IFUSP na Mídia

Artigo | An Unexpected Driving Force for Lipid Order Appears in Asymmetric Lipid Bilayers

Dos autores Gerald W. Feigenson, Juyang Huang e Thais A. Enoki
Em Journal of the American Chemical Society (JACS) / ACS Publications, Volume 145, issue 40.
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O artigo, publicado na última edição do prestigioso periódico (fator de impacto 15), ganhou o destaque da capa e resume uma série de trabalhos desenvolvidos pela Drª Thais A. Enoki (Jovem Pesquisadora no IFUSP), abrindo também horizontes para novas investigações. A perspectiva descrita no artigo conta com colaborações internacionais e multidisciplinares de Cornell University (Department of Molecular Biology and Genetics) e Texas Tech University (Department of Physics and Astronomy). 

Membranas lipídicas de composições assimétricas são o tema do artigo. A membrana das células é formada por uma bicamada lipídica, em que cada monocamada possui composição lipídica específica. Portanto, tais monocamadas possuem composições lipídicas e interações intra-monocamadas distintas. Uma das grandes perguntas em aberto dessa área de investigação refere-se ao acoplamento dessas monocamadas. Em seu pós-doutoramento na Universidade de Cornell, a Drª Enoki desenvolveu um método experimental para criar bicamadas lipídicas assimétricas in vitro - a publicação do método experimental também ganhou destaque de capa no Biophysical Journal.

No recente trabalho, os autores discutem um fenômeno existente em membranas lipídicas assimétricas que levam a formação de domínios ordenados induzidos. Ainda mais interessante, uma re-distribuição de colesterol ocorre quando esses domínios ordenados induzidos são formados. Colesterol possui papel fundamental em muitos processos celulares, e níveis de colesterol também podem ser relacionados a células saudáveis ou células doentes. Uma das perspectivas futuras busca caracterizar níveis de colesterol em cada monocamada em modelos de membranas lipídicas assimétricas, que mimetizam a membrana plasmática. Não sendo essa uma tarefa fácil, pois a molécula de colesterol tem alta mobilidade e pode se mover de uma monocamada a outra em ordem de 10-6 a 10-3 segundos.   

A pesquisadora conta com apoio da FAPESP em seu trabalho.

► Acesse AQUI o artigo "An Unexpected Driving Force for Lipid Order Appears in Asymmetric Lipid Bilayers"

Começa o Maior Mapa do Universo

Começa o Maior Mapa do Universo
Nota de imprensa | Com informações de pesquisadores da colaboração J-PAS

O maior mapa tridimensional do cosmos, com centenas de milhões de galáxias, está se iniciando por meio das observações do projeto J-PAS (Javalambre Physics of the Accelerating Universe Astrophysical Survey). Esse levantamento de galáxias, fruto de uma colaboração entre Espanha e Brasil, será realizado desde o Observatório Astrofísico de Javalambre (OAJ), próximo à cidade de Teruel, na Espanha, com previsão de durar uma década.

O J-PAS observará milhares de graus quadrados do céu, mapeando centenas de milhões de galáxias, estrelas e quasares, com o objetivo de avançar na compreensão da energia escura por meio da formação das grandes estruturas cósmicas.

O projeto é liderado pelo CEFCA (Centro de Estudios de Fisica del Cosmos de Aragón, em Teruel, Espanha), em conjunto com o Observatório Nacional, a Universidade de São Paulo e o IAA (Instituto de Astrofísica de Andalucía, em Granada, Espanha), dentro de uma colaboração internacional com mais de 250 pesquisadores de 18 países.

O início das observações e obtenção dos primeiros dados da colaboração J-PAS coroa um esforço conjunto de cientistas brasileiros e espanhóis na construção deste que será o maior mapa tridimensional do céu”, comemora o diretor do Observatório Nacional (ON), Dr. Jailson Alcaniz. Para Alcaniz, que é também o pesquisador principal do Centro de Dados do J-PAS no Brasil, a análise dos dados do J-PAS exigirá desenvolvimentos em computação de alto desempenho e aprofundará significativamente a nossa compreensão do universo que nos cerca. “Certamente, eles contribuirão para a formação da nova geração de astrônomos em várias partes do mundo”.

O astrofísico Eduardo Cypriano, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, destaca o papel do J-PAS especialmente para a ciência brasileira. “A participação dos pesquisadores brasileiros, desde as fases iniciais do projeto J-PAS até agora, quando os primeiros dados começaram a ser distribuídos, significou um processo de amadurecimento e entendimento dos dados que não ocorre quando entramos em um projeto no qual não somos protagonistas”.

As observações do J-PAS são realizadas por meio do telescópio JST250, com espelho de 2,5m de diâmetro e uma visão “grande angular” do céu. Esse telescópio está equipado com a câmera panorâmica JPCam, de 1,2 milhões de pixels — a segunda maior câmera astronômica do mundo na atualidade. Essa câmera utiliza um sistema único e inovador, com 56 filtros ópticos desenhados especialmente para o projeto, que permitem imagens em múltiplas cores de grandes áreas do céu, obtendo informações detalhadas de todos os objetos em seu grande campo de visão. Tudo isso faz do instrumento JPCam-JST250 uma máquina capaz de cartografar o universo e medir distâncias extragalácticas com a precisão necessária para mapear o cosmos em detalhe.

As primeiras observações do J-PAS se iniciam agora, após um árduo processo de verificação, checagens e otimizações dos sistemas do JST250 e da JPCam, levado a cabo pelos cientistas, técnicos e engenheiros da CEFCA. A última fase do comissionamento iniciou-se em maio de 2023, sendo concluída com êxito recentemente após a confirmação de que o sistema JPCam-JST250 cumpre todos os requisitos técnicos e científicos previstos inicialmente, tendo-se verificado a excelente qualidade das imagens em todo o campo de visão.

A JPCam é um protótipo, no sentido em que não existe nenhuma outra câmera igual a ela no mundo. Os 14 detectores CCD de grande formato foram desenvolvidos especificamente para este projeto, assim como a complexa eletrônica de controle e o próprio sistema de filtros do J-PAS”, descreve o Dr. Antonio Marín, Sub-diretor do OAJ e responsável pelo projeto JPCam. “Devido à sua altíssima complexidade tecnológica, a caracterização, validação e ativação da JPCam foi um desafio que demandou novos desenvolvimentos de engenharia durante o processo de comissionamento.”

Até o momento foram observados os primeiros 15 graus quadrados do mapa com todos os 56 filtros do J-PAS (o equivalente a 60 luas cheias). Apesar disso ser apenas o início, esses dados já trazem informações sobre um milhão de estrelas e galáxias, a maioria delas nunca antes observada com esse nível de detalhe.

A JPCam, juntamente com o maior sistema de filtros de baixa largura em existência, são um exemplar único no mundo, provendo um espectro de cada ponto da câmera de qualquer objeto, seja ele uma galáxia no início do universo ou um asteroide próximo à terra”, explica o Dr. Renato Dupke, pesquisador titular do ON e investigador principal do projeto J-PAS no Brasil, e que atua como diretor científico na colaboração. “Isso dá ao projeto não só a capacidade de fazer estudos cosmológicos de ponta, mas também um legado que permite se fazer estudos de ponta em basicamente todas as áreas da astronomia.”

Devido ao seu grande campo de visão, cada imagem da JPCam ocupa 1 GB de dados, aproximadamente, sendo que em uma única noite pode-se efetuar centenas de imagens. Esse grande volume de dados gerados pelo J-PAS exige um centro de processamento de dados dedicado à armazenagem, gestão e tratamento dos dados do levantamento.

Para o Dr. Héctor Vázquez, responsável pelo Departamento de Processamento e Arquivos de Dados da CEFCA, “o início da tomada de dados do J-PAS é um momento muito especial, pois estamos aplicando o nosso conhecimento e a experiência multidisciplinar de outros mapeamentos precursores do J-PAS para garantir tanto a eficiência das observações astronômicas como o processamento adequado da quantidade gigante de imagens que elas geram.

O J-PAS é um projeto que deixará um legado para a comunidade científica internacional por meio de uma visão única do universo. Seja pelas novas informações, seja pela quantidade desses dados, que cobrirão centenas de milhões de objetos observados, o J-PAS abre novas oportunidades de pesquisa em quase todos os campos da astrofísica e da cosmologia.

Essa ideia é reforçada pelo pesquisador Laerte Sodré Junior, do IAG/USP: “O J-PAS ilustra bem o tempo entre a concepção de um projeto científico e seu início. Começamos a pensar no que viria a ser o J-PAS em 2009, e apenas 14 anos mais tarde ele começa a produzir os dados que queremos obter. Foi o trabalho incessante de cientistas e engenheiros, no Brasil e na Espanha, ao longo de todo esse período, que tornou isso possível”, avalia. “Agora os dados coletados pelo telescópio vão nos ajudar a saciar nossa curiosidade científica, ajudando a responder inúmeras perguntas sobre o cosmos. E na verdade continuarão a fazer isso por muito tempo, representando mesmo um legado para as gerações futuras”, completa.

A história da astronomia nos ensina que os grandes mapas astronômicos realizados no passado marcaram o antes e o depois do nosso conhecimento sobre o cosmos”, lembra o Subdiretor Científico da CEFCA Dr. Carlos López San Juan. “O J-PAS será o maior e mais preciso mapa fotométrico multi-cores com capacidade para proporcionar informação espectral de qualquer região do universo. E, como tal, aspira a se converter em uma referência para a astronomia do Século 21”.

As perspectivas para o Brasil no contexto da colaboração são bastante animadoras, segundo o pesquisador Raul Abramo, professor do Instituto de Física (IF) da USP. “O J-PAS está permitindo a participação e liderança de cientistas brasileiros num dos maiores e mais inovadores mapas do universo da atualidade. A partir de hoje teremos inúmeras oportunidades para novas descobertas e aplicações desses dados, seja por pesquisadores sêniores, estudantes de pós-graduação e mesmo estudantes de graduação”, conta Abramo. “Desse modo, o J-PAS está alavancando o desenvolvimento de uma geração de astrônomos e físicos que trabalham na fronteira do conhecimento sobre a energia escura e a origem das galáxias e das estruturas cósmicas.”

A participação brasileira no projeto J-PAS recebe apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, da Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ.

 
  • Dr. Antonio Marín (Subdirector de OAJ), CEFCA, amarin@cefca.es
  • Dr. Renato Dupke (Diretor Científico do J-PAS), Observatório Nacional, rdupke@on.br
  • Dr. Raul Abramo (Representante da USP no J-PAS), Instituto de Física da USP, raulabramo@usp.br

Página web do J-PAS: https://www.j-pas.org/

Imagens:
[Acesse AQUI os arquivos em alta resolução]


Imagem de comparação de dados preliminares do J-PAS com dados espectroscópicos disponíveis. A imagem de fundo é uma pequena região de uma das exposições J-PAS. Os gráficos apresentam os dados obtidos com J-PAS em cada um dos 56 filtros (em cores) em relação aos espectros disponíveis (em cinza) de diversas galáxias, duas estrelas e um quasar. Imagem: CEFCA.

 

Javalambre Survey Telescope (JST250) do Observatório Astrofísico Javalambre e seu instrumento científico JPCam. Imagem: CEFCA.

 

Imagem da câmera JPCam instalada no Javalambre Survey Telescope (JST250) do  Observatório Astrofísico Javalambre (OAJ). Imagem: CEFCA

 
 
 
 
 

 

FAPESP e Baylat vão apoiar novos workshops em São Paulo e na Baviera

A FAPESP e o Centro Universitário da Baviera para América Latina (Baylat) anunciam uma nova chamada de propostas para apoiar a realização de workshops. Serão financiados dois eventos do tipo por proposta selecionada, organizados por pesquisadores do Estado Livre da Baviera, na Alemanha, em cooperação com pesquisadores de instituições no Estado de São Paulo. 
Por: Agência FAPESP. 
Acesse aqui a matéria original.
Os workshops deverão contar com a participação de pesquisadores em início de carreira e estudantes de doutorado prestes a defender tese. O objetivo principal deverá ser a construção de vínculos para futuras colaborações e o avanço na carreira dos pesquisadores da Baviera e de São Paulo. Saiba mais...

 

Ranking internacional de impacto tem mais de 200 cientistas da USP em destaque

Ranking internacional de impacto tem mais de 200 cientistas da USP em  destaque – Portal USP São CarlosNovo levantamento divulgado pela editora Elsevier aponta para o protagonismo do corpo docente da USP em diversas áreas.
Por: Jornal da USP. 
Acesse aqui a matéria original.
Foi publicada no dia 4 de outubro a edição 2023 da Updated science-wide author databases of standardized citation indicators. O levantamento apresenta duas possibilidades: é possível consultar de forma separada o impacto das pesquisas ao longo da carreira ou impacto específico em anos anteriores. A lista de 2022 apresenta 244 pesquisadores da Universidade. Já na categoria Impacto ao longo da carreira, 211 pesquisadores são da USP. Saiba mais...

  • Pelo IFUSP, parabenizamos os pesquisadores que se encontram na lista do ano de 2022: Paulo Artaxo, Luiz Carlos Chamon, Matt Luzum e Airton Deppman. 
    Na categoria de "impacto ao longo da carreira", destacamos os pesquisadores citados do IFUSP (ativos ou não): José Goldemberg, Airton Deppman, Marina Nielsen, Aldo Craievich, Matt Luzum, Mahir Hussein, Gustavo Burdman e Paulo Artaxo.

 

Artigo | Theoretical study of the absorption and emission spectra of 1,2-Bis(9-anthryl)acetylene in cyclohexane and acetonitrile

Dos autores Vinícius Manzoni, Yoelvis Orozco-Gonzalez, Jorge Peon e Sylvio Canuto.
Em Chemical Physics Letters (Capa do Volume 830, Nov. 2023, 140775)
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O artigo, de coautoria dos pesquisadores do IFUSP Sylvio Canuto (Docente) e Yoelvis Orozco González (Pós-Doc), recebeu destaque como escolha do editor, sendo capa do volume 830 da Chemical Physics Letters.
 
O Prof. Sylvio Canuto comenta aspectos interessantes sobre o trabalho: "A molécula em estudo é uma molécula grande e simétrica com momento de dipolo nulo. Após a excitação eletrônica, o estado excitado é populado e tem vida suficientemente longa para sofrer uma relaxação geométrica em meio solvente polar, o que leva ao aparecimento de um momento dipolar na molécula e uma emissão de radiação em longo comprimento de onda - compatível com a medida experimental, realizada pelo grupo de um dos coautores. A quebra de simetria é resultado da interação da molécula de referência com o meio molecular (solvente polar) que a envolve e só ocorre se houver consideração explícita dos efeitos quânticos dessa interação intermolecular molécula-solvente, questionando a validade de alguns modelos simplificados que tem sido amplamente usados em espectroscopia molecular teórica."
 
► Acesse AQUI o artigo "Theoretical study of the absorption and emission spectra of 1,2-Bis(9-anthryl)acetylene in cyclohexane and acetonitrile"

Pesquisa inédita mostra como fica o fio, em escala molecular, após progressiva e descoloração

Pesquisa inédita mostra como fica o fio, em escala molecular, após  progressiva e descoloração | Rádio ItatiaiaResultados foram publicado pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).
Por: Radio Itatiaia. 
Acesse aqui a matéria original.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) foi capaz de mostrar, pela primeira vez, em escala molecular, os danos da escova progressiva nos cabelos. O texto foi publicado no jornal da USP em 26 de setembro. Saiba mais...

 

Artigo | Chemical Characterization and Optical Properties of the Aerosol in São Paulo, Brazil

Dos autores Erick Vinicius Ramos Vieira, Nilton Evora do Rosario, Marcia Akemi Yamasoe, Fernando Gonçalves Morais, Pedro José Perez Martinez, Eduardo Landulfo E Regina Maura de Miranda.
Em Atmosphere / MDPI Journals
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Artigo com coautoria do pesquisador Fernando Morais, do Laboratório de Física Atmosférica do IFUSP.
 
A poluição do ar na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) é um problema sério e é fortemente afetada por fontes locais. No entanto, a composição da coluna atmosférica na RMSP também é afetada pela queima de aerossol de biomassa (BB). A compreensão dos impactos das partículas de aerossol, tanto dos veículos quanto do BB, na qualidade do ar e no clima depende de pesquisas aprofundadas com conhecimento de alguns parâmetros como as propriedades ópticas das partículas e sua composição química. Este estudo caracterizou o material particulado fino de julho de 2019 a agosto de 2020 na parte leste da RMSP, relacionando os dados de composição química obtidos na superfície e parâmetros ópticos colunares, como profundidade óptica do aerossol (AOD), Expoente de Ångström (AE) e albedo de dispersão única (SSA).
 
► Acesse AQUI o artigo "Chemical Characterization and Optical Properties of the Aerosol in São Paulo, Brazil"

 

Medidas ultraprecisas em física nuclear orientam busca por explosões de novas no espaço

Cosmic Explosions Unveiled: Exploring Nova, Supernova, and Hypernova  Phenomena (ENGLISH ONLY) | by Anonyme_MTBiker | MediumMedidas ultraprecisas em física nuclear orientam busca por explosões de novas no espaço
Trabalho com a participação de pesquisador do IFUSP foi publicado na Nature Communications e incentiva a procura pelo 22Na no espaço como assinatura de explosões de novas.
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A não detecção de raios-gama do decaimento do 22Na por satélites espaciais como o INTEGRAL (INTErnational Gamma-Ray Astrophysics Laboratory), tem intrigado astrônomos. O raio-gama de 1.275 MeV, proveniente do decaimento do 22Na para o 22Ne, é um importante traçador de explosões de nova. No entanto, a previsão da observação de tal decaimento depende fortemente do conhecimento da reação de captura de prótons, 22Na(p,gama)23Mg que ocorrem em novas. Essa reação, por sua vez, é dominada por uma ressonância específica de curtíssima duração (da ordem de femto segundos, 10-15 s) a 7.785 MeV de excitação no 23Mg. 

Sobre isso, o pesquisador Valdir Guimarães, do IFUSP, um dos autores principais de artigo recém publicado na Nature sobre o tema, comenta: "A ideia de investigar as ressonâncias do 23Mg surgiu durante o ano sabático de 2015 em que estive no Laboratoire de Physique des 2 infinis Irène Joliot-Curie – IJCLab em Orsay, França. Realizei nesse laboratório as medidas que mais tarde foram base da dissertação de mestrado de Alessandro Luis de Lara sob minha supervisão. Na ocasião, o Prof. François de Oliveira propôs uma medida mais sofisticada para investigar a ressonância específica a 7.785 MeV do 23Mg". Assim, o novo artigo é fruto de colaboração internacional envolvendo pesquisadores de vários países para realizar a medida no laboratório GANIL (Grand Accélérateur National d'Ions Lourds) na França.

Para a medida de vida média desse decaimento, foram utilizados equipamentos complexos do laboratório - como VAMOS e AGATA: o VAMOS (Variable Mode Spectrometer), detectou as partículas das reações, e o AGATA (Advanced Gamma Tracking Array), detectou os raios-gamas emitidos. A partir de uma análise combinada de correlações partícula-partícula e perfis de diferença de velocidade do 23Mg durante a reação e emissão, foi possível medir a vida nuclear desse estado com uma precisão nunca alcançada. 

"Hoje em dia a utilização de equipamentos e ferramentas altamente sofisticados de alguns laboratórios permitem medidas de tempos curtíssimos como femtosegundos (10-15s) ou mesmo attosegundos (10-18s), como as pesquisas realizadas com pulsos de laser pelos ganhadores do premio Nobel de fisica desse ano (2023)" - avalia o Prof. Guimarães.
 
A aplicação deste método ao estudo das ressonâncias do 23Mg estabelece limites para a quantidade de 22Na que pode ser produzida em novas e fornece estimativas para a possibilidade de detecção em futuros observatórios espaciais. Além disso, os resultados melhoraram a previsão da abundância do 22Na que tem também impacto na razão isotópica 20Ne/22Ne em meteoritos originados dessas explosões. 
 
"Esse trabalho mostra a importância de se estudar ressonâncias em alguns núcleos para a astrofísica", completa o pesquisador. Valdir Guimarães tem sua participação apoiada pelo projeto FAPESP 2016/02863-4.
-> O artigo consta em Nature Communications 14, 4536 (2023) e pode ser acessado AQUI.
 
 

Absorção da luz por moléculas tem aplicações em microscopia, medicina e armazenamento de dados

Método alternativo proposto por físico brasileiro reduz de vários dias para algumas horas o tempo de simulação computacional do espectro de absorção.
Por: Agência FAPESP. 
Acesse aqui a matéria original.
Conhecer a energia da luz absorvida por uma molécula possibilita entender sua estrutura, seus estados quânticos, sua interação com outras moléculas e suas possíveis aplicações tecnológicas. Moléculas com alta probabilidade de absorver simultaneamente dois fótons de luz de baixa energia apresentam uma ampla gama de aplicações: em sondas moleculares em microscopia de alta resolução, como substrato para armazenamento de dados em estruturas tridimensionais densas ou vetores em tratamentos medicinais. Saiba mais...

 

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