Sonhos de encontros na diferença: a criação de territórios indígenas em uma universidade

A apresentação apresentará e discutirá alguns movimentos que venho realizando como professora e pesquisadora na Universidade Estadual de Campinas, desde a implementação do vestibular indígena em 2017 e o efetivo início do programa em 2019. O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro em um de seus artigos interroga: “O que acontece quando se leva o pensamento nativo a sério? O que é pensar o pensamento nativo? ” (VIVEIROS DE CASTRO, 2007, p.14). A partir desta provocação interrogo-me sobre como, em meus movimentos de docência, pesquisa e extensão, tenho buscado levar a sério o pensamento indígena, uma vez que nossa universidade desde 2019, vivencia a desafiadora experiência de formar jovens indígenas de mais de 45 povos diferentes, em diversas áreas de conhecimento. Como professora na Faculdade de Educação e como presidente e vice-presidente da Comissão Assessora para a Inclusão Acadêmica e Participação dos Povos Indígenas (Caiapi - Diretoria Executiva de Direitos Humanos) da Unicamp, trago alguns movimentos de pensamento, gestos coletivos e perguntas para pensarmos juntas.os.es nos sentidos, potências e desafios da presença indígena na universidade.