco de auto-amplificação. No entanto, se houver uma grande variedade de espécies de árvores em uma área reflorestada, de acordo com o estudo, isso pode aumentar significativamente a chance de sobrevivência.

As enormes florestas tropicais produzem impressionantemente grande parte da água de que necessitam, evaporando a umidade que, em seguida, volta na forma de chuvas. "O ciclo da água amazônica é naturalmente pura física e biologia, mas também é uma das grandes maravilhas da natureza", diz o co-autor da pesquisa, Prof. Henrique M.J. Barbosa, docente do Instituto de Física da Universidade de São Paulo. "Apesar de muito poderoso, o ciclo hidrológico também é muito suscetível às mudanças ambientais – e a humanidade está impondo perturbações maciças na Amazônia, cortando as árvores e aquecendo o ar com gases de efeito estufa, o que reduz o transporte de umidade em grande escala e a precipitação, e que acabam afetando até mesmo partes da floresta que não foram pertubadas diretamente."

Mesmo que a precipitação média seja estável, períodos prolongados de seca aumentam o risco de que a maior parte da floresta amazônica possa ser substituída por outro tipo de vegetação, mais adaptado a maior temperatura e menor precipitação, como o Cerrado, processo conhecido por savanização.

"Hoje, a estação úmida está ficando mais úmida e a estação seca mais seca no sul e leste da Amazônia, devido à variação da temperatura da superfície do mar que influencia o transporte de umidade entre os trópicos", diz Anja Rammig pesquisadora da Technische Universität München (TUM) e PIK. "Não está claro se isso vai continuar, mas as recentes projeções indicam que possa haver uma seca generalizada na região".

Mesmo se a precipitação média não mudar drasticamente, os prolongados eventos de seca poderão causar a perda de floresta auto-amplificadora, eventualmente transformando-a em um savana. "As mudanças projetadas da precipitação para o fim do século XXI não conduzirão ao fim absoluto da Amazônia", diz o também co-autor da pesquisa, Carl Schleussner do thinktank Berlin Climate Analytics e PIK. "Mas nossas descobertas sugerem que grandes partes estarão certamente em alto risco."

Curiosamente, quanto mais diversa a vegetação amazônica é, menos vulnerável parece ser. A diversidade tem o potencial de diminuir os efeitos da perda de floresta auto-amplificada. "Uma vez que cada espécie tem uma maneira diferente de reagir ao estresse, ter uma grande variedade deles pode ser um meio para a resiliência do ecossistema", diz Marina Hirota, uma das autoras da pesquisa e docente da Universidade Federal de Santa Catarina.

O artigo está em anexo e também pode ser acessado on line em:

http://www.nature.com/articles/ncomms14681

Contato:

Prof. Henrique M.J. Barbosa - Skype: hmjbarbosa

http://www.fap.if.usp.br/~hbarbosa

E-mail: hbarbosa@if.usp.br

Data Publicação: 
quarta-feira, 15 Março, 2017
Data de Término da Publicação da Notícia: 
domingo, 30 Abril, 2017

Pesquisa em destaque na Nature Nanotechnology

Da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP:

Pesquisa sobre Nova Estrutura Fotônica é destacada pelos editores da revista Nature Nanotechnology

Artigo sobre nova estrutura fotônica feito em parceria por pesquisadores do IFUSP e da Universidade Nova de Lisboa é destaque deste mês dos editores da revista Nature Nanotechnology

A possibilidade de manipular a luz, sua polarização, propriedades de reflexão e transmissão se constitui numa demanda crescente das tecnologias de informação. Os cristais fotônicos apresentam soluções para esse tipo de demanda, funcionando essencialmente como um “diodo óptico”, permitindo ou barrando a luz incidente no dispositivo. Os cristais líquidos que se organizam em estruturas periódicas são exemplos de matéria prima para esse tipo de dispositivos. Recentemente um grupo de químicos da Universidade Nova de Lisboa, liderados pela Profa. Dra. Maria Helena Godinho, produziram filmes de nanocristais de celulose com propriedades ópticas excepcionais: são iridescentes, refletem seletivamente luz polarizada à esquerda e transmitem luz circularmente polarizada à direita. As propriedades ópticas desses filmes foram incrementadas com a colocação de um cristal líquido na estrutura do filme (entumecimento). O mais interessante é que essas propriedades ópticas podem ser “sintonizadas” por meio da aplicação de campo elétrico no material e variando a sua temperatura. A caracterização estrutural utilizando a técnica de espalhamento de raios X a baixos ângulos foi feita no laboratório do Grupo de Fluidos Complexos do IFUSP.

O trabalho originado desse estudo foi publicado no dia 10 de novembro na revista Advanced Materials e virou matéria de capa da edição on line de janeiro de 2017.

Os pesquisadores do IF-USP envolvidos nesse trabalho são o Prof. Cristiano de Oliveira, o MSc. Dennys Reis e o Prof. A.M. Figueiredo Neto

O comentário dos editores da Nature pode ser consultado em:

NATURE NANOTECHNOLOGY | VOL 12 | MARCH 2017 |

www.nature.com/naturenanotechnology

SERVIÇO:

Laboratório do Grupo de Fluidos Complexos do Instituto de Física da USP.

http://portal.if.usp.br/gfcx/pt-br

Contato do Prof. Antônio Figueiredo Neto: afigueiredo@if.usp.br

Telefone: 3091-6830

Data Publicação: 
quarta-feira, 15 Março, 2017
Data de Término da Publicação da Notícia: 
domingo, 30 Abril, 2017

Desvendando a Física do Corpo Humano

DESVENDANDO A FÍSICA DO CORPO HUMANO

BIOMECÂNICA

Autores:

Profª. Drª. Emico Okuno (IFUSP)

Luciano Fratin (Fundação Armando Álvares Penteado)

Lançamento da 2ª edição do livro e conversa com os autores

Quinta-feira, dia 16 de março, das 18 às 20h.
Local: Livraria da Vila - Moema
Endereço: Av. Moema, 493 - Informações: (11) 4196-6000

Breve resumo do livro:

Desvendando a Física do corpo humano - Biomecânica mostra ao leitor como realizar uma abordagem qualitativa e quantitativa dos conceitos físicos envolvidos na biomecânica. O leitor vislumbra também como as leis da mecânica podem servir para entender as condições de equilíbrio estático e de equilíbrio dinâmico de uma das maravilhas da natureza; o corpo humano.

A linguagem matemática utilizada na Física sempre foi responsabilizada pela dificuldade que os estudantes encontram em seus estudos. Por isso, neste livro, todo conceito apresentado é seguido de exemplos explicativos e na sequência são propostos exercícios de aplicação e fixação.

Contato:

Emico Okuno
Laboratório de Dosimetria das Radiações e Física Médica - Bloco F sala 110
Departamento de Física Nuclear, Instituto de Física, USP
Rua do Matão, 187 - Travessa R
CEP 05508-090 Butantã
S. Paulo, Brasil
tel: 55 11 30916994

E-mail: eokuno@if.usp.br

Data Publicação: 
quinta-feira, 9 Março, 2017
Data de Término da Publicação da Notícia: 
quinta-feira, 16 Março, 2017

Editors' suggestion da Physical Review C

Da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP:

Referência da Imagem: Plasma de Quarks e Glúons
Divulgação – Fonte: DFM-IFUSP

 

"Hydrodynamic predictions for mixed harmonic correlations in 200 GeV Au+Au collisions"

Revista PHYSICAL REVIEW C

Pesquisa publicada em 1º de março de 2017, como Highlights/Editors'suggestion

Logo após o Big Bang, o Universo era composto por uma mistura de partículas em um estado quente e denso, chamado de Plasma de Quarks e Glúons. O Universo se expandiu e assim se esfriou, fazendo com que os quarks e glúons  se arranjassem em novas formas, chamadas de hádrons, tais como os nêutrons e os prótons.

O Universo continuou a se expandir e assim esfriou ainda mais, os nêutrons e prótons se agruparam em núcleos e mais tarde os átomos foram formados.

A matéria existente no início do Universo, o Plasma de Quarks e Glúons, pode ser criada em laboratório acelerando núcleos até perto da velocidade da luz, e fazendo-os colidir em máquinas como o  RHIC (Relativistic Heavy Ion Collider) no Brookhaven National Lab, nos Estados Unidos, e o LHC (Large Hadron Collider) no CERN, na Suíça. Em cada colisão, uma minúscula gota de Plasma é criada, expandido-se e esfriando-se formando hádrons. Estudar o Plasma de Quarks e Glúons é um desafio, pois cada gota "sobrevive" pouquíssimo tempo, e o Plasma não é observado diretamente pelos detectores, somente os hádrons.

Uma das maneiras de investigar estas colisões é justamente medir a distribuição angular de hádrons (principalmente píons, a famosa partícula co-descoberta pelo cientista brasileiro Cesar Lattes). Esta distribuição pode ser decomposta no que se designa série de Fourier, onde os coeficientes de Fourier trazem informações sobre o estado inicial do Plasma de Quarks e Glúons. Por exemplo, os cientistas já aprenderam que ele possui viscosidade muito pequena, sendo o líquido mais perfeito já criado em laboratório. Estudar como os coeficientes de Fourier se relacionam entre si, desde suas magnitudes até suas fases, traz informações sobre as flutuações iniciais de energia em cada colisão, é possível a partir daí investigar a resposta do meio à hidrodinâmica, como também a viscosidade do meio. Estas propriedades são importantes para conhecer mais profundamente a natureza fundamental da matéria fortemente interagente, e do estado do Universo pouco após o Big Bang. 

No artigo "Hydrodynamic predictions for mixed harmonic correlations in 200 GeV Au+Au collisions" de autoria de Fernando G. Gardim (UNIFAL), Frederique Grassi (USP), Matthew Luzum (USP) e Jacquelyn Noronha-Hostler (University of Houston-USA) publicado dia 01/03 como Highlights/Editors'suggestion pela revista Physical Review C, com apoio da FAPESP via os projetos 2015/00011-8 e 2016/03274-2, é apresentado o estudo das correlações dos coeficientes de Fourier, técnica chamada de "Mixed Harmonic Correlations", com algumas previsões para o RHIC  utilizando um modelo extensivamente testado pelos autores, além de apresentar detalhes de como fazer previsões que sigam de perto as condições experimentais. Os autores apontam também que qualquer desvio dos dados em relação a estas previsões trará informações importantes e não triviais sobre o estado inicial numa colisão e/ou as propriedades do meio criado.

A versão submetida do artigo pode ser encontrada no link:

http://lanl.arxiv.org/pdf/1608.02982v2

REFERÊNCIA DA PUBLICAÇÃO:

Editors’ Suggestion

Hydrodynamic predictions for mixed harmonic correlations in 200 GeV Au+Au collisions

Fernando G. Gardim, Frederique Grassi, Matthew Luzum, and Jacquelyn Noronha-Hostler
Phys. Rev. C 95, 034901 – Published 1 March 2017

https://journals.aps.org/prc/abstract/10.1103/PhysRevC.95.034901

Mais informações:

Profa. Frédérique Marie Brigitte Sylvie Grassi (11-3091-6867).

E-mail: grassi@if.usp.br

Data Publicação: 
segunda-feira, 6 Março, 2017
Data de Término da Publicação da Notícia: 
sexta-feira, 31 Março, 2017

Artigo em destaque na Revista Nature

Da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP:

Referência da Imagem: Araras Azuis ameaçadas de extinção 

Divulgação – Fonte: Wikimedia Commons

Trapping Phenomenon Attenuates the Consequences

of Tipping Points for Limit Cycles

Revista NATURE - Scientific Reports

Pesquisa publicada em 09 de fevereiro de 2017.

Sistemas dinâmicos complexos, desde a circulação oceânica e atmosférica até os diversos ecossistemas do planeta, estão expostos a limites críticos, "tipping points", onde pequenas variações nas condições de atuação podem produzir mudanças abruptas na dinâmica geral do sistema. Essas transições são, geralmente, caracterizadas pela destruição de um regime dinâmico estável em uma singularidade, que, na linguagem matemática para o tratamento de sistemas dinâmicos, é chamada de bifurcação.

Uma característica marcante das bifurcações tidas como “tipping points” é o perfil histerético, ou seja, uma vez que o limite crítico é alcançado e o regime dinâmico é abruptamente destruído, sua restauração não é mais possível pela simples reversão da tendência que causou a respectiva bifurcação.

Nesse contexto, um recente artigo publicado por dois pesquisadores brasileiros do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, lança luz sobre a extraordinária dinâmica que sucede um “tipping point”. Conforme explica o jovem pesquisador do Instituto de Física Everton S. Medeiros, “o comportamento dinâmico correspondente a um regime oscilatório estável  pode ocorrer de forma transitória mesmo depois de sua extinção em uma bifurcação”. Ainda segundo Everton: “Esse fato possui consequências diretas para o estudo de sistemas naturais realizados a partir da observação de séries temporais. Por exemplo, em dinâmica de populações, onde um tipping point delimita a extinção de um determinado ciclo populacional, a observação de ciclos transientes, mesmo depois da extinção do ciclo estável, causa a falsa impressão de equilíbrio populacional e atrasa a aplicação de estratégias para reverter a extinção.”. E ainda, “as transições críticas, que possuem o caráter histerético e, portanto, exigem medidas imediatas para reversão, podem ser erroneamente interpretadas como mudanças graduais de regime cujas estratégias de reversão são amenas”, acrescenta Everton.

Além dos dois físicos do grupo de Controle de Oscilações do Instituto de Física, Iberê L. Caldas e Everton S. Medeiros, esse trabalho contou  com dois outros pesquisadores: Murilo S. Baptista (University of Aberdeen,  Reino Unido) e Ulrike Feudel  ( Carl Von Ossietzky University Oldenburg,  Alemanha).

O artigo “Trapping Phenomenon Attenuates the Consequences of Tipping Points for Limit Cycles”, publicado no último dia 09.02.2017, na revista Nature Scientific Reports está disponível no link:

www.nature.com/articles/srep42351

Contatos:

Iberê Luiz Caldas (3091-6914) – E-mail: ibere@if.usp.br

Everton S. Medeiros (3091-6842) – E-mail: esm@if.usp.br



Data Publicação: 
quinta-feira, 16 Fevereiro, 2017
Data de Término da Publicação da Notícia: 
sexta-feira, 31 Março, 2017

A importância da FAPESP

Como a FAPESP ajudou São Paulo a se tornar uma referência em ciência, tecnologia e inovação

Pesquisadores da USP das áreas de matemática, estatística e computação explicam de que forma a  agência de fomento contribuiu para o desenvolvimento do Estado e mostram que ela continua sendo um agente fundamental nesse processo
 

Qual a importância da FAPESP para o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da inovação no Estado de São Paulo? Para responder à pergunta, a professora Maria Aparecida Ruas, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, recorre ao livro “Crônicas subversivas de um cientista”. Ela abre na página 148, onde sublinhou um pequeno trecho à lápis, e começa a ler: “a verdadeira revolução paulista aconteceu em 1960, com a criação da FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Foi com a FAPESP que São Paulo saiu da Idade Média, que a universidade deixou de ser um clube onde se reuniam ilustres médicos, engenheiros e advogados para trocar ideias, que a indústria e a agricultura paulista encontraram apoio e base para um desenvolvimento tecnológico autossustentável, que a Economia, as Ciências Humanas e as Letras foram reconhecidas como atividades válidas e úteis, que, enfim, a pesquisa nas Ciências, nas Técnicas e nas Atividades Culturais foi reconhecida como elemento-chave para o progresso da sociedade”.
 
O livro é de autoria de Luiz Hildebrando, professor-emérito da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade Federal de Rondônia, que foi um dos mais respeitados especialistas em doenças tropicais do mundo. Na obra, ele relata uma curiosa história que está na gênese da FAPESP: era março de 1960 quando recebeu um telefonema de seu cunhado pedindo auxílio para o matemático italiano Jaurès Pacifico Cecconi. Convidado a vir ao Brasil pelo também matemático italiano Achille Bassi, Cecconi foi um dos pioneiros do Departamento de Matemática da Escola de Engenharia de São Carlos, que iniciou suas atividades em 1953 e, anos depois, deu origem ao ICMC. A vinda de Cecconi ao país foi custeada pela USP e, ao conquistar uma vaga no Istituto Matematico Universitá di Genova em 1960, ele decidiu pedir que a Universidade arcasse com os custos de transporte para que pudesse retornar à terra natal. No entanto, o Conselho Universitário da USP não aprovou a liberação dos recursos. Por isso, Luiz Hildebrando foi acionado, na esperança de que conseguisse uma solução. O fato é que, depois de algumas conversas, a situação chegou ao conhecimento do Governador do Estado, Carvalho Pinto. Ele forneceu os recursos para Cecconi, pediu desculpas pelo ocorrido e agradeceu pelos serviços prestados ao Brasil.
 
“Na verdade, em certo sentido, esse problema do professor Cecconi acirrou as discussões sobre a necessidade de se criar uma fundação para o fomento à pesquisa e contribuiu para o surgimento da FAPESP. Tudo ocorreu em uma época em que estava sendo debatida a eleição para o novo reitor da USP. O grupo de Luiz Hildebrando conseguiu articular a indicação de um reitor que apoiava a criação da Fundação”, explica a professora Maria Aparecida. “É claro que a FAPESP não foi projeto de uma única pessoa, porque ninguém faz um grande projeto sozinho. Em geral, isso costuma ser o resultado do trabalho de muita gente, mas São Carlos faz parte dessa história”, completa.
 
Na verdade, muitos especialistas ressaltam que o embrião da FAPESP já estava se formando desde a Constituição Estadual de 1947, quando foi incluído um artigo atribuindo 0,5% da receita do Estado de São Paulo à pesquisa científica. Mas a lei que criou a FAPESP só foi promulgada em 18 de outubro de 1960 por Carvalho Pinto. Quase 30 anos depois, em 1989, o artigo da Constituição foi alterado e atribuiu-se o mínimo de 1% da receita tributária do Estado para aplicação em desenvolvimento científico e tecnológico.
 
“O fato de ter recursos assegurados é o que faz a diferença em São Paulo, porque você tem continuidade e pode planejar. Como construir um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), que necessita de investimentos de longo prazo, se você não sabe se terá esses recursos à disposição?”, diz o professor José Alberto Cuminato, do ICMC, que coordena o Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), um dos 17 CEPIDs apoiados atualmente pela FAPESP.
 
Os CEPIDs são uma iniciativa que a agência de fomento lançou em 2000, com a missão de realizar pesquisa fundamental ou aplicada, com impacto comercial e social relevante, contribuindo para a inovação. Cada Centro pode ser apoiado por um período de até 11 anos. Aprovado em 2011 pela FAPESP, o CeMEAI começou suas atividades em junho de 2013 e o valor concedido para o Centro em seus primeiros cinco anos chegará a R$ 13 milhões.
 
Criando redes de colaboração – Dos 17 CEPIDs financiados pela FAPESP, nove deles estão localizados no interior. Apenas na cidade de São Carlos existem quatro Centros: além do CeMEAI, há o Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica; o Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros; e o Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos. Segundo o professor José Carlos Maldonado, do ICMC, esse é um dos diferenciais de São Paulo: os investimentos em ciência, tecnologia e inovação não estão concentrados apenas na capital do Estado.
 
Em São Carlos, quando são comparados os recursos repassados pela USP ao ICMC com os auxílios fornecidos pela FAPESP, o impacto da agência de fomento fica ainda mais evidente. No período de 2013 a 2016, o ICMC recebeu R$ 21,3 milhões da FAPESP, sem contabilizar as 375 bolsas concedidas nesses quatro anos pela agência. Isso representa mais que o dobro do valor repassado pela USP para custeio das atividades do Instituto, que totalizou, aproximadamente, R$ 9,5 milhões no período (veja gráfico e tabela).

Maldonado destaca que a distribuição de competências, habilidades e investimentos em todas as regiões do Estado também é observada no caso dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCTs). O programa foi criado com o intuito de articular grupos em campos na fronteira do conhecimento e em áreas estratégicas para o país, sendo coordenado pelo CNPq em cooperação com entidades que aportam recursos financeiros ao programa, tal como a FAPESP. De acordo com Maldonado, em função dos recursos fornecidos pela fundação, São Paulo é o Estado que sedia o maior número de INCTs, cerca de 30% do total, abarcando as sete áreas do conhecimento propostas pelo programa: “É interessante observar que mais de 50% desses INCTs estão localizados no interior”.

O professor coordenou, de 2008 a 2014, o INCT-Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC), que deu origem a uma rede de pesquisa na área, composta por 347 integrantes e por 30 laboratórios, além de contar com a participação de diversos parceiros empresariais. Ao unir academia e indústria, essa rede apoiou o desenvolvimento de diversas soluções e aplicações para áreas estratégicas como meio ambiente, segurança, defesa nacional e agricultura. Um exemplo dos resultados obtidos foi o desenvolvimento do primeiro carro autônomo que circulou pelas ruas de uma cidade da América Latina, o Carina II.
 
O professor revela que, em função da atuação da FAPESP, São Paulo é o único estado brasileiro em que os investimentos estaduais em ciência, tecnologia e inovação são comparáveis aos investimentos federais. “Todas as áreas de pesquisa, inclusive a de computação, na qual atuo, não estariam no estágio de desenvolvimento e maturidade que estão se não fossem os investimentos contínuos e de qualidade da FAPESP, em consonância com investimentos de outras agências de fomento do Brasil e do exterior”, afirma Maldonado, que redigiu um artigo sobre o assunto.
 
O professor ressalta que a continuidade dos investimentos foi essencial para a consolidação de interações entre os pesquisadores: “Em ciência, sem redes de colaboração você não consegue solucionar problemas complexos e multidisciplinares”. Maldonado salienta, ainda, que a FAPESP tem uma infraestrutura de avaliação muito eficiente, comparável às melhores agências de fomento internacionais. “O tempo de análise de mérito pelos pares encontra-se entre os melhores do mundo, com retorno em prazos muito razoáveis. Esse aspecto é indispensável para a aplicação de recursos de forma efetiva e com resultados de excelência”, explica.

A riqueza que vem da matemática – No simpósio Desafios para a Ciência e Tecnologia no Brasil, realizado no ano passado, Cuminato foi convidado para falar sobre o estado da arte e as perspectivas para a área de ciências matemáticas no país. “Talvez muitos de vocês não acreditem que a matemática pode ser útil como geradora de riquezas”, declarou o professor no evento. Logo depois, apresentou os resultados de um estudo realizado na Inglaterra mostrando que as ciências matemáticas são responsáveis por gerar 16% do Produto Interno Bruto (PIB) inglês. Uma pesquisa similarconduzida na Holanda mostrou que 9,5% do PIB holandês corresponde à riqueza produzida pela área. “A matemática pode ser e é um gerador de riqueza nos países desenvolvidos. Infelizmente, o Brasil ainda não se deu conta disso”, ressaltou o professor na ocasião (assista ao vídeo).

 Para Cuminato, é preciso continuar investindo na matemática pura, mas também é necessário valorizar a matemática que se dedica a solucionar problemas práticos: “Por meio do CeMEAI, temos a oportunidade de promover a matemática industrial no país. Mas ainda é uma gota no oceano. Não basta ter um CEPID, precisamos mudar o academicismo de nossas pós-graduações. Nossos alunos não podem ser formados apenas para se tornarem professores em universidades, eles devem ter contato com os problemas da indústria. É necessário promover uma mudança na nossa cultura.”
 
Além de propiciar a criação de um mestrado profissional em matemática, estatística e computação aplicadas à indústria (MECAI), o CeMEAI também propôs a realização de um workshop dentro doPrograma de Pós-graduação em Ciências de Computação e Matemática Computacional do ICMC com o intuito de aproximar o universo da academia e o mundo das empresas. O professor conta que a ideia do workshop é trazer empresas para apresentarem alguns problemas complexos que enfrentam a fim de promover o surgimento de projetos de mestrado e doutorado voltados a superar esses desafios. “Já fazemos workshops desse tipo no CeMEAI para resolver questões mais pontuais. Nos Estados Unidos, na Inglaterra e na Alemanha é muito comum esse tipo de workshop. Porém, lá, as empresas investem mais em inovação e estão dispostas a arcar com os custos desses projetos. No Brasil, ainda não temos essa cultura e, se não houver o apoio de agências de fomento, tal como a FAPESP, muito pouco poderá ser feito”.

Da universidade para a sociedade – De acordo com o professor Francisco Louzada, do ICMC, o financiamento da FAPESP possibilita acelerar o processo de transferência de uma tecnologia criada dentro da Universidade para a sociedade. “O poder público exerce um papel essencial nesse aspecto, pois dá a oportunidade para nós, pesquisadores, aprendermos a captar um problema industrial e teorizar esse problema, gerando produtos acadêmicos – como teses de doutorado, dissertações de mestrado, artigos, livros – e também produtos tecnológicos”, diz o professor, que é coordenador de transferência de tecnologia do CeMEAI.

 Entre os exemplos de produtos tecnológicos produzidos pelo Centro ele cita softwares e estudos específicos sobre linha de produção e sobre controle de qualidade. “Isso faz a gente levar a academia para dentro das indústrias, promovendo esse processo de transferência tecnológica e inovação”, completa.

Na opinião de Louzada, analisando a área de estatística, sem a FAPESP não seria possível o Estado alcançar o atual patamar científico. “A estatística tem um processo de interação muito grande com disciplinas de outras áreas e, nesse contexto, precisamos criar novas metodologias para suprir as necessidades dessas áreas”, explica o professor. Assim, conforme vão surgindo novos bancos de dados, com estruturas diferenciadas e novas pesquisas nos diversos campos do conhecimento, a estatística passa por um processo adaptativo e sequencial de desenvolvimento.

 Tal como a estatística, a matemática também precisa de recursos para continuar sua trajetória. “A matemática pura promove a evolução do conhecimento que, depois, vai ser aplicado em diversas áreas. Não investir em ciência básica é dar um tiro no pé, porque ela é o alicerce do desenvolvimento”, ressalta Maria Aparecida. “A FAPESP tem a tradição de ser uma agência de fomento muito eficiente, comparável às agências de fomento de outros países. Não é possível propor a modificação de um projeto que foi realizado com tanto sucesso”, finaliza a professora. 

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações

Site da FAPESP: www.fapesp.br
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

 

Esperança terapêutica na doença de Parkinson

Imagem: Divulgação - Fonte: Wikipedia.org

Da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP:

A doxiciclina: uma nova esperança terapêutica na doença de Parkinson?

Revista NATURE - Scientific Reports

Pesquisa on line em 3 de Fevereiro de 2017.

Três pesquisadores brasileiros da Universidade de São Paulo Elaine Del-Bel (FORP- Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica), Leandro R. S. Barbosa e Rosangela Itri (ambos do Instituto de Física, IFUSP), em colaboração com a equipe Argentina, dirigida por Rosana Chehin (Universidade de Tucuman) e duas pesquisadoras do Instituto do Cérebro e da Medula Espinhal (Paris França), Rita Raisman-Vozari (Diretora de Pesquisa do CNRS, Emérita), e Julia Sepulveda-Diaz, descobriram que a doxiciclina, um medicamento utilizado há mais de meio século como antibiótico, é capaz de reduzir, em doses muito baixas, a toxicidade de uma proteína envolvida na doença de Parkinson, a a-sinucleína. Os resultados foram publicados na revista Scientific Reports, do grupo Nature.

Graças a uma abordagem multidisciplinar envolvendo biofísica, bioquímica e a neurobiologia, os pesquisadores descreveram mecanismos por meio dos quais a doxiciclina atua efetivamente na neutralização das formas tóxicas da a-sinucleína.

Parte da equipe havia demonstrado em publicação anterior, utilizando um modelo experimental da doença de Parkinson, que o antibiótico doxiciclina, administrado por via oral, exercia ação neuroprotetora sobre os neurônios dopaminérgicos cerebrais, cuja perda é a origem dos problemas motores da doença de Parkinson (Lazzarini e colegas, Glia 2013).

Este conjunto de resultados permitirá a realização, num futuro muito próximo, de ensaios clínicos com pacientes.

Referências:

-     Repurposing doxycycline for synucleinopathies: remodelling of α-synuclein oligomers towards non-toxic parallel beta-sheet structured species. González-Lizárraga F, Socías SB, Ávila CL, Torres-Bugeau CM, Barbosa LR, Binolfi A, Sepúlveda-Díaz JE, Del-Bel E, Fernandez CO, Papy-Garcia D, Itri R, Raisman-Vozari R, Chehín RN. Scientific Reports 2017 Feb 3

-     Doxycycline restrains glia and confers neuroprotection in a 6-OHDA Parkinson model. Lazzarini M, Martin S, Mitkovski M, Vozari RR, Stühmer W, Del-Bel E. Glia 2013 Jul 6

Contatos:

Rosangela Itri (3091-7012) itri@if.usp.br

Leandro R.S. Barbosa (3091-7157) lbarbosa@if.usp.br

Data Publicação: 
segunda-feira, 13 Fevereiro, 2017
Data de Término da Publicação da Notícia: 
sexta-feira, 31 Março, 2017

Vídeo sobre pesquisa do IFUSP viraliza na internet

Da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP:

Vídeo produzido pelo canal Ciência USP viraliza na internet

Pesquisa sobre comunicação ultra-rápida via luz ganha um novo dispositivo: um filme de nanocristais de celulose embebido em cristal líquido e inspirado no mais brilhante dos besouros.

https://www.facebook.com/cienciausp/videos/475891732535041/

https://www.youtube.com/watch?v=ykI7mEvhX_Y&

Artigo de capa do mês de janeiro da prestigiosa revista Advanced Materials sobre nova estrutura fotônica foi feito em parceria por pesquisadores do IFUSP e da Universidade Nova de Lisboa

A possibilidade de manipular a luz, sua polarização, propriedades de reflexão e transmissão se constitui numa demanda crescente das tecnologias de informação. Os cristais fotônicos apresentam soluções para esse tipo de demanda, funcionando essencialmente como um “diodo óptico”, permitindo ou barrando a luz incidente no dispositivo. Os cristais líquidos que se organizam em estruturas periódicas são exemplos de matéria prima para esse tipo de dispositivos. Recentemente um grupo de químicos da Universidade Nova de Lisboa, liderados pela Profa. Dra. Maria Helena Godinho, produziram filmes de nanocristais de celulose com propriedades ópticas excepcionais: são iridescentes, refletem seletivamente luz polarizada à esquerda e transmitem luz circularmente polarizada à direita. As propriedades ópticas desses filmes foram incrementadas com a colocação de um cristal líquido na estrutura do filme (entumecimento). O mais interessante é que essas propriedades ópticas podem ser “sintonizadas” por meio da aplicação de campo elétrico no material e variando a sua temperatura. A caracterização estrutural utilizando a técnica de espalhamento de raios X a baixos ângulos foi feita no laboratório do Grupo de Fluidos Complexos do IFUSP. O trabalho originado desse estudo foi publicado no dia 10 de novembro na prestigiosa revista Advanced Materials e virou matéria de capa da edição on line de janeiro de 2017.

Os pesquisadores do IF envolvidos nesse trabalho são o Prof. Cristiano de Oliveira, o MSc. Dennys Reis e o Prof. A.M. Figueiredo Neto.

O fator de impacto da revista é 18,9.

O artigo está no link:

http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/adma.201603560/full

SERVIÇO:

Laboratório do Grupo de Fluidos Complexos do Instituto de Física da USP.

http://portal.if.usp.br/gfcx/pt-br

Contato do Prof. Antônio Figueiredo Neto: afigueiredo@if.usp.br

Telefone: 3091-6830

Data Publicação: 
segunda-feira, 13 Fevereiro, 2017
Data de Término da Publicação da Notícia: 
segunda-feira, 13 Março, 2017

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